No próximo final de semana iremos ter a última oportunidade de ver um belo modelo se aposentando. O R15 TDI Plus teve 1 ano de vida e fez o que seu irmão mais velho não conseguiu, vencer Le Mans.
Para entendermos o “plus” temos que entender o R15. Para 2009 a Audi precisava de um novo LMP1, mesmo que seu velho R10 ainda tinha gás ou diesel para queimar o avanço da Peugeot com o 908 era evidente. Assim nascia o R15. Sua estreia foi nas 12 horas de Sebring daquele ano e como é tradição na Audi todas as vezes que a marca estreia um novo modelo ele vence.
A vitória foi mais um golpe de sorte do que um mérito do carro já que o primeiro colocado o Peugeot 908 teve que parar nas últimas voltas por conta de um pneu furado. Na época se questionou os investimentos feitos pela Audi em 2008 quando participou de todo o campeonato da ALMS e LMS além da corrida em Le Mans.
Se esperou um novo embate entre as equipes nos 1000 km de SPA prova que antecede Le Mans e a Audi alegando problemas financeiros não correu. A vitória ficou com a Peugeot. Para Le Mans a superioridade da Peugeot se confirmou ficando com os dois primeiros lugares restando a Audi um vergonhoso terceiro lugar a 6 voltas do líder. No mesmo ano o carro ainda competiu em Petit Le Mans mas rodou durante uma bandeira amarela dando a vitória para a Peugeot.
Os primeiros testes do R15 ainda em 2008
Para 2010 era preciso fazer algo e a Audi fez. “enxugou” o pesado R15 e deu origem ao R15 plus que era mais eficiente em termos aerodinâmicos. Teve sua estreia na abertura da LMS em Paul Ricard vencendo sem dificuldades o Peugeot da equipe Oreca. O carro não competiu em Sebring e retornou somente em SPA. Correndo com um setup específico para Le Mans não resistiu a Peugeot e ficou com o terceiro lugar debaixo do mal tempo que sempre dá as caras na prova belga.
Nas 24 horas viu os 908 dominaram a corrida e sucumbirem um a um nas últimas horas e assim conseguiu os três primeiros lugares comprovante em termos que o carro era seguro mas não rápido. 2010 ainda marcava o nascimento da ILMC com suas três provas em Road Atlanta, Silverstone e Zhuhai. Nessas três corridas a Peugeot venceu de forma tranquila. Mesmo assim podemos considerar o R15 um modelo vencedor já que ganhou de forma incontestável a corrida para que foi construído as 24 horas de Le Mans.
Assim para 2011 surge o R18 TDI segundo modelo coberto da marca e que tenta manter a tradição da Audi no endurance. Sobre o R15 o diretor técnico Ralf Juttner explica ” Os pilotos têm sentido as limitações do carro durante o teste na Flórida. Falta vários cavalos de potencia. A redução do reservatório de combustível foi drástica, mas obviamente o motor consome menos. O fluxo mais lento das bombas implica em menos paradas mesmo com a capacidade do tanque.”
Se comparado ao modelo do ano passado o carro deveria ser denominado “plus menos” já que os franges do motor foram reduzidos de 33.9 para 33.5, a redução da potencia do turbo também foi em torno de 23% e por último o tanque de combustível foi de 81 para 65 litros.
O diretor esportivo da Audi Dr. Wolfgang Ullrich explica a importância da corrida de Sebring. “Sebring é o circuito que até agora praticamente todos os nossos novos protótipos fizeram sua estreia com vitória. Correr com o R18 teria sido uma tarefa monumental em termos de logística para ser executada em Sebring. Por isso que dizemos adeus agora para o R15TDI. Com as novas alterações não estamos em melhor forma que nossos adversários na classe LMP1. No entanto, queremos marcar o máximo de pontos a Copa Intercontinental. Durante as 12 horas de Sebring, há muitos fatores fora dos carros que ditam o rumo dos acontecimentos para a bandeira quadriculada. Algo específico na prova americana são as bandeiras amarelas, o desempenho da equipe e, claro, nossos pilotos experientes o tempo quente e o intenso tráfego, situações que podem definir o resultado.”
A Audi fez uma aposta de risco com estas alterações porém na melhor filosofia do endurance a vitória não vem na primeira curva. A estreia do R18 está marcada para SPA.
