Mark Webber adverte Fernando Alonso sobre competir em Le Mans e Fórmula 1

(Foto: Divulgação)

O australiano Mark Webber alerta Fernando Alonso, sobre a possível participação do espanhol na principal prova de endurance do mundo, as 24 horas de Le Mans. Webber que abandonou a F1 para ser campeão pela Porsche no Mundial de Endurance, acredita que disputar Le Mans, a preparação deve ser intensa.

É um erro. São duas coisas totalmente diferentes, que te absorvem uma energia mental altíssima. Se você faz a F1, não pode permitir certas distrações”, analisou o australiano, que triunfou no WEC em 2015, ao site italiano Automoto.it.

“Digo isso após ter passado pela temporada e corrido em Le Mans. Eu, no lugar de Fernando, não faria isso. Ou você escolhe fazer Le Mans como se deve e se concentra nisso, trabalhando nas três semanas anteriores com uma concentração de louco, sem se esquecer disso no resto do ano, ou arrisca ir mal. A F1 de hoje é específica de tal forma que não permite espaços”, continuou.

Nico Hulkenberg que também partilhou F1 e Le Mans, as coisas foram mais fáceis segundo o australiano. “Era uma equipe de segundo plano na F1, que não tinha a mesma pressão, além de que ele estava em Le Mans com uma equipe que estava no topo [Porsche]. Isso simplifica muito as coisas”, disse. “Mas até mesmo ele estava distraído no fim.”

“Na F1, o empenho mental é muito forte e, para entender se vale a pena, acredito que Alonso tenha feito bem em correr em Daytona.”

Webber participou de cinco edições da 24 horas de Le Mans, nenhuma durante sua participação na F1. entre 1998 e 1999 pela Mercedes e 2014 até 2016 pela Porsche. Conquistou um segundo lugar na classe LMP1 em 2015.

 

Mark Webber encerra carreria no final da tempora 2016 do Mundial de Endurance

(Foto: AdrenalMedia)

Mark Webber, anunciou na manhã desta quinta (13), que encerra sua carreira de piloto, ao término da temporada 2016 do Mundial de Endurance. O Australiano vai continuar representando a Porsche como embaixador. Aos 40 anos, Webber vai ser a cara da Porsche em eventos pelo mundo, além de ser um consultor para os diversos programas esportivos da marca e ajudar novos pilotos.

O CEO do WEC, Gerad Neveu, enaltece a contribuição do australiano para o esporte. “Não podemos subestimar o enorme contributo que Mark fez ao WEC, dentro e fora da pista. A partir do momento em que ele se juntou a Porsche em 2014, ele abraçou completamente o WEC. Ele tem sido um embaixador excelente. Esperamos reencontrar ele em nossas corridas.”

Já Oliver Blume, presidente do conselho executivo da Porsche, Webber remete os valores da marca. “Mark Webber representa tudo o que Porsche implica: esportividade, capacidade de resistência, simplicidade e trabalho focado para o sucesso. Ele é um ouvinte e super atencioso. Quero agradecer Mark por seu grande desempenho no Campeonato Mundial de Endurance e estou satisfeito que ele permanecerá firmemente ligado a Porsche no futuro.”

Fritz Enzinger, Vice-Presidente do programa LMP1: “Mark tem nos fortalecido com toda a sua experiência e ele está perfeitamente integrado com a equipe. Atrás do volante, ele é um lutador justo. Ao mesmo tempo, ele pensa estrategicamente. Esta mistura faz dele um estimado piloto de endurance. Venceu o campeonato em 2015, juntamente com Timo Bernhard e Brendon Hartley. Graças ao seu desempenho, esperamos ganhar os títulos do campeonato do mundo para os fabricantes e pilotos, novamente em 2016.”

Mark Webber: “Vai ser um grande desafio manter os troféus em Weissach.”

Para o Australiano, temporada não será fácil como dizem. (Foto: Porsche AG)

Mark Webber renasceu como esportista após vários anos competindo contra os jogos de equipe impostos pela RBR em detrimento a Sebastien Vettel em uma cambaleante Fórmula 1. O australiano foi campeão de pilotos pela Porsche em 2015 ao lado de Timo Bernhard e Brendo Hartley.

A meta de Webber é vencer este ano as 24 horas de Le Mans, porém sabe que o #1 estampado no seu 919 Hybrid não significa muito em um campeonato tão competitivo. “Estou ansioso para começar logo o campeonato.” Disse Webber em entrevista ao site DailySportcar.com. “O número 1 não muda nada, o carro poderia ser rosa que mesmo assim nada seria diferente. O 1 é o resultado de um trabalho duro ano passado. E nós temos que que lutar este ano de novo. Especialmente com os novos carros da Audi e Toyota.”

Webber acredita que uma pressão neste início do campeonato seja feita pela Audi, o que não deve ser encarada como uma ameaça. Há uma chance de que eles vão colocar pressão sobre nós em função da velocidade, mas não temos um carro lento. Nós não estamos preocupados com isso ainda. Vamos ver como a temporada vai. Le Mans não está longe.”

“O carro mudou. O sistema híbrido é melhor, o peso é melhor, o a aerodinâmica é melhor, a gestão dos pneus é melhor. Tentando maximizar este conceito. Não há nenhum salto de desempenho. Os tempos por volta vão ser melhores, mas se isso é o suficiente, veremos.Eu acho incrível. Nós temos menos energia e os tempos serão melhores em Le Mans.”

Le Mans sempre esteve no imaginário de Webber. Antes de competir pela Porsche, o australiano defendeu as cores da Mercedes por duas oportunidades. Em 1999 uma das imagens mais compartilhadas, o voou que deu com o CLK GT1 após o carro apresentar problemas com a aerodinâmica.

“Eu adoraria ganhar Le Mans, eu gostaria de ganhar com Brendon, Timo e a Porsche. Acredito que nós temos um bom futuro juntos. E sim, se vier, ótimo, mas é uma corrida difícil de vencer e requer muita sorte.”

Outra atribuição do piloto é o de comentarista do canal Channel 4 que cobre as corridas de F1. Mesmo tendo mais popularidade do que o WEC, Webber acredita que não falta muito para o Mundial de Endurance “roubar” este título da F1. “Acho que o WEC terá sua melhor temporada este ano. Se tivéssemos três carros seria ótimo, se tivéssemos outro fabricante seria melhor ainda. Temos a Ford na GTE, mas precisamos de outra fábrica na LMP1.”

“Globalmente, temos a emoção e o foco deve ser sobre os novos carros da Audi e Toyota indo contra nós. Vai ser interessante ver como isso se desenrola.”

Quando um ex-F1 esquece que foi um ex-F1

Sim, no endurance não se vence sozinho. (FIAWEC)

Títulos sensacionalistas e muitas vezes sem sentido com a matéria em si, são cada vez mais usados para conseguir curitas e visualizações em uma internet aonde blogs e sites “especializados” surgem da noite para o dia.

Assim grandes portais, muitas vezes engessados apenas com pautas aonde o futebol é o principal destaque precisam muitas vezes suar a camisa para destacar uma notícia tão ou melhor do que o corte de cabelo do Neymar por exemplo.

Por outro lado, blogs e sites independentes acabam abocanhando esta fatia de leitores que não tem notícias em grandes portais. Matérias sobre Endurance, NASCAR ou qualquer categoria menos relevante (para os editores) são ricamente exploradas. Muitas vezes que faz isso mais por uma necessidade, já que não existe praticamente informações em português

Em busca de curtidas e uma certa notoriedade a muito tempo, com um enfase maior aqui no Brasil  o termo “ex-F1” vem povoando as manchetes destes tidos sites especializados e é claro dos grandes portais.

Não importa se o piloto competiu na década de 20 na F1, o título da matéria sempre será “ex-F1 foi tetra campeão no Mundial de carrinho a pilha”. Esta falta de interesse em buscar informações sobre a nova categoria em que o cara compete acaba deixando o texto e a qualidade do profissional questionável.

O exemplo mais recente foi com o australiano Mark Webber, que deixou a F1, muito pelos descontentamentos com Vettel e a predileção da RBR pelo jovem talento. Sim ele resolveu mudar, não se aposentou como era dado como certo por jornalistas. Recomeçou sua carreira no endurance e foi campeão pela Porsche. Não é em uma categoria regional, muito menos por uma equipe principiante.

Foi campeã pela Porsche. Mas ao contrário da F1 que ela seus pilotos a um patamar muitas vezes utópico, Webber teve a ajuda de Timo Bernhard e Brendon Harley, bons pilotos. Ao contrário da F1, o endurance cultua o carro, talvez seja este o problema de alguns jornalistas ou blogueiros em aceitar que apenas um piloto mereça o título de campeão.

“Estou muito feliz por ter a força com uma marca tão incrível que em 18 meses conquistou o título de pilotos e construtores em cima de equipes bem mais organizadas e com tempo de estrada”, disse Webber.

“A Audi está a muito tempo nesta competição. Eles tiveram que lidar com a Peugeot a pouco tempo, depois com a Toyota e agora com a gente. Para mim, é um momento especial ganhar um título mundial com a Porsche. Essa é a coisa mais importante para mim neste momento.”

Webber não é hipócrita. Por conta da sua carreira na F1, como um piloto técnico foi contratado pela Porsche, mas em todas as entrevistas que dá não fala do “tempo em que viveu na F1”.

Ele pensa para frente, e é assim que a vida deve ser. Pena que quem deveria passar a informação correta fez tudo errado. Não foi nenhum, nem dois, sites que deram em suas machetes que Webber venceu sozinho o WEC, desprezando ou desconhecendo que fez isso com mais dois pilotos.

E se o Porsche vencedor fosse o #18? E se na equipe desse Porsche tivesse um mecânico que trabalhou em uma equipe de F1? A machete seria. “Ex-mecânico que trabalhou em um carro de F1 nos anos 90 é determinante para título da Porsche no WEC.”

Webber competiu por 11 anos na F1, por equipes pequenas e de ponta, venceu corridas mas nunca ganhou nada. Talvez este seja o problema dos entendidos da F1, aceitar que um ex-piloto teve sucesso em outra categoria que vem desbancando o sacrossanto criando por Bernie Ecclestone.

“Para ser campeão do mundo em carros esportivos, a este nível, OK, não há 26 carros no mesmo ritmo, mas há cinco ou seis carros em ritmo superior”, disse ele. “Os pilotos neste campeonato são muito, muito fortes. Eles são especialistas neste campeonato e eles são muito rápidos.”

“Tem sido uma grande curva de aprendizado para obter o máximo de mim neste campeonato, mas acho que este ano eu contribuí também. A coisa toda foi tão bom como eu poderia ter esperado, e é por isso que eu me sinto completamente parte do Campeonato do Mundo.”

O piloto foi humilde em reconhecer que 2014 foi um ano tenso, principalmente por não ter experiência em protótipos. “Para mim, o carro está um pouco melhor este ano”, disse ele. “No ano passado eu não estava completamente feliz com o carro e teve que se acostumar com a nova categoria e como ele era. Este ano, nós obviamente colocamos mais downforce, que é algo que eu estou acostumado.”

Webber também desempenhou um papel-chave no desenvolvimento das duas versões do 919, levando em conta sua experiencia de F1, e também dos protótipos que dirigiu nos anos 90. “Eu acho que minha experiência nessa área tem sido agradável no desenvolvimento do carro”, disse ele. “Eu trabalhei duro com a equipe e sempre encontrei novas áreas para desenvolver.”

“Depois de Le Mans, eu vi a equipe tão feliz, tão animada. Os regulamentos não irão mudar muito no próximo ano, um pouco de combustível será alterado aqui e ali. Então tivemos que continuar aprendendo o máximo que pudemos. Melhoramos o carro desde Le Mans e será com ele que vamos em Silverstone no próximo ano.”

Com a Audi e Toyota com carros completamente novos a missão da Porsche e de seus pilotos não será fácil, e quem sabe a síndrome do “ex-F1”, saia um pouco das manchetes.

Mark Webber e o aprendizado do WEC

A temporada de 2014 do Mundial de Endurance não foi marcante apenas para a Toyota que conquistou seu primeiro mundial. A Porsche voltou as provas de longa duração depois de 16 anos e com ela trouxe um dos principais pilotos da F1 da atualidade, Mark Webber.

O Australiano que vinha de uma conturbada temporada de 2013 na Red Bull na F1 aonde um conhecido jogo de equipe favorecia Sebastien Vettel. Para o seu segundo ano Webber espera vencer e vencer.

Com seus companheiros Timo Bernhard e Brendon Hartley marcou três pódios e viu sua equipe conquistar a primeira vitória nas 6 horas de São Paulo, aonde foi protagonista de um forte acidente.“No primeiro ano eu aprendi muito, para ser honesto”, disse Webber ao site Sportscar365. “Eu estava definitivamente nervoso, especialmente em Le Mans, onde tinha pouca experiência. As outras corridas fui melhor até por conhecer mais a pista. Obviamente, o acidente no Brasil não estava nos planos. É difícil lidar com corridas de resistência quando você vem de uma categoria individual como a F1. O ano passou e eu estou esperando para ser um piloto melhor neste ano.” Comentou.

Para este ano Webber vai contar com uma versão melhorada do 919 Hybrid que irá competir na classe de 8MJ. O carro já mostrou sua força nos testes oficiais em Paul Ricard aonde liderou as seções de treino. “Eles fizeram um bom trabalho. É uma abordagem otimista, obviamente, com 8 MJ, a tecnologia é extremamente avançada. Estamos aprendendo um pouco no início da temporada com esta capacidade.Ainda há alguns problemas em nosso carro; é natural, você não pode esperar que tudo esteja perfeito na primeira corrida. Mas vamos melhorar o que pudermos até Le Mans.”

“Ainda é relativamente cedo. Nós não temos o carro completamente perfeito, mas estamos indo muito bem, devo dizer. Então, podemos começar a dar ao carro um pouco mais de amor para as corridas curtas, no ritmo e intensidade “. Disse.

Australiano ficou internado alguns dias no Brasil após o acidente em Interlagos.

O segundo ano da Porsche no WEC também é cheio de mudanças. Novos pilotos que estarão no terceiro carro para Le Mans, bem como a mudança de engenheiros além das novidades do carro. Webber acredita que todos os dia serão um aprendizado para todos.

Esse é um grande passo para nós, devo dizer”, disse ele. “No segundo ano, nós temos muito mais pessoas nas áreas de desenvolvimento. Porque nos primeiros 12 a 18 meses, você está realmente aprendendo sobre o carros e as provas. Quando você está com a estrutura mais organizada, tudo acaba sendo mais fácil.”

Webber não aponta a Porsche como uma candidata ao título mesmo liderando os testes em Paul Ricard. “Até agora, há uma série de aspectos positivos para nós”, disse.”O cronômetro será a resposta em Silverstone . Só lá saberemos o que está acontecendo. “