ALMS Petit Le Mans–Na última prova do último campeonato vitória da Rebellion Racing.

Pode parecer clichê mas a American Le Mans Series acaba de fazer parte do passado do Endurance. A vitória da equipe Rebellion marca o fim de um campeonato que teve 15 edições mas que não acabou no seu auge. Talvez se tivesse acabado nos melhores dias não teria tido que se unir a Grand-Am para a criação de um campeonato único. Se será melhor, pior não sabemos.

A prova deste ano em Road Atlanta não teve o brilho de outros anos quando Audi, Peugeot e Porsche alinharam seus carros porém a competitividade nunca abandonou o sinuoso traçado e vimos uma bela disputa envolvendo o #12 da equipe Rebellion contra o #6 da Muscle Milk. A vitória do HPD era evidente por conta do conhecimento de Lucas Luhr,e Klaus Graf no traçado e principalmente em se livrar do intenso tráfego que é uma das características da prova. Mesmo fazendo a pole e liderando em todos os treinos durante a corrida o Lola B12/60 do time Suíço chegou a ficar 2 voltas atrás do #6, muito por conta de pequenos toques durante a prova. Mas assim como na edição de 2012 o rápido HPD enfrentou problemas e teve que abandonar. Se foi imbatível durante todo o ano em provas curtas na segunda mais longa seu principal trunfo a estabilidade acabou lhe deixando a pé.

Level 5 vence na LMP2

Em segundo lugar na classe P1 o #16 da equipe Dyson dos pilotos Chris Dyson, Tony Burgess e Chris McMurry   que nunca foi um fator durante a prova mas que sempre foi um adversário difícil quando o Lola da equipe Rebellion chegava para ultrapassar, Tanto que chegou a 20 voltas de desvantagem em relação ao líder. Além do HPD o Delta Wing Coupe também não completou a prova.

Na classe LMP2 uma belo duelo entre os 4 carros HPD ARX-03b das equipes Level 5 e Extreme Speed que culminou com a vitória do #551 da Level com os pilotos Scoot Tucker, Ryan Briscoe e Marino Franchitti que superarem o #01 da EMS com Scoot Sharp, Anthony Lazzaro e o ótimo David Brabham que chegou a liderar nas voltas finais mas acabou perdendo a posição durante os pits stops. Foi muito bom ver Brabham novamente em carros de endurance, visto que compete atualmente na F-Indy. Em terceiro o #552 de Guy Cosmo, Peter Dumbrek e Jonny Kane. As equipes que competem atualmente na LMP2 já anunciaram que vão manter seus carros na classe ano que vem, A Level 5 foi além e comprou também um Oreca FLM09 para disputar a classe PC.

Falando nos LMPC a vitória da classe acabou nas mãos da equipe BAR1 Motorsports do trio Kyle Marcelli, Chris Cumming e Stefan Johasson, que por muito pouco não ficou com a equipe 8Star Racing aonde competiu o brasileiro Osvaldo Negri e Sean Raythall que acabou se perdendo no tráfego além de estar com problemas na carenagem traseira. Em terceiro na classe o #05 da equipe Core Motorsports dos pilotos Jonathan Bennett, Tom Kimber-Smith e Mark Wilkins. Bruno Junqueira acabou em 7º na classe.

Tubarão da Falken superou favoritos e venceu na GT.

A Classe GT sem dúvidas foi  mais disputada. Quem esperava uma vitória da Ferrari da Rizi Competizione ou dos Corvette, BMW ou Viper assistiu uma pilotagem agressiva do Porsche #17 da equipe Falken Tire dos pilotos Wolf Henzlewr, Bryan Sellers e Nick Tandy que soube “sobreviver” ao que parecia ser uma luta de carros de choque como nos parques de diversão. Tanto a Ferrari da Rizi quanto os Viper e o próprio Porsche vencedor estavam irreconhecíveis pela quantidade de batidas durante a prova que em sua primeira parte foi disputada sobre forte chuva. Em segundo o BMW #56 dos pilotos Dirk Muller, John Edwards e Bill Auberlen que quase roubaram a vitória nas últimas voltas por conta de um erro do Porsche #17. Em terceiro a Ferrari #62 de Olivier Beretta, Matteo Malucelli e Robin Liddell que marcaram a pole e durante toda a prova optaram por uma pilotagem agressiva, o que acabou prejudicando mais do que ajudando visto os vários passeios na grama além de de um toque com um dos Corvette o que danificou o para choque traseiro. Com o sexto lugar o Corvette #3 do trio Jan Magnussen, Antonio Garcia e Jordan Taylor se sagrou campeão da classe.

Os Porsche da classe GTC a vitória ficou com o #45 da equipe Flying Lizard de Nelson Canache, Spencer Pumpelly e Madison Snow. Em segundo o #27 da Dempsey Racing com Patrick Dempsey, Andy Lally e Joe Foster e fechando o pódio o #11 da equipe JDX Racing de Mike Hedlund, Jan Heylen e Jon Fogarty.

Ano que vem tudo será novo no automobilismo americano. Espero que o United Sport Car Racing traga mais emoção e uma maior diversidade em termo de grid. O calendário que engloba as 24 horas de Daytona, 12 horas de Sebring e Petit Le Mans tem uma qualidade superior ao do WEC, porém necessita de equipes de fábrica principalmente nas classes de protótipos. Se hoje os GTs é quem dominam a preferencia do público pela sua diversidade podemos sonhar sim com uma classe de protótipos mais diversificada. Pelos prognósticos o campeonato do ano que vem vai ter mais cara de ALMS do que de Rolex. É o que espero.

Resultado Final.

ALMS Austin–Corrida fora dos padrões da ALMS coroa mais uma vitória da Muscle Milk

Assistir os carros da ALMS correndo no Circuito das Américas foi estranho. Acostumado a ver os carros em pistas esburacadas, apertadas foi no mínimo inusitado por conta de um traçado tipicamente europeu e os pilotos não desapontaram o público. Acredito que esta foi uma das poucas provas da história da categoria que não teve uma bandeira amarela sequer, e muito se deve a estrutura da pista com áreas de escape asfaltadas o que possibilitou um retorno rápido a pista depois de uma escapada.

Se o aspecto em torno do circuito mudou e muito a cara da ALMS o primeiro lugar no geral foi o mesmo de sempre. O #6 da equipe Muscle Milk da dupla Lucas Luhr e Klaus Graf tiveram a prova mais fácil de suas vidas sem qualquer problema com adversários e o tráfego, tanto que acabou duas voltas a frente do #16 Lola da equipe Dyson Racing. O DeltaWing que chegou a marcar o melhor tempo nos treinos fez uma corrida tranquila e acabou em terceiro na classe e em 29º no geral e segue firme e forte para a próxima etapa em Virginia.

Dobradinha tranquila da equipe Level 5 com a vitória do #551

Na classe LMP2 uma dobradinha da equipe Level 5 com o #551 em primeiro da dupla Tucker e Briscoe e #552 que também conta com Tucker ao volante com Franchitti e Cosmo. Terminaram uma volta a frente do terceiro colocado o #02 da EMS com Scoot Sharp e Anthony Lazzaro. Se esperava uma disputa mais acirrada entre os carros da classe LMP2 pelas condições iguais em termos de equipamento e pela qualidade da pista mas já na largada o os dois carros da Level dispararam e o tráfego e problemas com os rivais acabaram minando qualquer disputa.

Entre os Oreca FLM 09 da classe LMPC, vitória do #8 da equipe BAR1 Motorsports da dupla Kyle Marcelli e Chris Cumming. Em terceiro o #52 da equipe PR1 Mathiasen Motorsports de Mike Guasch e Dane Cameron. Em terceiro o #05 da equipe Core Motorsports de Jonathan Bennet e Tom Kimber-Smith. O brasileiro Bruno Junqueira da RSR Racing acabou em 6º a  uma volta do líder da classe.

Covette segurou pressão de BMW e Viper e venceu com #3

A disputa sempre atraente na classe GT nos brindou com belos pegas desde as primeiras voltas. A disputa entre a equipe Corvette com seus dois carros e o Viper da equipe SRT foram intensos mas a dupla do carro #3 Jan Magnussen e Antonio Garcia soube suportar a pressão dos companheiros de equipe Oliver Gavin Tommy Milner que acabaram abandonando por conta de problemas mecânicos e do Viper #93 dos pilotos Jonathan Bomarito e Kuno Wittmer que nas voltas finais travaram uma bela disputa roubando o segundo lugar do BMW #56 que tentava chegar na primeira posição mas com um desgaste acentuado nos pneus acabou não suportando e acabou cedendo a posição. A disputa durou até a ultima curva entre o Corvette #3 e o Viper #93 culminando com a vitória do carro amarelo.

#8 da equipe BR1 vence na LMPC

Os equipes com modelos Ferrari e Porsche tiveram corridas discretas e em nenhum momento foram fator na classe. O Porsche #06 da Core Motorsports que ano que firmou parceria com a Porsche Nort América para alinhar de forma oficial dois 911 acabou tendo problemas e também abandonou. Os 5 primeiros lugares na classe foram conquistados por carros com motor dianteiro. Seria uma tendência para 2014?

Boa disputa nas voltas finais coroa o bom trabalho da equipe TRG com o #66

Na classe GTC o pega durou também até as últimas voltas entre o #66 da equipe TRG e o #30 da equipe NGT com manobras ousadas Damien Faulkner usou a pista além das áreas de escape para superar o #30 pilotado por Sean Edwards. Um belo pega que muitas vezes é mascara pela geração de TV que prefere dar prioridade as classes importantes. Em terceiro o #27 da equipe Dempsey Del Pierro Racing com Patrick Dempsey e Andu Lally

Se o WEC tiver a emoção que teve hoje a ALMS a corrida amanha promete.

Classificação final.

Viper volta a Sarthe para ficar.

Marcando sua reestreia em Sarthe o Viper SRT é um dos carros mais bonitos do grid. Marc Goossens um dos pilotos do carro revela os planos da equipe e a expectativa para a corrida.

P. Qual sua avaliação dos testes?

R. “É difícil dizer, porque a pista estava muito molhada. Por isso, não procuramos os limites ou o desempenho do carro para não correr riscos. Tudo o que tinha sido planejado para trabalhar durante o dia foi feito e estamos felizes com o resultado. Tudo funcionou!

P. Você teve uma ótima corrida em Sebring. Quais as mudanças feitas no carro desde então?

R. Desde Sebring muitas coisas mudaram, e aqui em Le Mans, temos uma configuração aerodinâmica especial! Além disso, continuamos a trabalhar na confiabilidade e desenvolver este carro.

P. A participação do Viper na corrida é a longo prazo?

R. todos nós assinado um contrato de três anos assim, no final de 2014 tem! Depois disso, vamos ver, não estamos em fase de negociações! Mas na minha opinião, eles vão continuar!

P. Viper teve bons resultados no passado em Le Mans. Isto é um bom sinal?

R. Viper teve vários resultados muito bons aqui em Le Mans. Já nos Estados Unidos, a marca volta as pistas e as estrada para a alegria dos fãs. Nos os EUA, a comunidade Viper e tão grande quanto a do Corvette é muito importante! Nós sentimos que estamos sendo seguidos por um monte de fãs e é ótimo!

P. Qual o seu propósito nesta sua primeira participação em Sarthe com o Viper?

R. O objetivo é sempre ganhar a corrida (risos). Você tem que ver o quão longe podemos ir. Nós mostramos a competitividade e a velocidade do carro em Sebring.Esperamos conseguir um bom resultado, mas devemos sempre esperar a corrida. Vai depender das condições meteorológicas”.

P. O equilíbrio no desempenho dos carros foi ajustado. Você não perdeu peso e nem ganhou 5 litros extras no tanque de combustível. Isto vai mudar alguma coisa?

R. eu acho que não vai mudar muito para nós! Mas vamos testar durante os testes quarta-feira e quinta-feira. Eu acho que vai mudar as coisas para outros que ganharam peso. Vamos ver quinta-feira onde estamos!

Fonte: Site ACO.

24 horas de Le Mans–Classe GTE-PRO

Para esta edição das 24 horas a classe GTE-PRO tem mais equipes oficias do que a badalada LMP1. Foi o tempo que apenas Ferrari e Porsche dominavam as classes GT. O desempenho dos carros vem aumentando ano a ano. Desde que mudou sua nomenclatura a quatro anos a antiga GT2 e hoje seu desempenho quase se equipara aos antigos GT1.

Ferrari 458 Itália.

#51 AF Corse – Fisichella, Bruni e Malucelli

#66 JMW Motorsports – Andrea Bertolini, Abdulaziz Turki Alfaisal, Khaled Al Qubaisi.

#71 AF Corse – Olivier Beretta, Kamui Kobayashi e Toni Vilander.

A Ferrari 458 Itália foi apresentada no salão de Frankfurt em 2009 e leva esse nome por ter um motor de 4,5 litros e 8 cilindros. Entre as equipes a AF Corse pode se considerar a equipe “oficial” da Ferrari. Possui pilotos que já competiram na F1 como é o caso de Fisichella  e Kobayashi e ótimos pilotos de GT como Vilander, Beretta e Bruni. A outra equipe JMW é a única que compete com pneus Dunlop o que pode ser um diferencial.

Porsche 911 RSR

#91 Team Manthey Porsche AG – Bermeister, Pilet e Bernhard.

#92 Team Manthey Porsche AG – Lieb, Lietz e Dumas.

Um dos carros mais importantes da indústria automotiva. O porsche 911 foi apresentado em Frankfurt em 1963. Suas variações estão presentes em diversos campeonatos ao redor do mundo. Na história recente está em Le Mans desde 1993 quando carros GT voltaram a participar da prova. A fábrica está ausente da prova desde 1998 quando ganhou com o 911 GT1 e usa a edição de 2013 como preparação como volta a LMP1 em 2014. Os dois carros possuem pilotos de qualidade que classificaram os dois 911 em terceiro e quarto no dia de teste.

Corvette C6-ZR1

#73 Corvette Racing – Magnussen, Garcia e Taylor.

#74 Corvette Racing – Gavin, Milner e Westbrook.

O Corvette foi apresentado em 1953. As versões C5 e C6 desde 2001 tem ao todo sete vitórias em Le Mans, tanto nas classes GT1, GT2 e GTE. A marca também possui 11 participações consecutivas na grande clássica. O modelo que será substituído ano que vem pelo C7 ainda tem potencial e está constantemente recebendo atualizações. Os pilotos já mostraram seu potencial em outras edições da prova além de belas corridas na ALMS. Não é uma equipe que deve ser desconsiderada.

Aston Martin V8 Vantage.

#97 Aston Martin Racing – Dumbreck, Mucke e Turner.

#98 Aston Martin Racing – Auberlen, Dalla Lana e Lamy.

#99 Aston Martin Racing – Bell, Makowiecki e Senna.

O nome “Vantage” foi usado primeiramente nos anos 50 para designar uma versão melhorada do DB KMII. Em 2005 o Vantage V8 assumiu o desenho do DB9 que também foi um modelo competente no endurance. O desenvolvimento começou em 2998 e foi complicado. Venceu sua primeira corrida em Zhuhai ano passado e este ano em Silverstone. O carro também conquistou os melhores tempos no dia do teste oficial. No carro #99 temos o brasileiro Bruno Senna que já se acostumou com o GT. Sério candidato a vitória.

Chrysler Viper GTS-R

#53 SRT Motorsports – Danziel, Farnbacher e Goossens.

#93 SRT Motorsports – Domarito, Kendall e Wittmer.

O Dodge Viper nasceu em 1992 da cabeça de Bob Lutz que viria a ser CEO da Chrysler e Carrol Shelby que dispensa apresentações. A primeira geração do modelo fez várias corridas de endurance porém a falta de investimento e a saúde financeira do grupo aos poucos fizeram o Viper sair de cena.

Porém sob o comando da FIAT e com dinheiro em caixa o modelo ressurgiu em 2012 e assumiu por conta própria seu desenvolvimento, já que o antigo carro era desenvolvido pela Oreca. e que chegou a ganhar 34 vitórias na classe GTS em Sarthe nos anos de 1998, 1999 e 2000, e uma vitória memorável em Daytona em 2000 chegando na frente de todos os protótipos. O carro já provou que é competitivo nas provas da ALMS mas a pergunta fica, e em uma corrida de 24 horas?

Fonte. Site ACO.