A maioria dos fabricantes de hipercarros demonstrou apoio à extensão dos regulamentos atuais do FIA WEC por mais três temporadas, até 2032. As regras, que abrangem os protótipos das categorias LMH e LMDh, estão oficialmente garantidas até 2029. Isso após uma renovação anunciada durante as 24 Horas de Le Mans do ano passado, mas a FIA e o ACO trabalham para prolongar a validade das plataformas na próxima década. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira, 28, pelo site SportsCar365.
A expectativa é que a confirmação oficial da extensão aconteça durante a edição deste ano das 24 Horas de Le Mans.
O prolongamento dos regulamentos beneficiaria principalmente os novos fabricantes que chegam ao campeonato, como Genesis, Ford e McLaren, que preveem estreias em 2026 e 2027. A medida também abriria espaço para outras montadoras que, segundo rumores, avaliam possíveis programas no WEC.
“Vemos cada vez mais fabricantes se juntando ao campeonato e vemos como o WEC e o IMSA estão crescendo”, afirmou Andreas Roos, diretor da BMW M Motorsport, ao site Sportscar365. “Podemos dizer claramente que o que estamos fazendo funciona. Por que mudar algo que está indo tão bem no momento?”
Fator econômico em jogo
Roos destacou ainda que, diante dos desafios econômicos atuais, manter a estabilidade dos regulamentos é uma estratégia prudente: “Na situação atual da indústria automotiva, fazer grandes mudanças pode ser difícil. O atual conjunto de regras funciona muito bem porque atrai muitos fabricantes.”
Olivier Jansonnie, diretor técnico da Peugeot Sport, também se mostrou favorável à extensão, ainda que, segundo ele, as conversas estejam em estágio inicial. “Faria sentido porque não vemos uma nova geração de carros chegando até 2030, especialmente no caso do hidrogênio, que ainda parece distante”, explicou.
Jansonnie acrescentou que permitir apenas três anos de competição para os novos projetos de 2026 e 2027 seria pouco para que as marcas extraíssem valor de seus investimentos. Reforçando a necessidade de prorrogar o ciclo atual.
As opiniões dos fabricantes que participam do WEC
Entre as possibilidades discutidas para o novo período, estão a liberação de atualizações técnicas adicionais (conhecidas como Evo jokers). Além de eventual permissão para uma segunda homologação de carro.
Representantes de outros fabricantes também manifestaram apoio à ideia. Mark Stielow, diretor de engenharia de competição da GM Motorsports, revelou que há diálogo constante com os organizadores do WEC e do IMSA sobre o futuro regulatório. “Estamos tentando entender como será esse futuro”, disse.
Já Ian James, chefe da Heart of Racing Team — responsável pelo programa da Aston Martin Valkyrie no WEC — destacou que o atual regulamento entre Hypercar, LMH, LMDh e GTP está “funcionando muito bem” e sugeriu apenas “pequenas evoluções” no lugar de uma revolução.
Aliás, Philippe Sinault, diretor da Alpine Endurance Team, classificou a plataforma atual como “um grande sucesso”. Para ele, a estabilização do campeonato e a redução de custos são fatores positivos para as equipes.
Caso a extensão seja confirmada, a ideia de um novo conjunto de regulamentos unificados, defendida anteriormente pelo chefe da Porsche Motorsport, Thomas Laudenbach, deverá ser arquivada — ao menos até 2033. O futuro desenvolvimento da tecnologia de hidrogênio, que inicialmente era previsto para 2027 e agora pode ser adiado para 2030. Também impactará no desenho das próximas regras.