Ia postar domingo à tarde o que achei da etapa inaugural da F1 na Austrália, mas como noticia mesmo ia aparecer durante o dia de ontem e hoje de manhã resolvi esperar. Assisti a corrida ao vivo na madrugada e depois gravada no domingo de manhã. Estava curioso para ver como seriam as novas regras.
A prova australiana é conhecida pelos entreveros todo início de ano e acreditava que este ano não seria diferente. Foi uma prova boa, mas o que me chamou mesmo a atenção foi o “pega” entre Massa e Button logo no início da corrida. Podemos dizer que ali pode ser testado tudo o que a FIA impôs nos últimos tempos e que não deu certo.
Em primeiro a tão badalada asa móvel que todo mundo dedica textos, opiniões (muitas vezes sem nem saber o que é) e todo mundo acredita que é bom. Não, não é bom e pelo menos para mim não foi aquele milagre que a FIA queria que fosse. Por várias vezes Massa se utilizando do KERS conseguiu escapar das investidas de Button que além de puder usar a Asa também utilizava o motorzinho elétrico. Onde está o erro? Achei dois. O primeiro os pontos que a FIA considera reta e a turbulência gerada na entrada a curva antes da dita reta.
Os circuitos atuais não são providos desta maravilha da geometria a reta. Melbourne é considerado um circuito rápido com vários pontos de ultrapassagem. Nesses circuitos “novos” é um dos que se dá prazer de ver os carros correndo, mas como todo circuito reta não é algo que os organizadores veem com bons olhos, pois além de fazer os carros passarem rápido demais fica complicado dos espectadores e a TV enxergar os patrocínios nos carros. Estou curioso para ver como será essa asa móvel em circuitos como Mônaco aonde não se ultrapassa ou em Monza que ai sim o artifício pode funcionar. Mas em provas nos circuitos do oriente médio não deve fazer muito efeito.
Outro ponto que “matou” a novidade foi a turbulência gerada pelo carro da frente. Do que adianta vários artifícios para o carro andar se a aerodinâmica o faz perder a tangente? Isso tudo em locais pré-determinados, e com N coisas para se fazer durante a condução de um F1. Não vai demorar muito para um piloto apertar botões errado e dar de cara no muro por conta disso.
E o KERS? Se fosse tão importante seria primordial para a RBR ganhar a corrida, mas não o foi. A equipe não encontrou problemas e mesmo sem o motor elétrico não teve dificuldades para ganhar mais uma. Assim como no Slogan “Red Bull te dá asas” pelo menos para eles funcionaram…
Porém uma coisa funcionou. Os pneus foram muito bons para uns e frustrante para outros. Apenas não entendi as declarações de Massa durante o final de semana. Desde o final do ano passado o brasileiro falou de boca cheia que agora os pneus estavam a contento e que se encaixavam como uma luva ao seu estilo de pilotagem. Depois da classificação e vem e solta o “problema” da má posição no grid se deve aos pneus? Ou será que o carro da Ferrari ficou aquém do esperado?
Outra coisa que chamou a atenção foi o destaque por parte de sites, blogs sobre a quantidade de campeões que estão disputando o campeonato deste ano. Sempre lembrando que a primeira impressão é a que fica (faltam apenas 18) agora os melhores foram sem dúvida Vettel e Alonso. Hamilton se limitou a completar a prova, Button penou para passar Massa e Schumacher mal completou a prova e mesmo que tivesse completado não iria fazer nada demais. Alonso teve bem menos trabalhos para administrar suas ultrapassagens o que no final foi recompensado.
No bloco dos “não campeões” Rosberg estava indo bem até acertar ou ser acertado por Rubinho em mais uma péssima corrida do brasileiro. Ainda na primeira curva já comente um erro e ainda temos que se sentir culpados quando o criticamos? Ninguém pode ser levado a sério assim. Gostei da atuação de Petrov. Gosto quando uma pessoa é tachada de algo e logo em seguida cala a boca dos críticos. O piloto da Renault fez o básico dentro das suas limitações e mostrou que o carro tem potencial.
A próxima etapa será na escaldante pista de Sepang na Malásia. Com retas maiores se pode esperar mais da tão falada Asa. Resta saber se vai funcionar.