A ACO busca alternativas para tapar o buraco e atrair novos fabricantes para a classe LMP1 do Mundial de Endurance. Alternativas existem, a mais viável é a adoção dos protótipos DPi no WEC.
Após a saída da Porsche, e um eminente cancelamento do programa da Toyota, a entidade francesa parece ter ouvido fabricantes, equipes e imprensa internacional e resolveu “analisar” a adoção dos modelos americanos em Le Mans.
Com as regras da classe fechada de 2018 até 2020, se algo acontecer, será depois deste ciclo. As discussões para o novo período de regras terá o início das conversações ainda neste ano.
Para o presidente da ACO Pierre Fillon, a entidade está aberta à possibilidade de unificação dos regulamentos DPi e LMP1. “Nós temos que abrir a discussão”, disse Fillon ao site Sportscar365 na Cidade do México. “Qual é o futuro da LMP1 e qual é o futuro da DPi? Lembre-se que eu estava muito entusiasmado com um protótipo comum entre ACO e IMSA e para mim não é um sonho. Acho que podemos trabalhar nisso.”
As regras da atual geração de protótipos DPi se encerram em 2020, o que seria um aditivo nos planos das duas entidades para uma possível unificação. O maior entrave é o uso de tecnologia híbrida, já que nenhuma equipe que disputa a IMSA adota tal aparato.
Gerard Neveu, CEO do WEC, também analisa a adoção dos DPi em seu campeonato, mas mostra cautela. “Espero que possamos ir nessa direção”, disse Neveu Sportscar365. “Se essa parceria funciona muito bem entre IMSA e ACO, acabamos olhando para o longo prazo, em 2020, por que não podemos imaginar ter um conjunto de regulamentos ou algo assim entre estes carros. Pode ser uma maneira interessante. O DPI poderia estar na classe LMP1.”
“Eu não sei como eles iriam trabalhar, mas vamos ficar totalmente abertos para discutir.”
“Nosso interesse é ver um forte campeonato nos Estados Unidos. Temos de encontrar a melhor maneira de executar juntos e fazer um desenvolvimento claro.”
A McLaren já deixou claro que deseja uma plataforma unificada onde possa competir tanto em Le Mans, Daytona e Sebring. Zak Brown, diretor da McLaren Technology, tem um sério interesse em competir com protótipos, desde que seja algo único. “Se pudéssemos chegar a uma fórmula que funcione para todos, eu acho que seria ótimo para o mundo das corridas de carros”, disse.
Neveu e Fillon jogam panos quentes sobre a participação da atual geração de DPi antes de 2020. “DPI é um modelo muito interessante”, disse Neveu. “Hoje ele está na América do Norte para o Campeonato Weathertech.”
“Este carro está lutando com os LMP2. Não temos espaço no WEC para acolher uma categoria adicional.”
“Se a questão é, não temos LMP1 para que possamos talvez imaginar os DPi. Mas isso não é o caso. Temos a Toyota, ainda temos a Peugeot trabalhando seriamente para chegar. Há outros fabricantes que estão interessados.”
“Temos pelo menos 4-5 LMP1 chegando próximo ano com equipes provas. Esta categoria claramente existe.”
Fillon observou que o nível atual interesse dpi para Le Mans pode não ser tão alta como inicialmente suspeitou. Atualmente um DPi pensa 100 kg a mais do que os LMP1 não híbridos, com 100 cavalos de potência a menos. Com as atuais configurações um DPi não teria condições de lutar por uma vitória no geral. “O desempenho do DPI é muito semelhante ao P2”, disse Fillon. “Você acha que se DPi gostaria de ir para Le Mans sem lutar pela vitória no geral? Esta é uma pergunta muito boa.”
* Com informações do site sportscar365.com