A mudança de hábitos com o Chromebook

O ser humano não é muito chegado a mudanças, isso não se resume a pessoas de idade, todos são assim. Tenho amigos que adoram carro, independente do modelo ou marca, desde que seja prata ou branco, no máximo um preto, mas mesmo assim depois de muito procurar as duas primeiras opções. Seja por comodismo, “se está bom, por que mudar? ” Ou por preguiça. Hoje temos opções em todas as áreas, e na informática não é diferente.

Vou confessar, sempre fui fanboy da Microsoft. Em todos os meus computadores era automático. Primeira formatação, Windows, office, live essentials, nesta ordem.
Pronto PC completo. Como uso ele para jogos e para as tarefas de faculdade e de manutenção do site, esse era o PC ideal para mim.

E por muito tempo foi assim. Jogava, jogava mais, realizava algum trabalho no Word, Excel. Via meus emails no Outlook e papeava no MSN e depois no Skype. Não tinha do que
reclamar. Tudo funcionava, não tinha grandes problemas com drives, a não ser algo referente aos jogos.

Se queria ver um filme baixava algum pacote de codes compatível com o media player e pronto. Mas tinha horas que o PC, no mesmo lugar sempre me causava transtornos.
Está certo eu tenho um celular com Android, com todos os apps da Microsoft instalados é claro, mas faltava algo.

Precisava de um notebook. Obviamente a escolha iria cair, entre um Macbook (caro para os meus padrões) e um Ultrabook. Fiquei tentado pela segunda opção. Mas ia
esquecendo. Não utilizava nenhum serviço na nuvem.

Tenho pilhas e pilhas de cds e dvds com arquivos, fotos e tudo o que não cabe no HD particionado do PC. Todas as vezes que formato era aquela coisa. Além dos programas que uso, tinha em cima da mesa uma pilha de dvds e pendrive com algum arquivo que precisava estar no pc, mas que eu nunca iria utilizar.

Voltando para a minha opção de mobilidade. Além das duas opções que tinha avaliado, me surgiu a ideia de um Chromebook. Não conhecia, e depois de quase 1 ano, não conheço pessoalmente outra pessoa que o tenha.

Mas ele me chamou a atenção. O modelo em questão é esse da Samsung, o primeiro que foi lançado no Brasil. Leve, pequeno com uma boa autonomia e com um custo
interessante. Paguei na época nas casas Bahia R$ 697 reais. Na mesma faixa de preço teria algum note da positivo que me daria mais dor de cabeça do que benefícios.

Para as pessoas que comentei que estaria comprando um Chromebook, o espanto, “isso não é de brinquedo? ” “Roda o Word? ” “ Não dura um mês. ” Foram algumas das
pérolas. Realmente se optasse por um Chromebook não teria os meus tão amados programas do Windows. Conseguiria viver sem o Word?

Se precisar de uma maior área de trabalho, é só ligar no monitor.

Botei uma coisa na minha cabeça. Se fosse utilizar o Chrome, teria que me adaptar a algumas mudanças na minha rotina virtual. Um mês antes de finalmente comprar,
comecei a passar meus arquivos (texto, fotos, qualquer coisa) para o Google Drive.

Eu já tinha uma conta no Onedrive mas o acesso ao aplicativo do Google me pareceu mais rápido. Depois comecei a usar com mais frequência meu gmail, que antes estava
incumbido de ser aquele mail aonde você recebe mensagens de lojas, mensagens do face, twitter e afins.

Até então nenhum problema. Faltava o Word. Não vou dizer que foi algo fácil, pois não é apenas uma tela branca em que você escreve e se algo estiver errado ele marca
com a linha vermelha.

Passei a usar o editor de textos do drive. Uma coisa que hoje é comum, mas na época para mim foi algo fantástico era salvar automaticamente os textos e planilhas. Quem
nunca perdeu metade do documento do Word após uma queda de luz? E quando ia recuperar vinha pela metade?

Não uso 90% dos recursos do Word, ou do Excel ou do PowerPoint, mas foi difícil me acostumar a utilizar tudo pelo navegador. Para ajudar nesta mudança rodava o
Chrome no Windows 8.1 com sua interface metro. Era automático viver procurando o botão iniciar.

Descobri um mundo de extensões na loja do navegador, desde editores de fotos, até uma versão web do Skype.

Chegou o grande dia. Na primeira vez que liguei o Chrome a rapidez do login me conquistou. Era só levantar a tela que ele já ligava, algo feito em segundos e impensável em um PC, e olha que meu PC não é desses das casas Bahia. Tem 8g de memória, processador de 8 núcleos e mesmo assim demora para o Windows ligar e ficar
realmente pronto para o usuário mexer.

Claro que minha experiência com o Chrome foi muito boa pois não comprei ele no escuro, migrei meus arquivos para a nuvem e decidi mudar. A bateria é algo muito bom. Navegando com um brilho de tela normal consigo 4 horas de bateria. Aonde conseguiria isso em um note?

Até o filhote assiste os desenhos, sem grandes dificuldades.

O armazenamento interno é algo que eu não uso, todas as coisas que salvo vão direto para o Google drive ou para um pendrive ou hd externo. Não tive
dificuldades de ligar teclado e mouse sem fio nele. Reconheceu de imediato.

Mesmo tendo apenas uma entrada HDMI e 2 USB, não encontrei grandes problemas em ligar periféricos nele. Quando quero uma tela maior, ligo em meu monitor e utilizo teclado e mouse externos.

O teclado dele é muito gostoso de usar, sem travamentos ou teclas duras. Mas nem tudo sãoflores. Dependendo da quantidade de extensões instaladas ele pode apresentar
lentidão. Consegui trabalhar com 9 abas abertas sem ter problemas. Vale a dica de ver quais extensões realmente são usadas para não ter frustrações futuras. Ele tem uma construção simples. Infelizmente o plástico que envolve os componentes é simples e risca com facilidade.

Para serviços como netflix e globosat play ele é perfeito. Ligo ele na TV e fico vendo filmes sem me preocupar com resolução de tela, ou alguma configuração extra.

Quando levo ele para a faculdade todos perguntam se é um Mac, ou um Netbook, pois realente não conhecem o produto e nunca ouviram falar em ChromeOS.

Estou muito satisfeito com ele, pequeno e fácil de utilizar. Muitas vezes leio comentários nesses sites de venda aonde as pessoas, em sua grande maioria compra se ligando
apenas no preço e não na proposta do produto, o que acaba passando uma imagem negativa para futuros usuários.

Se você usa programas complexos de vídeo, foto, ou diagramação, ele não é para você. Mas se você quer algo simples, rápido e com um preço mais em conta é a sua pedida.
Indico ele para pessoas com mais idade pela facilidade e segurança, já que não dá para instalar nada nele e assim aquela armadilha de “baixar vírus” é bem pequena.

Mas a maior sacada pelo menos para mim foi a mudança de postura. Hoje tudo é online, então qual a necessidade de levar toneladas de dvds ou pen drive para tudo e qualquer
lugar?

O Google não é egoísta. Existem vários aplicativos fora os oficiais para editoração de imagens, produção de textos e tudo mais o que imaginar. Poderia ter garimpado
isso no Chrome Store mas optei pelos serviços oficias e não me arrependo. 

Meu próximo plano é ter o Chromebook 2 que já está sendo comercializado no Brasil ou o sonho de consumo que é o Pixel 2, este apenas disponível nos Estados Unidos.

Muito além da Fórmula 1

Foto: Divulgação WEC

Mundial de Endurance desponta como um dos principais campeonatos automobilísticos do mundo, e pode tirar o “reinado” da F1 em termos de popularidade e tecnologia

A Fórmula 1 sempre foi considera o “suprassumo” das corridas ao redor do mundo. Nomes como o do argentino Juan Manoel Fangio, o britânico Jim Clark, o austríaco (Nick Lauda) e o canadense Gilles Villeneuve, povoam a mente de quem é fã da modalidade.

Não podemos esquecer é claro dos nossos representantes e que fizeram o nome da categoria no Brasil como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, e mais recentemente Rubens Barrichello, Luciano Burti, Felipe Massa e Nasr.

Mesmo com a mídia sempre na eterna busca por um novo “Senna” a F1 vem enfrentando uma crise política e tecnológica, talvez a maior da sua história com uma grande queda de popularidade, já que a organização que tem no comando Bernie Ecclestone acabou optando por competir em circuitos sem nenhuma tradição no automobilismo em detrimento a altos valores pagos por países asiáticos, como Bahrain, China Malásia e Abu Dhabi.

Traçados tradicionais como Hockenheim (Alemanha) e Monza (Itália), podem não estar no calendário da temporada 2016, por conta das altas taxas cobradas pela organização da modalidade. Outro fator que vem pesando contra a prova são regras que limitam o livre desenvolvimento dos carros com poucos testes durante o ano, a dependência dos pneus para o resultados da prova, já que eles acabam tendo um desgaste muito acima da média, o que já foi alvo de críticas de pilotos, e equipes e até da fornecedora Pirelli, que teve sua imagem manchada na Europa , já que muitos consumidores com medo de que os pneus para modelos de rua tivessem a pouca durabilidade, optaram por outros fabricantes.

No endurance protótipos e GTs correm juntos. (Foto: FIAWEC)

E talvez a mais criticada para os fãs da modalidade a falta de ultrapassagens. No atual estado tecnológico da modalidade e pela profunda dependência aerodinâmica os atuais carros da F1 não conseguem pegar o “vácuo” e superar seus adversários pela força do motor, já que por falta de pressão aerodinâmica faz o piloto perder o controle. Por isso, dependem de artifícios como a asa móvel que se “abre” em determinados pontos do circuito quando os carros chegam a menos de 1 segundo de distância um do outro.

Em contrapartida o Mundial de Endurance, o World Endurance Championship, que surgiu nos em 1953 como “World Sportscar Championship”, teve várias temporadas, nem todas em sequência. Teve seu ápice nos anos 80 e 90 como o Mundial de Marcas. Com provas com 6, 12 e 24 horas de duração, e tem como principal evento as 24 horas de Le Mans, prova realizada na França desde 1923.

Por conta de questões políticas e por pressão da F1 que vinha perdendo pilotos, audiência e principalmente construtores, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) impôs a direção de modalidade regras que acabaram inviabilizando novos carros e o campeonato teve sua última edição em 1992.

Desde então a ACO (Automobile Club de l’Ouest), entidade francesa que organiza as 24 horas de Le Mans vem promovendo campeonatos na Europa, EUA e Ásia que leva o nome da grande prova para manter viva as corridas de longa duração.

Com regras abertas a qualquer motorização, pneus e qualquer inovação a Audi estreou na modalidade em 1999 e desde então conquistou 13 vitórias em Le Mans, muitas delas com motores diesel. Desde 1923 a Porsche é a maior vencedora da prova com 17 triunfos.

Assim fabricantes como Peugeot, Aston Martin, Porsche, Nissan, Ferrari, Corvette e Toyota começaram a competir de forma oficial na prova. Por conta desta grande quantidade de fabricantes a FIA firmou uma parceria com a ACO e em 2012 o World Endurance Championship foi novamente apresentado com provas nos 5 continentes.

Com provas com 6 horas de duração, além das 24 horas de Le Mans o campeonato é dividido em 4 categorias, 2 de protótipos (LMP1 e LMP2), as principais e duas de carros GT (GTE-PRO e GTE-AM). Cada carro pode ser dividido com até três pilotos, e ao contrário da F1 que enaltece o piloto, aqui o astro principal é o carro.

Outro diferencial que tem atraído o interesse de fãs e fabricantes são os regulamentos livres. As principais equipes (Audi, Toyota e Porsche) que competem na classe LMP1 possuem protótipos híbridos, que tem tanto motores a combustão alimentados por gasolina e diesel no caso da Audi, quanto elétricos que são alimentados pela energia oriunda dos gases de escapamento e sistema de frios.

Um dos principais objetivos e uma das tradições de Le Mans é transferir para os carros de corrida a tecnologia oriunda das pistas. Freios a disco, faixas laterais das estradas, faróis com uma melhor performance (Os faróis de LED, hoje usado em larga escala foram aperfeiçoados na corrida), além de motores com compressor.

Brasileiros na competição.

Fernando Rees é um dos três brasileiros na competição. (Foto: FIAWEC)

Atualmente três pilotos brasileiros estão competindo. Na principal classe a LMP1, Lucas di Grassi que já teve passagem pela Fórmula 1 é piloto oficial da Audi desde 2012, quando substituiu o maior vencedor de Le Mans o Dinamarquês Tom Kristensen, que tem sete vitórias em Le Mans. Desde então di Grassi tem conquistado vitórias e foi o estreante do ano na edição de 2013 em Le Mans.

Já Fernando Rees compete pela equipe oficial da Aston Martin, e participa de provas de longa duração desde 2007. Já competiu por marcas como Corvette, Sallen e Barazi-Epsilon. Tem como melhor resultado um sexto lugar em Le Mans neste ano na classe GTE-AM com Aston Martin. O último a entrar na competição foi Luís Felipe “Pipo” Derani, que estreou no Mundial em 2015 e atualmente é o vice-líder na classe LMP2 com um protótipo Ligier na classe LMP2.