A Porsche causou frisson ao anunciar o Australiano Mark Webber como um dos seus pilotos, no seu programa de retorno a Le Mans ano passado. Webber que andava descontente com os jogos políticos da F1, reencontrou no Endurance o gosto de lutar pelas vitórias.
Com concepções totalmente diferentes Webber encara como otimismo o novo desafio. Em entrevista divulgada pela Porsche, o piloto relata sua expectativa e é claro as dificuldades em se adaptar ao novo estilo de pilotagem.
P. Quais as principais mudanças em termos de preparação entre um LMP e um F1?
R. “Esta é provavelmente a minha primeira temporada nos últimos cinco ou seis anos eu não tinha necessidade de ter um peso ideal no início do ano. Apesar dos testes de pré-temporada com a Porsche, a preparação para a F1 era diferente, onde eu deveria estar com o peso logo no início dos testes, além é claro de um ótimo condicionamento físico. No entanto, estarei na minha melhor forma bem antes do início do WEC em Abril. Estou ciente que esta preparação física não é tão exigente como na F1, Meu programa de treinamento também mudou, principalmente com o pescoço para lida a força G. Os protótipos são um pouco mais lento, o que faz ter menos carga sobre o corpo. Claro, algumas coisas são iguais nos dois carros, como o calor em lugares. Eu sei que há um monte de coisas que eu aprendi na F1 que irão me auxiliar. “
P. Você vai passar mais tempo dentro do carro do que no F1. Como está trabalhando para se sentir confortável?
R. “A posição do piloto é diferente da F1 que é alongada do que no protótipo. O assento é muito importante pois tem que te suportar por várias horas, e deve garantir que nenhuma parte de trás das minhas pernas adormeça. Eu preciso estar confortável nesse ambiente, mas também tenho que compartilhar o carro com os outros condutores. O trabalho nos boxes é importante. Em termos de resistência, eu acho que vai ser mais exigente fisicamente e mentalmente. A concentração será fundamental, especialmente com os retardatários. Precisamos estar atentos aos nossos adversários diretos e tentar ganhar vantagem com o tráfego.”
P. Como foram os primeiros testes com o novo LMP?
R. “Eu fiquei agradavelmente surpreso. Ele é mais pesado que F1 e com pouca carga aerodinâmica, então eu pensei que o carro não iria responder aos meus comandos, em comparação com o que eu costumava fazer com um F1. Então, eu fiquei satisfeito. Em conversas com Tom Kristensen e Allan McNish, me falaram que muitos pilotos não sabem realmente o poder que um protótipo tem, o quanto é veloz e agradável de dirigir.”
“Fiz primeiro teste no circuito de Algarve em Portugal, onde eu nunca tinha posto os pés. Foi uma bela viagem para descobrir tanto o carro quanto a pista. Também foi bom correr novamente com pneus Michelin, porque eu realmente tenho uma boa lembrança da marca. Este foi apenas o primeiro teste e, obviamente, ainda há muito trabalho a fazer. Você nunca parar de aprender, mas foi um bom começo. “
P. Você já competiu em Le Mans e protagonizou um belo voou com o Mercedes CLK em 1999. O que mudou?
R. “A maior diferença está no fato de que não ter sistemas elétricos ou híbridos naquela época. Foi muito “old-schoo”l. A alavanca de câmbio era localizada ao lado do volante, hoje, o carro parece mais com um carro de F1 com teto. Isto é muito avançado em termos de tecnologia e há uma grande transferência de tecnologia da Fórmula 1, dos anos 2000 até agora. É por isso que os carros são tão rápido em termos de ritmo e tempos de volta com a F1. “