bongasat.com.br

Seja o endurance real ou virtual, a notícia está aqui!
Compensa? Equipe AO Racing questiona utilidade da classe Hypercar no Asian Le Mans Series

A introdução da classe Hypercar na Asian Le Mans Series a partir da temporada 2026-27 está gerando controvérsia entre as equipes. Gunnar Jeannette, diretor da AO Racing, afirmou que a iniciativa “não faz sentido” se não houver um convite automático para as 24 Horas de Le Mans, principal prêmio concedido aos campeões das classes LMP2 e GT da série asiática.

A equipe, que venceu provas no IMSA WeatherTech SportsCar Championship, avalia a possibilidade de inscrever um protótipo Hypercar para seu piloto e coproprietário PJ Hyett, mas a ausência da vaga automática para Le Mans é vista como um obstáculo importante.

“Se a ACO não autoriza a entrada automática, por que gastar tanto dinheiro e esforço para isso?”, questionou Jeannette ao site Sportscar365, nesta quarta-feira, 06. “Não faz sentido algum para nós.”

Segundo o dirigente, o custo e a complexidade de operação de um carro Hypercar superam os do LMP2, sem necessariamente oferecer uma experiência mais gratificante para pilotos Bronze — exigência da nova classe na versão asiática.

Além disso, Jeannette destacou que, atualmente, pilotos Bronze não são elegíveis para disputar a classe principal do FIA WEC. O que levanta dúvidas sobre a real utilidade da nova categoria dentro do contexto da pirâmide de endurance.

Solução: classe privada com Bronze no WEC

Como alternativa, o diretor da AO Racing sugeriu que o WEC transforme sua atual subclasse para equipes privadas. O que já conta com inscrições da Proton Competition (Porsche 963) e da AF Corse (Ferrari 499P #83). Isso em uma categoria voltada para pilotos Bronze, possibilitando uma vaga em Le Mans via Asian Le Mans Series.

“Já existe a categoria ‘privateer’ no WEC. Abram essa categoria para os pilotos Bronze”, afirmou. “Você pode até estipular que o Bronze seja aprovado pela FIA/ACO para dirigir um Hypercar. Não é tão difícil assim. Tudo se resume ao grid e ao número de inscrições.”

O argumento de Jeannette ganha relevância diante da expectativa de entrada de novas fabricantes no WEC. Como Genesis, Ford e McLaren, o que pode aumentar ainda mais a concorrência por vagas no grid.

PJ Hyett só corre se houver vaga em Le Mans

Por fim, Jeannette revelou que PJ Hyett, vencedor da classe LMP2 Pro-Am nas 24 Horas de Le Mans deste ano, considera disputar a série asiática com um Hypercar. No entanto, a decisão depende diretamente da garantia de um convite automático para a clássica prova francesa.

“A PJ demonstrou interesse em participar do evento asiático de Le Mans”, disse Jeannette. “Mas se não houver possibilidade de uma entrada automática para Le Mans, é muito dinheiro e deslocamento para investir sem retorno garantido.”