A ACO divulgou nesta quinta (02), as equipes que irão participar do Mundial de Endurance, 24 horas de Le Mans e European Le Mans Series. Mesmo com a abertura da IMSA em Daytona nas últimas semanas, a abertura do endurance mundial acontece em abril em Silverstone.
Durante a cerimônia, simples mais honesta que apresentou as equipes, tanto dirigentes, quanto donos de equipe e fabricantes foram sucintos em dizer que 2017, será um ano tão emocionante quanto os demais, e que sim, existe vida no WEC sem a Audi.
Ela fará falta? Sim, mas a vida segue. Antes da divulgação da lista de inscritos para Le Mans, a Toyota, revelou que vai alinhar um TS050 para a principal prova do ano. Mesmo com esta adição, a classe LMP1, terá apenas 6 carros nas 24 horas e 5 nas demais etapas do WEC. É pouco.
A Toyota terá um carro a altura da Porsche? Ainda é cedo para dizer. As últimas etapas do WEC em 2016, com uma vitória dos japoneses em Fuji, mostrou um certo avanço, some aí o ótimo desempenho da equipe em Le Mans, mesmo perdendo a prova na última volta, e o terceiro carro, revelam apenas uma coisa. Eles querem vencer e principalmente convencer.
Entre os LMP2, a nova política da ACO, beneficiou Oreca e Onroak de forma descarada. Dos dez carros inscritos na classe LMP2 do WEC, os dez são manufaturados pela Oreca. O número também é grande em Le Mans. Dos 25 inscritos, 15 são da empresa de Hogues de Chaunac.
Entre esses dez Oreca, que estarão no WEC, é difícil apontar um favorito. Cada vez mais os times estão investindo em pilotos profissionais. Rebellion, Manor, G-Drive, Alpine, TDS Racing e DC Racing, sempre foram muito felizes em seus trabalhos. O pesar ficar por não ter outro fabricante inscrito.
Já na ELMS, a Onroak, com seu Ligier JS P217, leva uma pequena vantagem. São quatro, contra cinco do seu concorrente direto. Este domînio, reflete nas outras duas fabricantes. Riley, vai alinhar apenas um LMP2 em Le Mans e só. A Dallara, terá três em Sarthe e quatro no ELMS. O argumento de que as equipes teriam uma certa liberdade, fez bem para os bolsos dos dois fabricantes franceses.
A classe GTE-PRO do WEC e de LM, mais do mesmo. Equipes oficiais de Ferrari, Porsche, Corvette (apenas LM), Ford com seus quatro GTs e a Aston Martin. Vale destacar o anúncio de Pipo Derani como piloto da Ford, tanto em Le Mans, quanto em algumas etapas do WEC. Uma grata surpresa, para quem pensava que ele estaria dentro do terceiro TS030. A principal novidade da classe é “Mundial de GT”, o que deve atrair mais fabricantes nos próximos anos. A BMW já confirmou seu retorno ao WEC.
Nas classes GTE-AM, a diversidade e força das equipes que protestaram, e fizeram uma clara mudança de regras. Assim, foram aceitos carros com especificação 2015, e não apenas 2016 como era via de regra. Teremos equipes com a JMW Racing, com uma Ferrari 458 GTE, ao lado da irmã turbinada 488. Como o BoP vai resolver esta disparidade de potências?
Se entre os LMP2, a Oreca domina, tanto em LM, quanto no WEC, a Onroak, dá as cartas com seu Ligier JS P3. Dos 16 inscritos na ELMS, apenas dois não são do fabricante francês. coube a Norma alinhar dois M30 para a M.Racing e Oregon Team. Essa quantidade de carros também respinga na classe GTE. Apenas sete carros vão estar na pista.
Entre os brasileiros confirmados, temos Rubens Barrichello (ELMS e LM), pelo Team Nederland, Pipo Derani (LM e WEC) com Ford, Bruno Senna e Nelson Piquet Jr., pela Rebellion (WEC e LM). As chances de todos vencerem em suas respectivas classes é grande. Apenas Rubens Barrichello, que talvez precise de algumas provas para se habituar. Jamais duvide do talento, de um dos melhores pilotos que temos em atividade.
Durante a cerimônia, o presidente da FIA, Jean Todt, enalteceu o espírito inovador do WEC, e ratificou a importância da série para o mundo automobilístico. “A temporada de 2017 será a sexta, de um acordo bem sucedido entre a FIA e ACO. O WEC, vem crescendo, e obtendo um destaque, no esporte a motor mundial. As grandes equipes anunciadas hoje, reforçam esta posição, e será, sem dúvida, o foco de algumas batalhas intensas e dramas nestas nove corridas.
“Na classe LMP1, a Porsche defenderá sua vitória em Le Mans e no WEC, enquanto a Toyota espera repetir os sucessos de 2016. Além disso, quatro fabricantes competirão pelo novo Campeonato Mundial de Endurance da FIA nas classes GTE e LMP2. Gostaria de agradecer a Pierre Fillon, Lindsay Owen-Jones e Gérard Neveu pelo seu trabalho árduo. A grande cooperação das equipes, FIA e ACO, torna o Campeonato Mundial de Endurance da FIA o sucesso que é hoje. Estou ansioso pela temporada emocionante. “
Pierre Fillon, presidente do Automobile Club de l’Ouest: “O endurance está em muito boa saúde para 2017. Hoje, revelamos as três grandes listas de entrada para o ELMS, FIA WEC e, claro, as 24 horas de Le Mans. O espetáculo na pista será absolutamente fantástico com duelos entre pilotos de primeira classe e rivalidade total entre os concorrentes. Todos os ingredientes que compõem o DNA do endurance foram combinados para 2017. As 24 Horas de Le Mans é particularmente rica com pilotos de 16 nacionalidades. A ELMS, maior campeonato de endurance continental, maior que as séries americanas e asiáticas. Será um ótimo ano.”