O fator dinheiro novamente ronda as equipes das classes GT do Mundial de Endurance. Com o campeonato chegando a sua reta final, os preparativos para 2017 começam a ganhar corpo.
Atualmente quem corre na classe GTE-AM, disputa o WEC com modelos 2015. Para o próximo ano, os atuais modelos que estão na GTE-PRO, estarão elegíveis para a classe amadora. E é ai que começa a dor de cabeça.
A atual GTE-PRO é composta por modelos novos como a Ferrari 488, com um custo de manutenção muito maior do que a F458 que está desde 2011 no mercado. Por conta disso as equipes estão em conversas com a ACO para permitir que os atuais carros da GTE-AM possam ser utilizados em 2017.
“Há muita conversa no paddock sobre apenas congelar a classe para manter esses carros e obter alguma longevidade fora delas”, disse Dalla Lana que corre com Asto Martin ao Sportscar365. “Caso contrário, todo mundo teria que comprar um carro turbo.”
Sem planos de vender seus carros atuais Ford, Aston Martin e Corvette, resta as equipes apenas um modelo disponível, a Ferrari 488. “Com certeza, se só tiver Ferrari 488 na GTE-AM, não faz sentido para nós. Vamos parar”, disse o proprietário da equipe Proton, Christian Ried.
“Nós vimos este ano na classe PRO, o BOP … Não há nenhum cliente que quer fazer o programa com um Porsche, e também para mim, não faz qualquer sentido.”
O dono da Gulf Racing, Michael Wainwright, já deixou claro que não vai trocar de fabricante. “Certamente a Porsche está competindo este ano com um carro que não pode fazer frente a Ferrari. Não faz sentido atualizar com um novo carro vindo em 2018.”
Quem defende a atualização é a AF Corse, parceira da Ferrari. Para o chefe da equipe Amato Ferrari, um planejamento para 2017 inclui duas 488 GTE na classe AM. “É claro que a regra estabelece um ano de idade para os carros que estão na GTE-Am”, disse. “Eu já vendi meus 458 para colecionadores.”
“As regras não podem ser alteradas agora nesta época do ano.”
Antonello Coletta, chefe do programa cliente GT da Ferrari, já definiu seu plano de vendas para o próximo ano e obviamente é contra possíveis mudanças nos regulamentos. “Nós também estamos perto de assinar alguns contratos com clientes para 2017. É tarde para mudar as regras.”
Se ocorrem mudanças no WEC, elas irão respigar no European Le Mans Series. O direitor esportivo da ACO, Vincente Beaumesnil não quis comentar a declaração das equipes.
Para Dalla Lana, que passou os últimos quatro anos na classe com a Aston Martin Racing, a mudança nas regras neste momento iria manter a beleza da classe com uma grande variedade de fabricantes. “A classe tem mais de 6 carros e uma grande quantidade de fabricantes. É isso que as pessoas querem ver”, disse ele. “Se nada mudar posso competir na classe GTD da IMSA.”
Para Wainwright, além da questão do carro, também tem a graduação dos pilotos que sai apenas em janeiro, dificultando ainda mais a criação de um programa. “Como você pode obter um orçamento justo, quando você não sabe quem vai dirigir em seu carro?”
“Todas essas pequenas coisas, são problemas. Eles serão estúpidos se permitirem que a categoria AM acabe. É ela que trouxe a emoção para o GT.”
A Proton Competition também descartou se manter na classe GTE-PRO para o próximo ano. Com o retorno do Team Manthey com a nova versão do 911 RSR, o time liderado por Christian Ried já deixou claro que volta para a GTE-AM, se poder competir com Porsche.
“Com certeza, se tiver apenas Ferrari 488 na GTE-AM, não faz sentido para nós. Vamos parar.”