Classe GT2 e os planos para 2011

Fila de GT2 na etapa húngara da LMS neste ano

Estabilidade de regulamento, pilotos de F1 participando, fabricantes investindo diretamente. Podemos dizer hoje que a classe GT2 é um das mais competitivas se não a mais no mundo dos carros de turismo. As qualidades que listei assim são apenas algumas desta fantástica categoria que está presente em todos os continentes.

Tudo começou em 2000 com a criação da classe N-GT que depois se tornou GT3 e hoje é dividida em GT2 e GT4. Marcas como Ferrari, Porsche, BMW, Corvette, Aston MArtin, Jaguar e Spyker são os envolvidos nesta categoria. O termo “GT2” hoje é usado em vários campeonatos como os organizados pela ACO (LMS, ALMS, ILMC) GT Open, VLN e campeonatos regionais como na Itália, Portugal e Brasil.  

Seu baixo custo se comparado a categorias como F1, DTM e até a GT1 e regulamentos estabilizados por anos tem levado fabricantes a investir na classe. Até o ano passado o principal campeonato do mundo o FIAGT tinha a classe GT2 em conjunto com a GT1, porém com os planos de fazer um campeonato somente com carros da classe principal a GT2 foi excluída dos planos da FIA. Muitas equipes acabaram indo para a GT-Open e outras para a LMS como foi o caso da AF Corse que tem entre seus pilotos Jean Alesi e Giancarlo Fisichella ex-pilotos de F1 e que sempre chamam a atenção aonde passam.

Outro fator para o sucesso da classe é o fato que a maioria dos campeonatos permite que pilotos não profissionais possam participar, assim qualquer mortal com muito dinheiro  e um pouco de noção sobre automobilismo pode ir comprar seu Porsche ou Ferrari e correr contra pilotos de ponta. Nem sempre o sucesso é garantido mas em um mundo capitalista como o nosso o que vier é lucro.
Para 2011 a grande expectativa é a criação de um novo campeonato organizado pela FIA nos mesmos moldes da GT1 atual com 4 ou 5 corridas e tendo como prova principal as 24 Horas de SPA. Para engrossar o grid equipes das classes GT3, GT4 e GTN.

Em todos os campeonatos ao redor do mundo Ferrari e Porsche são as equipes mais vitoriosas e que são os carros a serem batidos. Hoje em todos os campeonatos organizados pela ACO ou é Ferrari ou Porsche  que estão na frente. O mesmo vale para a GT-Open. O desenvolvimento muitas vezes gera casos curiosos. no caso da ACO os carros de outras fabricantes tem mais liberdade de desenvolvimento para tentar superar Ferrari e Porsche, por outro lado em várias pistas os protótipos da Fórmula Le Mans são facilmente ultrapassados mesmo com mais aerodinâmica.

Para 2011 novos modelos estarão a disposição de equipes como a Ferrari F458, Porsche 997 além de atualizações do BMW que compete na ALMS. É esperado a entrada do Ford GT da Matech que está construindo uma versão para a GT2 além é claro do Panoz Abruzzi que foi apresentado no começo do mês. Também é esperado o Lamborghini Gallardo LP560 GT2 

Também para o ano que vem com o cancelamento da classe GT1 na LMS a ACO criou duas novas classes. GTPRO para equipes de fábrica e GTLive com equipes com pelo menos 1 piloto profissional. Também será reduzido o desempenho para que os carros fiquem distantes dos protótipos da classe LMP2, já na FIAGT os carros serão mais rápidos para se distanciarem da classe GT3. 

FIAGT–OS planos para 2011

Aos moldes da F1

Ano que vem o único campeonato com carros GT1 de fato será o organizado pela SRO em conjunto com a FIA. Muito provável os atuais GT1 correm na LMS ou irão para um museu ou estarão em alguma categoria secundária.

Houve um boato de que as equipes que participam da LMS desde ano iriam se transferir para a ALMS no ano que vem em uma forma de deixar o grid mais numeroso porém até o momento nada foi confirmado e seria necessário 4 carros para fazer uma “classe” de fato na categoria.

Pensando assim o que esperar da FIAGT para 2011 e nos anos vindouros? Nos moldes que o campeonato atingiu este ano com provas fora da Europa tudo indica que será uma “F1 de turismo” com no máximo dois carros por marca e provas com a mesma pompa e circunstancia que atualmente faz da F1 a categoria top. Atualmente são 6 marcas que correm na FIAGT (Aston Martin DBR9, Corvette C6-R, Maserati MC12, Ford GT, Lamborrghini Murcielado e Nissan GTR). Destes modelos os da velha guarda são Saleen que não está competindo este ano, Corvette e Maserati.

O novo regulamento para 2011 tem como base o já utilizado na GT2, como freios e aerodinâmica bem como a potência dos motores em torno de 600cv e peso de 1200 kg. Com essas credenciais um GT1 ser de no mínimo 4 segundos mais rápido do que os carros da classe GT2.

Para nivelar ainda mais os GTs mais antigos com modelos mais novos a SRO ordena que estes modelos usem kit aerodinâmicos para retardar um pouco a velocidade, porém os modelos 2009 com os tais kits são em média 3 segundos mais rápidos do que os modelos 2010.

É esperado para o final de 2011 a saída de modelos mais antigos como Maseratti e Corvette e especulações sobre novos modelos já começaram a surgir. Muito provavelmente modelos como BMW Alpina B6 e Lexus LF-A estaria aguardando o próximo ano para estrearem na categoria. Mas talvez a diversidade que quer a SRO esteja em categorias como GT2 e GT3. Recentemente modelos como Mercedes SLM AMG e Ferrari F458 marcaram sua estreia em pistas europeias. Com os novos sistemas eletrônicos os carros poderiam transitar entre as diferentes classes fazendo pequenos ajustes como potencia de motores e peso, nos mesmos moldes que a Corvette fez com sua equipe indo da GT1 para a GT2 tendo relativo sucesso.

Para 2012 os planos são de 11 marcas com 2 modelos o que pode parecer pouco com a diversidade de modelos atualmente pode ocorrer um funil, somando ainda a equipes com super esportivos como Pagani e Koenigsegg, ainda a planos da Audi com seu R8 LMS.

Para 2011 o circo deve seguir além da Europa, Oriente Médio, América do Norte, Canadá e Ásia. Vendo por este lado tudo leva a crer que tudo vai as mil maravilhas, mas as coisas não vão muito bem.
Novos mercados existem, para que o povo goste e acompanhe a categoria se deve ter um bom trabalho por parte das emissoras de TV. Para a etapa do Brasil muito provavelmente só iremos assistir o VT no canal SPEED, já que nenhuma emissora aberta divulgou algo sobre passar a prova ao vivo. O único meio de ver a corrida ao vivo é pelo próprio site da categoria através de streaming.

Mesmo sendo uma categoria “sprint” poderia ter pelo menos 1 prova de longa duração pois é um desperdício ver modelos tão avançados tecnologicamente fazendo percursos de menos de 1 hora. Para muitos fãs de automobilismo e para as próprias marcas o sucesso de vencer uma prova de 6, 8 horas é muito maior do que corridinhas de 1 hora. Mesmo a FIA abolindo provas de longa duração do seu plantel de campeonatos seria interessante sim.
E que venha 2011