As mudanças nos campeonatos de Endurance neste ano em termos de números de inscritos tem levantado uma questão que sempre esteve junto com o sucesso ou as crises que a modalidade enfrenta nos últimos tempos, que são os custos por temporada.
Em 2013 o Europen Le Mans Series, viveu uma temporada de recomeço. Se em 2012 etapas chegaram a ser canceladas por falta de carros, 2013 com a adição dos carros GT3 e com provas durando 3 horas, várias equipes com orçamentos modestos voltaram a pista. Em 2014 a primeira etapa em Silverstone teve 38 carros inscritos.
O bom começo da ELMS, com os LMP2 sendo os protótipos principais, com provas em lugares aonde o endurance é visto e consumido, contrastou com o WEC, aonde apenas 4 carros estiveram em Silverstone. Além dos fator orçamento a logística de um campeonato com status de “mundial” é bem mais onerosa do que algo dentro do continente, no caso a Europa.
As premiações ofertadas pelas entidades também são um fator determinante. A título de curiosidade o vencedor da copa do mundo aqui no Brasil vai receber pouco mais de 25 milhões de Euros, Já quem vence Le Mans fatura pouco mais de 40 mil Euros.
Entre os protótipos da classe LMP1, os custos não são limitados. Não é à toa que Porsche, Audi e Toyota testam quando querem, com orçamentos no mesmo patamar da F1. Na classe LMP2 os custos são fixos em 370 mil Euros, sem motor, além de um kit Le Mans por mais 10 mil Euros. A parte de desenvolvimento não pode exceder os 35 mil Euros com testes. A Porsche vende o seu 911 RSR por 750 mil Euros.
Para uma equipe competir no WEC, com um carro os custos por temporada variam entre 2,5 e 3 milhões de Euros, segundo o site endurance.info. Já para competir no ELMS, incluindo Le Mans fica na casa dos 2 milhões. Um GTE-PRO competitivo, varia entre 2 milhões de Euros.
Como Le Mans é a cereja do bolo, muitas equipes montam seus orçamentos baseados na corrida. Os custos com a corrida, entre treinos, pneus, combustível, alojamentos varia de 700 a 800 mil Euros, ou 30% do orçamento para correr em todas as etapas do WEC ou 35 a40% no ELMS.
Os pilotos também estão inclusos no pacote, e os preços variam de 600 mil a 200 mil pago por piloto, dependendo da sua experiência. Por isso vários pilotos amadores e endinheirados acabam “alugando” um dos assentos para ajudar nos custos da equipe. Se por um lado é algo benéfico, por outro os riscos de um acidente são bem maiores do que com um piloto profissional ao volante.
E os treinos? Se pegarmos como base três dias em circuitos na Espanha ou Portugal, os valores ficam entre 80 a 100 mil para rodar 700km. Para a edição deste ano das 24 horas de Le Mans, 5 equipes acabaram desistindo de competir por conta destes custos. Millennium Racing (LMP2), Aston Martin #89 (GTE-PRO), #96 (GTE-AM) e #87. Assim todos os carros que estavam na lista de espera vão acabar participando da prova.
#50 Larbre Competition com Morgan – LMP2
#42 Greaves Motorsports com Zytek – LMP2
#29 Pegasus Racing com Morgan – LMP2
#76 IMSA Performance Matmut com Porsche – GTE-AM
#79 Prospeed Competition com Porsche – GTE-AM