Toyota lamenta desempenho nas 24 Horas de Le Mans: “Era uma corrida de duas classes”, diz diretor técnico

A Toyota Gazoo Racing Europe deixou as 24 Horas de Le Mans 2025 com um sabor amargo. Após terminar apenas em sexto lugar com o GR010 Hybrid #7, e ver o carro #8 despencar para a 16ª posição devido a problemas mecânicos, o diretor técnico David Floury classificou a corrida como “dividida em duas classes”, na qual a Toyota nunca teve chances reais de disputar a vitória.
“Em termos de desempenho puro, não havia como competir”, declarou Floury após a corrida ao site Spostac365.com. “Nunca houve potencial. Era uma corrida de duas classes: uma com os carros com velocidade máxima e outra com os carros sem velocidade máxima. Infelizmente, pegamos a passagem errada e estávamos na segunda classe, com Cadillac e Aston Martin.”
Toyota #8 sofre com falha e perde volta
O carro nº 8, pilotado por Sebastien Buemi, Brendon Hartley e Ryo Hirakawa, chegou a ocupar a segunda colocação na metade da prova, mas perdeu rendimento durante a madrugada e caiu para quinto. Um problema na porca do pneu dianteiro esquerdo, já nas horas finais, custou sete voltas e selou o resultado decepcionante.
Floury revelou que o trocador de pneus titular sofreu uma lesão durante uma parada anterior e precisou ser hospitalizado e submetido a cirurgia. “Não foi uma boa notícia. Espero que ele se recupere rapidamente. Ainda precisamos analisar o ocorrido com mais clareza.”
Desempenho condicionado aos pneus
Durante a corrida, a Toyota optou pelo composto macio da Michelin durante a noite, enquanto rivais como Ferrari e Porsche mantiveram o pneu médio. Floury acredita que essa estratégia momentaneamente mascarou a deficiência do carro japonês.
“Acho que o único momento em que fomos competitivos foi quando não estávamos com os mesmos pneus dos nossos concorrentes. É uma repetição de São Paulo, onde dominamos por causa da estratégia.”
Carro #7 enfrenta jornada difícil desde o início
Com uma pintura especial retrô inspirada no icônico GT-One, o GR010 nº 7, guiado por Kamui Kobayashi, Nyck de Vries e Mike Conway, enfrentou problemas desde a largada. Um toque na primeira curva causou danos à carroceria, comprometendo o rendimento por toda a corrida.
“Queríamos ficar longe de problemas, mas na Curva 1 ficamos imprensados e sofremos danos dos dois lados. Levaria muito tempo para consertar, então corremos assim mesmo”, explicou Floury.
Posteriormente, Kobayashi saiu da pista na curva Mulsanne e excedeu o limite de velocidade no pit lane em 19 km/h, o que resultou em uma penalidade de 50 segundos de parada e retenção. No fim, o carro cruzou a linha como o último na volta do líder, em sexto lugar.