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Toyota avalia entrada de carro GT500 nas 24 Horas de Le Mans pela Garagem 56

A Toyota revelou estar “muito interessada” na proposta do chefe da SUPER GT, Masaaki Bandoh, para levar um carro da categoria GT500 às 24 Horas de Le Mans, como inscrição especial pela tradicional Garagem 56.

Durante a edição de 2025 da prova francesa, Bandoh afirmou ao Sportscar365 que vem pressionando o presidente do Automobile Club de l’Ouest (ACO), Pierre Fillon, para que o carro campeão da SUPER GT receba um convite automático para competir em Sarthe no ano seguinte.

Nos últimos dois anos, esse convite teria sido destinado à TOM’S, equipe principal da Toyota no campeonato japonês, que caminha para um tricampeonato consecutivo com o GR Supra #1, guiado por Sho Tsuboi e Kenta Yamashita.

Desafio técnico para 24 horas

A Toyota é a única das três fabricantes do GT500 que também compete no Mundial de Endurance (FIA WEC), com o GR010 Hybrid na classe Hypercar. Isso poderia colocar o GR Supra — ou um futuro modelo GT500 — frente a frente com o protótipo da própria marca em Le Mans.

Segundo o diretor global de automobilismo da Toyota, Masaya Kaji, a ideia é promissora. Embora reconheça os desafios técnicos de adaptar um GT500 para a resistência de uma prova de 24 horas.

“É muito interessante para nós. O potencial dos carros é semelhante. O Hypercar é mais pesado, mas seria interessante comparar o desempenho. A maior preocupação está na confiabilidade, já que nunca utilizamos o GT500 em uma corrida tão longa”, afirmou Kaji.

Ainda de acordo com ele, a participação poderia oferecer experiência valiosa aos pilotos japoneses. Embora admita que seria necessário algum tipo de balance of performance (BoP) para evitar que o GT500 se aproxime demais do Hypercar em ritmo de volta.

Obstáculos logísticos e operacionais

O projeto, no entanto, enfrenta dificuldades. O chefe da TOM’S, Jun Yamada, destacou que a equipe não poderia simplesmente utilizar sua estrutura da SUPER GT. Um programa independente, com apoio direto da Toyota, seria indispensável.

Além disso, a TOM’S tem compromissos em outras categorias no Japão, como Super Formula e Super Formula Lights, o que complicaria ainda mais a logística.

“O maior problema seria o cronograma. Mesmo com pneus Bridgestone, precisaríamos de compostos novos e tempo de testes. A agenda se torna muito difícil. Reunir a equipe também seria complicado, pois estamos no limite de trabalho”, explicou Yamada.

Assim como ocorreu com o carro da NASCAR Cup Series inscrito pela Garagem 56 em 2023. Um eventual GT500 em Le Mans também precisaria de modificações significativas para suportar a distância.

Futuro incerto, mas interesse real da Toyota

Apesar dos desafios de custos, cronograma e adaptação técnica, o interesse da Toyota em ver seu GT500 no Circuito de la Sarthe é real. Segundo Kaji, as conversas com Bandoh e Fillon ainda estão em estágio inicial, mas a fabricante japonesa segue otimista.