O presidente da FIA Jean Todt estuda a possibilidade de uma unificação de motores entre a Fórmula 1 e demais categorias. A ideia do motor global surgiu no final dos anos 2000, quando a entidade encomendou um estudo para uma empresa de engenharia britânica. De acordo com a proposta o motor, poderia ser utilizado em até 11 séries ao redor do mundo.
Um relatório de 2009 aponta que além da Fórmula 1, Indy, Rally, turismo e protótipos poderiam se beneficiar. Mesmo com a vantagem de custos baixos, a ideia acabou não sendo aceita pela praticidade e poucos fabricantes interessados.
Com o advento das motorizações híbridas e a tecnologia desenvolvida pelo Mundial de Endurance e Fórmula E, o dirigente acredita que tal conceito possa ser utilizado até mesmo pela Fórmula 1, que hoje pena pelos altos custos. “Provavelmente o que devemos dizer, o que também não é fácil, é que podemos usar o mesmo motor em outras categorias de automobilismo?” Disse.
“No momento, cada categoria de automobilismo tem seus próprios regulamentos individuais, então provavelmente devemos tentar ver se podemos ter algumas sinergias”.
Todt destacou que a classe LMP1 do Mundial de Endurance, que vem perdendo equipes de fábrica, pelos altos custos, também seria uma das beneficiadas. “Temos o campeonato de resistência com LMP1”, disse.
“Nós temos motores completamente diferentes, então seria sensato antecipar um futuro para o campeonato de resistência usando esta sinergia – o que, aliás, está cobrindo o mesmo tipo de quilometragem”.
Mesmo com mudanças nos regulamentos de motores no WEC para 2020/21, é pouco provável que alterações significativas sejam feitas. Com a saída de Audi e Porsche, as equipes de clientes voltaram a ser o centro das atenções na categoria.
Tentativa de unificação acabou com o Grupo C nos anos 90
Esta não é a primeira vez que a FIA tenta unificar motores entre as categorias. No final dos anos 90 o Mundial de Marcas – precursor do WEC – era o destino preferido de montadoras. Em contrapartida a Fórmula 1 vinha perdendo o interesse. Em uma manobra entre o presidente da FIA Jean Marie Balestre e Bernie Ecclestone, determinaram que os protótipos teriam que utilizar motores de 3.5 litros da F1. Com um aumento nos custos a série acabou em 1993.