Lucas di Grassi desembarca na Alemanha para a disputa da quarta etapa do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC), neste domingo (24), as 6 Horas de Nurburgring. Depois de conquistar a vitória nas 6 Horas de Spa Francorchamps e o terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans, o paulistano do Audi Sport Team Joest espera manter a boa sequência de resultados na categoria dos protótipos mais espetaculares do automobilismo mundial.
Além de ser a única etapa do ano na Alemanha, onde a Audi corre em casa, o tradicional circuito de 5.148 metros (uma fração do temido Nordschleife, de 27 quilômetros), Lucas di Grassi é o primeiro brasileiro a disputar uma corrida em Nurburgring pela equipe do lendário Reinold Jöest desde Ayrton Senna, em 1984.
“É uma coincidência bacana, porque a única corrida que o Ayrton participou no Endurance foi justamente com a equipe pela qual corro hoje, a Joest”, lembrou Lucas, que nem era nascido quando Senna correu a os 1000 Km de Nurburgring. De fato, convidado pela equipe, Senna disputou, em 15 de julho de 1984 – Di Grassi nascera 27 dias depois, em 11 de agosto -, a prova de mil quilômetros ao lado do sueco Stefan Johansson e Henri Pescarolo, outra lenda de Le Mans, ao volante de um Porsche 956 preparado pela equipe.
O trio classificou o carro na nona colocação e terminou em oitavo depois de ter passado 15 minutos nos boxes consertando um problema na embreagem. Reinold Jöest elogiou o trabalho do jovem brasileiro à época. “Ele foi rápido logo nos primeiros treinos. Depois da corrida ele ficou umas quatro horas conversando conosco, dando sugestões para deixar o carro mais rápido. Trabalhou de maneira muito profissional para nós”, afirmou, em depoimento para o livro “Senna – All His Races”, de Tony Dodgins.
Agora, 32 anos mais tarde, Lucas di Grassi, ao lado de Loïc Duval e Oliver Jarvis trabalham juntos do Audi Sport Team Joest para diminuir a diferença que os separam dos líderes da tabela do WEC – Marc Lieb/Romain Dumas/Neel Jani, da Porsche.
“O foco agora é diminuir a distância para o Porsche #2, que é bem grande. No entanto, ainda tem bastante chão. Faltam seis etapas”, disse Lucas. “Se conseguirmos vencer mais etapas será algo sensacional para a gente”, destacou.
A Audi traz atualizações aerodinâmicas no R18, priorizando o downforce do carro nas curvas de baixa e média velocidade do traçado alemão. E isso anima o brasileiro. “Estamos vindo de uma vitória em Spa e um pódio em Le Mans, e estamos confiantes com os upgrades aerodinâmicos do carro”, espera.