Organização das 6 Horas de São Paulo confirma a realização da etapa do Mundial de Endurance no Brasil

(Foto: Porsche)

Após site de notícias divulgar, que a realização das 6 Horas de São Paulo estava em risco, por conta da “crise” política que assola o país, A N Dudutch Motorsports, promotora do evento, emitiu nota negando as informações. 

Os rumores surgiram durante este final de semana, durante a etapa da China do WEC. O CEO do WEC, Gerard Neveu, em reunião com as equipes, teria dito para os times não comprarem passagens para o Brasil, devido ao atraso de obras no circuito de Interlagos e do panorama político do país. 

Neveu ainda pediu para que as equipes, esperassem novidades para as próximas semanas. O circuito terá novos boxes e uma cobertura sobre o paddock. As estão sendo realizadas e estarão concluídas antes da prova, marcada para o dia 1º de fevereiro de 2020. 

Confira a nota da N Duduch na íntegra: 

Apesar dos ditos rumores que surgiram em torno da realização das 6 Horas de São Paulo, a organização do evento confirma que a equipe segue trabalhando normalmente para o sucesso da etapa, a quinta da temporada 2019/2020 que está marcada para acontecer entre os dias 30, 31 de janeiro e 1º de fevereiro no Autódromo de Interlagos.

“Os ditos rumores surgiram devido à preocupação com o momento econômico que o país atravessa. Porém, essa questão não impacta nas tratativas, que seguem à todo vapor com os patrocinadores locais. Os trâmites com alguns fornecedores brasileiros também são uma preocupação do FIA WEC, que não está habituado com os procedimentos para a contratação, que é feita por meio de licitação pública” afirma Nicholas Duduch, CEO da N Duduch Motorsports, promotora do evento.

“A gestão pública da cidade de São Paulo tem cumprido à risca o compromisso assumido com o FIA WEC em oferecer toda a infra-estrutura necessária, de acordo com os cadernos de encargos, para que o evento aconteça nas melhores condições, seguindo as exigências da FIA”, continua o dirigente.

“Temos a certeza de que o evento será um sucesso e que o público brasileiro vai vibrar com seus representantes na pista, afinal estamos trazendo o espírito de Le Mans para o autódromo mais importante da América do Sul”, completa Duduch.

Ingressos para etapa do WEC no Brasil começam a ser vendidos em maio

(Foto: Porsche)

Os promotores das 6 Horas de São Paulo divulgaram nesta quinta-feira, 21, a data de venda dos ingressos para a etapa do Brasil do WEC. O primeiro lote estará disponível a partir do dia 4 de maio.

A prova disputada no circuito de Interlagos, será no dia 1º de fevereiro, quinta da temporada 2019/20, que inicia com a etapa de Silverstone, no dia 1º de setembro, na Inglaterra. Para saber mais acesse o site oficial da prova: https://www.6horasdesaopaulo.com.br/

Audi faz dobradinha em Interlagos.

A foto ai em cima mostra um pouco do que foram as 6 horas de São Paulo e mais uma vez comprova que no automobilismo ainda existem pilotos que correm para vencer, independente das suas dificuldades. O acidente do Toyota #8 com Stéphane Sarrazin, ainda na primeira hora da prova, quando encontrou a Lotus #32 mostrou a garra do piloto que era a esperança de que o time da Audi tivesse algum adversário na prova. O novo pacote aerodinâmico da equipe Japonesa teria surtido efeito, mesmo que a vitória não tivesse vindo, mas dificultando mais as coisas para a Audi.

Mas não foram, e mesmo fazendo uma largada melhor o Audi #2 do trio Kristensen, Duval e McNish não conseguiu segurar o ritmo do Audi #1 de Fassler, Tréluyer e Lotterer que estavam “brabinhos” pelo resultado de Le Mans, vencer em Interlagos era questão e honra. Venceram de forma tranquila até, e foram ajudados muito pelas 2 punições que o #2 teve em duas voltas seguidas. A primeira por conta de andar mais rápido nos boxes, e a outra que proporcionou um uma cena inusitada, já que o carro foi liberado com a roda traseira mal fixada e durante a saída dos boxes a roda soltou e saltou para cima do carro. Além de perder uma volta inteira com três rodas, recebeu a segunda punição por ter saído de forma insegura dos boxes. Esse não era o dia dos campeões de Le Mans e muito provavelmente estava agradecendo que esse azar se deu no Brasil e não em Sarthe.

Audi #1 com vitória fácil

Por conta do acidente do Toyota o que se viu foi uma bandeira amarela que fez os torcedores pensarem que estavam assistindo uma prova da Fórmula Indy ou da NASCAR. O carro de segurança passou praticamente 1 hora na pista para a manutenção da barreira de pneus e a retirada de 2 carros. Faltou planejamento, visto que o reparo era algo simples. Parecia que não tinha guincho perto da área, ou se não tivesse que fossem postos estes veículos nas áreas com maior incidência de acidentes. A prova teve, de fato, 5 horas de duração. Acredito que a organização, acostumada as categorias com regras não tão rigorosas, deveria ter sido melhor instruída neste sentido. Mesmo em uma prova longa aonde o público (no Brasil) não está acostumado esta paralização lenta acabou esfriando e muito a atenção do público.

Ainda na P1 o terceiro lugar ficou com o #12 da equipe Rebellion do trio Nicolas Prost, Nick Heidfeld e Mathias Beche que correu praticamente sozinho, já que o HPD da equipe Strakka Racing abandonou o campeonato, poupando recursos para a temporada 2014. A própria Rebellion vai fazer o restante da temporada com apenas 1 carro já que desenvolve um novo LMP1 em parceria com a Oreca.

G-Drive vence na LMP2

Na classe LMP2 tivemos um belo duelo entre as equipes OAK Racing e G-Drive Racing. O consumo ligeiramente maior por conta dos carros de OAK Racing, obrigando a mais paradas, culminou com a vitória do #26 dos pilotos Roman Rusinov, Mike Conway e John Martin. Em segundo o #35 da OAK Racing com Bertrand Baguette, Ricardo Gonzales e Martin Plowman. Fechando o pódio da LMP2 o #49 da Pecom Racing dos pilotos Luiz Perez Companc, Nicolas Minassian e Pierre Kaffer.

Já na classe GTE-PRO aconteceu de tudo. Carros com três rodas, carro pegando fogo e muita decepção para quem esperava uma vitória do brasileiro Bruno Senna. Ainda nas primeiras voltas, a primeira baixa foi com o Porsche #92 que teve o pneu dianteiro furado, mas que se recuperou rapidamente. A disputa durante toda a prova foi entre os carros da AF Corse e Aston Martin e o ajuste de desempenho imposto para os modelos britânicos e alemães não surtiu aquele efeito todo que se esperava, mas foi benéfico para a Ferrari que venceu com o #51 pilotado por Gianmaria Bruni e Giancarlo Fisichella que seguraram a pressão do #97 da equipe Aston Martin da dupla Darren Turner e Stefan Mucke. Em terceiro o Porsche #91 de Jorg Bergmeister e Patrick Pilet.

Ferrari teve uma bela disputa com a Aston Martin

Bruno Senna que vinha na quarta posição acabou se envolvendo em um acidente e teve a suspensão traseira do seu carro quebrada, impossibilitando o #99 de um bom resultado, visto que era favorito a vitória. Outro carro que teve problemas foi a Ferrari #71 da dupla KAmui Kobayashi e Toni Vilander que pegou fogo e mostrou um Vilander exímio saltador, tendo em vista o medo de ser atingido por uma explosão.

Entre os GTs da classe AM a vitória ficou com o #96, da equipe Aston Martin da dupla Stuart Hall e Jamie Campbell, em segundo a Ferrari #81, da equipe Enzo Potolicchio, Rui Aguas e Davide Rigon. Fechando o pódio o Porsche #88 da equipe Proton Competition de Christian Ried, Gianluca Roda e Paolo Ruberti. O Brasileiro Fernando Rees, da equipe Larbre, enfrentou problemas em todo o final de semana com troca de motor e fez apenas uma prova para cumprir tabela. Terminou em 6º.

Equipe 8 Star vence entre os amadores.

Se comparada a primeira edição da prova em 2012, as 6 horas de São Paulo tiveram um crescimento considerável, mesmo com as arquibancada bem vazias se comparada a outras categorias. A transmissão da prova na íntegra por parte do SPORTV também melhorou e muito, os comentaristas não são especialistas em endurance, mas não desapontaram e, principalmente, não foram repetitivos em uma prova de 6 horas, o que é algo raro. Talvez o único senão seja as comparações demasiadas com a F1. Está certo que para o grande público endurance ainda é algo novo e é uma modalidade bem mais complexa, com muito mais detalhes do que a F1, mas não vai adiantar nada querer promover o campeonato sendo algo secundário em relação a F1. Os dois tem suas características sim, mas tem filosofias destinas. Em nada vai mudar o filho de Alain Prost correr na mesma pista que o sobrinho de Senna. Eles iriam disputar alguma coisa? Nem da mesma categoria eram. Se querem fazer algo diferenciado, que invistam na história da categoria que é muito mais rica do que qualquer outro campeonato, sem comparações baratas e sempre puxando a sardinha para pilotos brasileiros. A próxima etapa será no Circuito das Américas nos EUA, no dia 21 de Setembro. Até lá.

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WEC São Paulo: Quando dois derrotam seis

(Foto: Divulgação Toyota)

A etapa de São Paulo do WEC foi interessante. Não vou dizer que foi ruim pois uma prova de 6 horas em um primeiro momento pode ser chata e apenas em alguns momentos tem emoção.
 
Mas a prova foi boa. A vitória da Toyota merece o devido destaque principalmente em uma pista aonde ninguém conhecia e com a força dos dois modelos Audi. Na última etapa em Silverstone o time Nipônico já dava pinta de ser o favorito na etapa brasileira, derrapou no alto consumo mas ganhava facilmente em velocidade final e repetia o que a Peugeot fazia nos tempos em que competia com a Audi.
 
Marcou a pole e liderou de ponta a ponta apenas perdendo durante as trocas de piloto. O carro que tem apenas 3 corridas (2 em que terminou) mostrou força e pode ter certeza que vai incomodar no resto do campeonato. Esperei mais da Audi principalmente do time McNish, Kristensen e Digrassi. Não vou dizer que o trio foi péssimo, McNish guiou com maestria e levou o carro até onde podia, Digrassi idem mostrando que pegou gosto pelo endurance e tem tudo para continuar no time oficial de fábrica. O “senão” foi Kristensen que rodou e apenas “guiou” o carro sem fazer grandes manobras. Será que não está no hora da aposentadoria?
 
Os pilotos do Audi #1 Marcel Fassler, André Lotterer e Benoit Tréluyer também foram meros espectadores do time Japonês. A vitória da Audi, principalmente com o título antecipado não deixa de ser um mérito porém seria assim se a Toyota tivesse participado de todo o campeonato? Teremos a resposta nas próximas etapas.
 
Entre os protótipos a gasolina a Rebellion teve uma boa disputa com a Strakka Racing e JMW tendo uma boa alternância entre as posições intermediárias, porém a vitória ficou com o #12 de Nicolas Prost e Neel Jani.
 
Na classe P2 a vitória ficou com o #44 da equipe Starworks Motorsprot, seguido pelo Oreca da Pecon Racing e Morgan da OAK Racing.
 
Entre os GT da classe PRO disputa boa entre a Ferrari da equipe AF Corse e Aston Martin. A vitória ficou com o carro italiano. Em terceiro o Porsche da Felbermayr Proton.
 
Na classe AM, tivemos a vitória do Corvette da equipe Larbre aonde compete o brasileiro Fernando Rees. A decepção da prova sem dúvida foi a Ferrari da equipe AF Corse aonde competiam os brasileiros Francisco Longo, Xandinho Negrão e Enrique Bernoldi. Logo no começo o carro provocou acidente decolando por cima de um Lola da classe LMP2. Com o conhecimento de que todos tinham da pista se esperou mais. O resultado poderia ter sido melhor e até uma vitória chegou a ser postulada. Culpa do carro? Ou do nível técnico dos pilotos. Tirando Bernoldi, Xandi Negrão e Longo poderiam ter feito melhor corrida.
 
A transmissão na integra pelo canal SPORTV3 me surpreendeu. A escolhe de Lito Cavalcanti como comentarista foi a melhor escolha que a Globosat poderia ter feito. Mesmo não dominando a categoria Lito reconhecia os erros e equívocos e deixou que vários torcedores dessem sua opinião durante toda a transmissão. Poucos intervalos também merecem destaque.
A próxima etapa será as 6 horas de Bahrain no dia 29 de Setembro.

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