Carrinhos de Chumbo



A foto acima mostra o piloto John Surtees brincando com seu carrinho de Fórmula 1. Quem nunca teve quando era criança um carrinho que era o que mais gostava? Aquele que não podia ser emprestado para ninguém, o carro intocável, que sempre ficava no ponto mais alto da estante?
Pois bem é mais ou menos assim que Bernie Ecclestone ” chefe ” da F1 cuida com tanto carinho dos seus ” carrinhos de fibra de carbono “. Eles não podem se molhar, não podem andar em pistas realmente rápidas e muitas vezes nem podem ultrapassar.

Qual é a graça de ter um começo de corrida com o carro de segurança? Claro que a vida dos pilotos tem que ser preservada, porém muitas vezes isso extrapola o bom senso. Quem não lembra da prova de Nurburgring ano passado? Vários e vários carros rodaram, bateram pois bem o medo de ter outra prova com carrinhos de choque deve ter levado a FIA a tomar algumas preocupações a mais. Infelizmente isso acaba deixando o que mais interessa ao público, patrocinadores e a alguns pilotos: a vontade de pilotar, o gosto pela velocidade em segundo plano. Talvez esse medo de Bernie se deve a corrida que ele disputou na antiga fórmula 2 em 1968 em Hockenheim que sob forte chuva viu de perto a morte do fantástico Jim Clark

Infelizmente a categoria teve essa mudança radical com a morte de Senna em 1994, depois daquilo muitos circuitos foram ” aleijados ” para sempre como é o caso de Hockenheim, que teve seu traçado original destruído, Imola que depois de ter sido alterada a curva Tamburelo passou por uma reforma geral. Outro exemplo é o circuito de Osterreichring popularmente conhecido com A1 Ring na Áustria também está passando por reformas. Tudo em nome da “segurança”.

No lugar de circuitos tradicionais surgem provas na Malásia, Turquia, China, Emirados Árabes, não que estas provam sejam ruins ou não tenham uma boa disputa, porém duvido que pilotos que amem F1 trocaram essas provas por etapas em Zeltweg, Montreal, no antigo circuito de Nurburgring entre outros.

Mas como estamos no séculos 21 vamos falar das corridas atuais né? Me pergunto o que tem acontecido com a Ferrari? Alguém tem que benzer a equipe coisa que João Paulo II fez nos anos 80 em visita a pista de Fiorano. No atual momento do campeonato os problemas do carro já são conhecidos, dinheiro não é problema e muito menos disposição dos pilotos, então o que falta? Vontade do corpo técnico? acho difícil. Lembro depois que Alain Prost foi ” convidado a se retirar ” da equipe em 1991 a equipe enfrentou um mar de problemas, sem vitórias até que em 1993 chegou Jean Todd e botou a equipe no rumo certo. Claro que para isso tiveram que multinacionalizar a equipe algo que Enzo Ferrari nunca gostou e os ferraristas mais céticos não aprovam.

O novo ” pacote ” que a equipe está desenvolvendo deve estrear nas próximas corridas, até lá temos que torcer, rezar e esperar uma dose de sorte também. Os outros compatriotas de Massa foram de 8 a 80. Rubinho não teve um carro a altura e terminou em quarto. Nelsinho mais uma vez, ou melhor, continuou a fazer corridas no estilo que ele mesmo inventou, batendo, rodando, atrapalhando os outros colocados e fez algo não tão comum mais que Hamilton fez ano passado na mesma pista. Errar na entrada dos boxes. Acredito que a FIA devia tomar a mesma posição que teve quando ” convidou a se retirar ” o piloto Tomas Enge por incapacidade técnica. A Renault merece e precisa de um piloto mais técnico para ajudar a desenvolver o carro junto com Alonso .

Também vale destacar o festival de rodadas e escapadas de Hamilton que muitos apontaram como o novo Senna da chuva, o rei do piso molhado. Além do Grip falta um pouco de ” chão ” para ele se firmar ainda como piloto. Mas antes que todos reclamem que não gosto de Baby Drives gostei e muito da vitória de Sebastian Vettel. Mostrou competência, sangue frio e técnica para ganhar.
Próxima etapa dia 26 de Abril, semana que vem nas areias do Bahrein.

Reflexos da Crise na ALMS

Calmaria. Essa foi a palavra de ordem na segunda etapa da American Lemans que se realizou na tarde de ontem no circuito de St. Petersburg Florida. A prova foi vencida por Scott Sharp e David Brabhan ambos pilotos de modelos Acura.
A categoria LMP2 também foi vencida por um modelo nipônico pilotado por Luiz Diaz seguidos pelo Mazda de Chris Dyson na GT2 o modelo vencedor foi um Porsche 911 de Jorg Bergmeister.
A corrida teve desfalques importantes como os modelos da Audi da P1 e a Ferrari de Jaime Mello na GT2, sem contar o número reduzido de carros que largaram para as quase 2 horas de prova. Reflexo que a crise também está chegando a categoria com maior diversidade de marcas e pistas do continente americano.
Neste ano pelo menos até o momento não temos confirmação se os Porsche RS Spyder da Penske irão disputar as etapas mais importantes do campeonato visto que a equipe se mudou para a Rolex SportsCar Series.
A próxima etapa será no dia 19 de Abril em Long Beach

Resultado final da prova.