A Porsche caminha para sua última corrida com seu programa LMP1 neste sábado, 18, no circuito do Bahrein. Presente desde 2014 no Mundial de Endurance, o fabricante alemão vai competir em 2018 na Fórmula E.
O desenvolvimento do 919 Hybrid remete à 2013, quando a equipe construiu um novo complexo de pesquisa e desenvolvimento em Weissach na Alemanha. A equipe encerra sua participação com três vitórias nas 24 horas de Le Mans, três títulos de fabricantes e pilotos. Com o fim do programa LMP1, a equipe mantém seus dois 911 RSR oficiais na classe GTE-PRO. De acordo com a imprensa internacional, existe a possibilidade de quatro 911 RSR estarem presentes em Le Mans, nos mesmos moldes da Ford.
Sendo um dos projetos automotivos mais complexos, o LMP é movido por um motor a combustão V4 turbo de dois litros, gerando aproximadamente 500hp que aciona o eixo traseiro. Ele é acompanhado por dois sistemas híbridos. O primeiro recupera a energia através do sistema de freios do eixo dianteiro, o segundo aproveita o calor do sistema de exaustão. A energia é armazenada em baterias de lítio.
Fritz Enzinger, responsável pelo programa LMP1 recorda as dificuldades que rondavam a equipe nos primeiros estágios do projeto. “Naquela época, nós desenvolvemos de zero um carro de corrida híbrido altamente complexo nos mesmos padrões técnicos de um Fórmula 1. Os primeiros dias foram extremamente exigentes, especialmente com a infra-estrutura recém inaugurada, incluindo novos edifícios, ao mesmo tempo, além de montar uma equipe de 260 pessoas excelentes. O timing foi muito apertado Le Mans 2014 veio muito cedo para nós. Mas, desde então, conseguimos o máximo de sucesso. Estou muito orgulhoso desta equipe e espero que possamos concluir a era do Porsche 919 híbrido com uma boa corrida no Bahrein.“
Para o chefe da equipe Andreas Seidl, a prova será tranquila, já que a equipe conquistou os títulos de construtores e pilotos antecipadamente. “Sinto um grande alívio depois dos títulos de pilotos e construtores. As emoções da despedida sob o estresse da batalha pelo título teria sido extremamente difícil para a equipe. A Toyota foi um adversário forte em 2016, já que desenvolveu um carro totalmente novo. Nós, ao contrário, mantivemos o desenvolvendo do carro existente. Que ainda ganhou Le Mans, bem como os dois títulos do campeonato, graças a performances dos nossos pilotos e muitas melhorias e a força operacional da nossa equipe. Agora temos que focar esta última corrida. Queremos deixar o palco não apenas como campeões mundiais, mas também com um desempenho que é gratificante para todos nós. Seis horas de confiabilidade e trabalho impecável são grandes desafios de homens e máquinas.”
André Lotterer que viveu uma despedida em 2016, enquanto piloto da Audi, vai encarar mais essa emoção: “Toda a equipe vai experimentar um fim de semana muito emocional no Bahrein. Eu tinha sentimentos semelhantes com Audi ano passado. Mas acho que desta vez vai ser diferente para todo o paddock, porque uma era de grande competição entre carros híbridos está terminando. Vou tentar aproveitar cada segundo e levar boas memórias comigo. Quero contribuir com um forte desempenho para uma boa despedida. A pista de Bahrein não é um das minhas favoritas, mas eu ainda gosto de pilotar lá. O clima geralmente é bom no deserto. É uma corrida desafiadora para os pneus, mas eu acho que o 919 é um carro rápido, sólida e nós temos o potencial para vencer lá.”