Mesmo com o domínio avassalador da Ferrari no Campeonato Mundial de Endurance (WEC) 2025, o favoritismo para a 92ª edição das 24 Horas de Le Mans segue indefinido. Entre as equipes com potencial para surpreender está a Peugeot, que chega para sua terceira participação consecutiva na icônica prova desde a introdução da categoria Hypercar.
Apesar dos avanços recentes, a montadora francesa ainda enfrenta limitações técnicas que comprometem suas chances reais de vitória. O piloto Loïc Duval, experiente nome do time, reconhece os desafios.
“Não acho que tenhamos a velocidade necessária para vencer a corrida. O objetivo segue sendo a vitória, mas é preciso manter os pés no chão. Lutar por ela neste fim de semana será complicado”, afirmou Duval em entrevista para o site autohebdo.fr.
Evolução constante, mas em ritmo desigual
Durante a última etapa do WEC em Spa-Francorchamps, a Peugeot apresentou sinais animadores, chegando a disputar posições com gigantes como Ferrari, Toyota e BMW. Ainda assim, Duval alerta que o projeto precisa de tempo e paciência.
“Temos consciência dos nossos pontos fortes e fracos. Tudo está evoluindo rapidamente, mas não se muda uma estrutura inteira da noite para o dia. O mais importante é estar prontos quando tudo finalmente se encaixar”, destacou.
Segundo ele, o progresso da equipe em relação ao início do programa é evidente — tanto na parte técnica quanto na organização interna.
“Hoje estamos mais bem preparados. A logística e os processos estão mais sólidos, o que nos permite administrar melhor a maratona de dez dias em Le Mans. Isso não nos dá dois décimos por volta, mas reduz os erros e melhora nossa consistência. No fim das contas, isso significa minutos no cronômetro.”
Problemas persistentes com pneus preocupam
Uma das principais limitações do Peugeot 9X8 segue sendo o aquecimento dos pneus, especialmente em condições frias, comuns em Le Mans mesmo no mês de junho. Duval foi direto ao comentar o tema:
“Aquecimento dos pneus ainda é uma preocupação séria. Com as longas retas do circuito, é difícil manter a temperatura ideal. Em alguns anos já corremos com menos de 10 °C aqui.”
Outro ponto crítico envolve o desempenho dos compostos para pista molhada. A equipe enfrenta dificuldades com aquaplanagem, o que pode se tornar um fator determinante em caso de chuva.
Confiança moderada, mas espírito competitivo na Peugeot
Apesar dos obstáculos, Duval mantém o otimismo em relação ao futuro do programa francês no WEC. A participação ativa nas disputas em Spa elevou o moral da equipe.
“Foi incrível batalhar de igual para igual com Ferrari, BMW e Toyota. Estávamos realmente na briga, roda a roda. Isso é muito motivador para todos na garagem.”
A Peugeot ainda não figura entre as favoritas, mas sua evolução consistente ao longo da temporada 2025 do WEC coloca a marca como possível surpresa nas 24 Horas de Le Mans. Se os problemas com pneus forem minimizados e o carro mantiver confiabilidade, o time do leão pode surpreender no pelotão da frente.