Circuitos que poderiam estar no Mundial de Endurance

Qual pista falta no WEC? (Foto: ELMS)

A direção do Mundial de Endurance divulgou há algumas semanas, o calendário da temporada 2020/21 da competição. As novidades que agradaram muito os fãs “raiz” da modalidade, são a entrada dos circuitos de Monza, na Itália, e Kyalami, na África do Sul. 

O cancelamento da etapa de Interlagos, pela segunda vez, acabou abrindo um leque maior de possibilidades e ao contrário de outras categorias, como a F1, a intenção da direção do Mundial é competir em circuitos que já tiveram relevância histórica no endurance, como é o caso das novas adições.

Desde o ressurgimento do WEC em 2012, o campeonato teve provas em circuitos novos, em sua grande maioria projetados pelo alemão Hermann Tilke, conhecido por projetos bonitos, mas pouco funcionais.

Exemplos não faltam. Xangai, Bahrein, COTA (para muitos o melhor traçado de Tilke) e a reformulação do circuito Hermanos Rodriguez (que matou a curva Peraltada), no México e Fuji, no Japão. 

O CEO do WEC, Gerard Neveu, enalteceu a qualidade dos circuitos que farão parte da próxima temporada do Mundial.  “Quando você tem uma lista que inclui Silverstone, Monza, Fuji, Bahrain, Kyalami, Sebring, Spa e, é claro, Le Mans, você está no centro da história e do patrimônio das corridas de resistência, seu presente e seu futuro. O calendário também é excelente para o nosso roteiro logístico, pois fornece às nossas equipes o pacote mais econômico possível. Esperamos que esta programação da 9ª temporada deixe as equipes e fãs muito felizes”, comentou o dirigente. 

Mesmo com um calendário diversificado, qual circuito faz falta no WEC? Separamos alguns exemplos, baseados em tradição, velocidade e que proporcione emoção tanto para pilotos, quanto para os fãs. 

Red Bull Ring

ELMS competiu no circuito até 2018. (Foto: ELMS)

O circuito que nasceu com o nome de Zeltweg Airfield, recebeu a primeira corrida do WSC em 1966. Os vencedores foram Gerhard Mitter e Hans Herrmann com um Porsche 906. O nome mudou para Osterreichring em 1969 e durou até 1976. O traçado teve uma profunda reforma, feita por Tilke, sendo rebatizada de A1-Ring, em 1997. 

Ricardo Zonta de Klaus Ludwing, venceram em 1998 com um Mercedes-Benz CLK LM, nos últimos anos do FIAGT. O circuito foi comprado pela Red Bull e reaberto em 2011 com o nome de Red Bull Ring, sediando etapas do European Le Mans Series de 2013 a 2018. 

Nurburgring

WEC esteve presente no circuito alemão. (Foto: WEC)

O circuito alemão fez parte do WEC entre 2015 e 2017, durante os “anos de ouro” em que a Audi e Porsche mantiveram equipes na classe LMP1. Nurburgring estreou no WSC em 1953 e se manteve na competição de forma ininterrupta até 1991, com o fim do Grupo C. No decorrer dos anos a prova foi disputada tanto no traçado de Nordschleife (1953 a 1982), e a partir de 1983 no traçado GP. De 2004 até 2009 o circuito recebeu também etapas da LMS. 

Suzuka

10 Horas de Suzuka é uma das principais corridas disputadas no Japão. (Foto: Divulgação)

O circuito foi inaugurado em 1962, idealizado por Soichiro Honda, fundador da montadora Honda. Com 5.807 km de extensão em sua variante GP, Suzuka sedia provas de F1, MotoGP e carros de turismo. 

Desde a abertura da pista, é realizado as 10 Horas de Suzuka, evento que de 1980 até 1983 contou com a presença de carros do Grupo C, sob a bandeira da Japan Sport Prototype Championship. Em 1992 um Peugeot 905 Evo 1B pilotado por Derek Warwick e Yannick Dalmas, venceu a única edição válida pelo WSC. 

O FIA GT também competiu na pista entre os anos de 1997 e 1998. Atualmente as 10 Horas de Suzuka faz parte do calendário International GT Challenge, competição para carros com especificação FIA GT3. 

Road America

Provas da ALMS disputadas no circuito eram sinônimo de emoção. (Foto: Divulgação)

Inaugurado em 1951, o circuito que se autointitula como “America’s National Park of Speed”, mantém o mesmo traçado desde 1955, com longas retas e uma grande área arborizada em seu entorno. Sendo um dos principais circuitos dos EUA, Elkhart Lake, já sediou etapas da Fórmula Indy, SCCA, USRRC, IMSA GT, Grand Am, ALMS de 2002 a 2013 e United SportsCar (IMSA) de 2014 até os dias atuais. 

Montreal 

Grand-Am esteve no circuito em 2007. (Foto: Divulgação)

O circuito Gilles Villeneuve foi inaugurado em 1978, sendo o principal traçado automobilístico do Canadá. Sediou etapas da Fórmula 1, com exceção de 1987 e 2009. Com 4.361 km, a pista que fica dentro da ilha de Notre-Dame, no centro de Montreal. Além da F1, NASCAR, ChampCar e Grand Am já passaram por lá.

Negociações para uma etapa do Mundial de Endurance chegaram a serem feitas em 2016, mas a prova acabou sendo realizada no circuito Hermanos Rodriguez, no México. 

Daytona

Pipo Derani venceu em 2016 com um Le Mans Prototype moderno em Daytona. (Foto: Divulgação)

Um dos circuitos mais icônicos do mundo. Daytona, se autoproclama o “World Center of Racing”. Inaugurado em 1966 ele surgiu para acomodar as corridas da NASCAR que eram disputadas nas praias de Daytona. Desde 1962 provas de longa duração são realizadas no circuito, mas não com 24 horas. 

Ocorrem edições com 3 horas, 6 horas, 2000 Km e evidentemente 24 Horas. Desde 2014 faz parte da IMSA, mesmo ano que um LMP competiu no circuito. A pista fez parte do calendário da WSC de 1962 até 1981, passando para a IMSA GT de 1982 até 1997.