Stoffel Vandorme busca conciliar o trabalho na Peugeot e ser piloto de testes da Aston Martin

Os conflitos de interesse ocorrem quando o trabalho de uma pessoa em uma organização, afeta ele, caso trabalhe em outra empresa. O piloto Stoffel Vandorme, que é reserva da equipe Aston Martin na Fórmula 1, acredita que seu papel de piloto na equipe Peugeot no Mundial de Endurance, não influenciará o relacionamento com o time inglês.

O piloto dividiu com o brasileiro Felipe Drugovich o papel de testar e desenvolver o AMR23 em simuladores, além de guiar o carro durante testes de pneus no circuito de Spa-Francorchamps.

No entanto, na próxima temporada ele cumprirá todo o calendário do WEC juntamente com seus compromissos na Fórmula E, o que reduzirá sua disponibilidade para estar a serviço da Aston nos finais de semana de corridas. Priorizou o certo no lugar do duvidoso. Porém, não quer fechar todas as portas.

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Com tantos compromissos, o piloto belga acredita que mesmo com a sua “ausência” nos boxes da Aston Martin, não afetará o relacionamento com a equipe.

“Obviamente, fica bastante movimentado e há poucos dias no ano para se locomover”, disse ele ao site Motorsport.com. “Mas acho que ainda é possível estar envolvido com a Aston. Requer um pouco de gestão com todas as partes, e todos precisam estar muito conscientes de quais são as prioridades, quais são as minhas disponibilidades.

“Desde que todos estejam de acordo com isso, então isso é possível. Acho que, acima de tudo, cabe a mim também ser muito claro sobre isso com todas as partes, em termos de onde investir o meu tempo, mas também como administrar todas as minhas viagens e meus níveis de energia, porque passo muito tempo em aviões”, explicou. “Estou garantindo que isso não afete minhas corridas.”

Stoffel Vandorme  e a dificuldade em administrar o tempo durante o ano

Piloto estará competindo pela Peugeot no WEC. (Foto: Divulgação)

Além disso, um dos maiores empecilhos que Vandoorne enfrentará serão as viagens. Em alguns casos, a agenda de viagens funcionará a seu favor, por exemplo, quando o evento de Fórmula E de Tóquio for seguido imediatamente pelo fim de semana do GP do Japão, que muda para uma nova data em abril.

“Há corridas em que isso se encaixará muito bem se você estiver na região certa”, disse ele. “E alguns [estão] onde é completamente outro continente, o que não é legal”, explica. “O que quero evitar é ir de um continente para outro continente e gastar muita energia nisso à toa.”

Fórmula 1 e o seu calendário extenso

Vandorme é piloto de testes da Aston Martin. (Foto: AMR)

Nesse sentido, o piloto reconhece que o calendário da F1 é longo, exigindo que todos os pilotos estejam presentes em cada corrida. A temporada 2024 terá 24 corridas, enquanto o WEC tem sete e a Fórmula E, 17 encontros.  Vandoorne reconheceu que terá um 2024 de agenda cheia.

“Com a Aston Martin estamos eu e Felipe”, disse ele. “Então somos dois, e o que você precisa fazer é dividir esse papel. Eu não gostaria de chegar a 24 corridas e não pilotar nada”.

“Como você pode estar pronto, se precisar entrar em ação? Como piloto de corrida, você ainda precisa correr e ainda precisa dirigir. E essa é a melhor preparação para estar pronto”.

“Então o bom é que a Aston Martin entende isso, e eles sabem que você tem que correr para estar em forma e pronto para entrar”, finalizou.

Stoffel Vandoorne compete no WEC pela Jota Sport

(Foto: Clem’Biais Photographe)

A equipe Jota Sport confirmou nesta quinta-feira, 07, a contratação do piloto Stoffel Vandoorne para competir no Mundial de Endurance, na classe LMP2. 

Vandoorne, que é piloto da FE, será companheiro de Sean Gelael e Tom Blomqvist. O trio também competirá na próxima temporada da Asian Le Mans Series.  

“Será muito bom combinar este programa com minha campanha na Fórmula E em 2021, então estou ansioso para começar”, disse Vandoorne.

“Estar no WEC com o Jota é ótimo porque eles são uma equipe muito estabelecida e respeitada em um ambiente super competitivo, que obviamente é algo em que sempre procuro estar envolvido”.

“Ser capaz de fazer isso junto com Sean e Tom é ótimo também, porque eles são dois dos meus grandes amigos de corrida”, explica. 

Sean Gelael troca os monopostos por carros esportivos em tempo integral, depois de uma longa carreira nas categorias juniores, tendo participado da GP2 / F2 desde 2015. Nesse período, ele conquistou dois pódios e uma melhor posição no campeonato, 15º.

O indonésio fez três largadas no WEC no final de 2016 pela extinta equipe Extreme Speed ​​Motorsports. Blomqvist fez parceria com Gelael e Giovinazzi para terminar em segundo na classe LMP2 em Xangai antes de participar de três corridas na classe GTE Pro em 2018 como piloto de fábrica da BMW.

O coproprietário da Jota, David Clark, disse: “Estamos realmente entusiasmados em confirmar os programas de Sean, Tom e Stoffel para 2021 e estamos ansiosos para lutar por vitórias e pelo título LMP2”.

“A qualidade deste trio é mais uma grande declaração de intenções de todos nós da Jota. Gostaria de agradecer a todos os três por mostrarem uma visão tão grande e comprometimento em conseguir este plano e esperamos grandes ações e resultados de ponta em todo o mundo em 2021, finalizou. 

Os planos da Jota é alinhar dois LMP2 no WEC. A parceria com a Jackie Chan DC Racing não deve continuar.