Treinos são feitos para treinar, testar. Buscar configurações que possam ganhar uma corrida. Se treina ou se testa de todos os tipos. Pneus gastos, pouco combustível, algumas alterações aerodinâmicas.
E é mais ou menos assim que foi o ROAR, testes oficias para as 24 horas de Daytona. Quando a IMSA e a Grand-Am se unificaram no final de 2013, para dar origem ao TUSC e que neste ano virou o WeatherTech SportsCar Championship, muito se cobrou e questionou a entidade sobre o escancarado favoritismo dado para os Daytona Prototype.
Nada mais óbvio. Como reza a tradição americana com seus enormes e beberrões motores, ver um Le Mans Prototype vencer Daytona e superar os pesados DP, sequer passou pela cabeça da família France. Dona da NASCAR e desde 2014 da IMSA.
Desde então nenhum LMP2 teve vida fácil. Ganharam poucas corridas, mesmo sendo protótipos mais rápidos e modernos. As equipes que apostaram no LMP2 por muito tempo viram seu investimento indo pelo ralo. Não podiam vencer pois não tinha o “jeito americano”.
Este ano será o último que veremos os DP em pista. Para 2017 uma nova geração de LMP2 vão estar na pista. Receberam o sugestivo nome de DPI (Daytona Prototype Internacional), mas serão modelos LMP2 com possíveis carenagens de Corvette ou algum modelo americano.
Neste final de semana o ROAR nos mostrou que existe luz no fim do túnel, e que é possível um LMP2 vencer Daytona ou qualquer corrida do IMSA. Claro, foi só um teste com várias alternativas de acerto, mas pelo menos neste início os LMP2 estão em pé de igualdade com os pesados DP.
Pipo Derani foi o “vencedor” do ROAR. Foi o piloto mais rápido das sete seções de treino. Com o tempo de 1:39.249, obtido na segunda seção de treinos, Derani provou que se pode sonhar com a vitória de um LMP2. Mas não foi somente Pipo que fez bonito. Outro brasileiro, Oswaldo Negri que pilota o Ligier da equipe Michael Shank foi o segundo mais rápido no geral marcando 1:39.438.
Outros LMP2 como o BR01 da SMP Racing, e os dois Lola da equipe Mazda também marcam bons tempos e mostraram uma evolução. As principais equipes DP, Action Express, Wayne Taylor ficaram entre os primeiros, mas nada de extraordinário. Estariam aprontando para a corrida? Quem sabe.Com a tabela de tempo de todas as seções nas mãos, os oito melhores tempos foram a baixo de 1:39, desses oito, cinco foram obtidos por carros LMP2.
Jack Hawksworth foi o piloto mais rápido da classe PC com o #8 da equipe StarWorks Motorsprots com 1:42.118. Seu principal concorrente foi a forte Core Autosport que levou três seções, PR1 MAthiasen 1 e Starworks 2.
Entre os carros da classe GTLM a briga acirrada de sempre. A Corvette Liderou três seções, BMW três e Scuderia Corsa com Ferrari 1. O destaque é o Ford GT que se manteve entre os primeiros em praticamente todas as seções. Coube a Lucas Luhr marcar o melhor tempo com o BMW #100 1:45.088. A Porsche não figurou entre os primeiros mas esteve na casa dos três décimos de diferença. Como a classe é uma loteria, todos tem chances de vencer.
Já na classe GTD, a Porsche foi a melhor com o novo GT3-R. Leh Keen marcou o melhor tempo dos dois dias com o #22 da Alex Job Racing com 1:47.852. Domien Faulkner fez um bom trabalho com o Viper #93 marcando 1:47.960. O Audi #6 da Stevenson Motorsprots ficou o tempo de 1:48.018.
Todos conhecem a pista. Quem vai vencer? Só saberemos entre os dias 30 e 31 de Janeiro.