ALMS Long Beach–Uma corrida de extremos

Sempre considerei Long Beach a Mônaco do mundo do endurance. É uma pista em um balneário rico, apertada e que não tem nada haver com o campeonato de que faz parte. É apenas um lugar onde os fabricantes tem a oportunidade de vender seu peixe para turistas endinheirados. Mas ao contrário da F1 (pelo menos neste circuito) a emoção aconteceu. Não na categoria principal aonde apenas dois carros competiram, mas na classe que atualmente leva o campeonato nas costas a GT.

Em pouco mais de duas horas de prova, bem distante de um prova de endurance, tivemos uma mostra do que bons pilotos, bons carros e principalmente o que a falta de jogo de equipe pode proporcionar para os fãs da classe. A começar pela LMP1, que com seus dois representantes viu o Lola Aston Martin da Muscle Milk tomar a dianteira e sumir a frente do até combativo Lola Mazda da Dyson Racing, que no final pouco pode fazer. A vitória do AMR vingou seu irmão que ano passado com as cores oficias lutou de igual para igual com o Acura da Highcrfot, mas que a poucas voltas do final pelas mãos de Adrian Fernandes deu a vitória para o modelo nipônico. E foi só Lucas Luhr e Claus Graf fizeram o óbvio e, principalmente, souberam se esquivar dos afoitos carros da GT e venceram uma corrida fácil.

Na LMP2 dos dois carros da Level 5 apenas um completou a prova, a 38 voltas do líder. Foi um belo passeio pela pista já que a equipe teste os carros no dia 24 no circuito de Le Mans. A “aparição” foi apenas para agradar patrocinador e mais nada. Na Europa a classe P2 é muito mais competitiva e a equipe de Scott Tucker vai ter muito trabalho, mesmo com os carros já com a configuração de 2011.

Core mostorsport no pódio depois de chegar em terceiro no geral

Na LMPC o vencedor foi o #06 Gunnar Jeannette e Ricardo Gonzalez que penou para passar o #89 da equipe Intersport, o que aconteceu a poucas voltas do final. A LMPC que está garantida até 2014 poderia ser mais rápida, mesmo este sendo um circuito apertado, por várias vezes foi facilmente ultrapassada pelos carros da GT, o que a meu ver não condiz com a proposta de um protótipo ser mais lento que um GT.

Do erro ao acerto a vitória mostra a força da marca

Porém na GT a coisa foi outra. Fico pensando que a FIA deve odiar a decisão da BMW de tirar suas equipes tanto da F1 quanto do WTCC e se dedicar exclusivamente ao endurance. A vitória do time alemão mostra como o jeito metódico da equipe começou a dar resultados. Mesmo tendo vencido o campeonato de marcas o ano passado mais pelos dois carros enquanto a maioria da equipe possuía apenas um, este ano o carro conseguiu a velocidade que faltava frente à Porsche, que no momento é a única marca que pode fazer frente.

A Corvette que começou na frente teve seu rendimento caindo progressivamente e mesmo com as várias alternâncias de posições acabou em segundo com o #4 pilotado por Oliver Gavin e Jan Magnussen. A corrida foi extremante tensa para a BMW #56 que liderava com Joey Hand e que por conta de um erro do seu companheiro de equipe, Bill Auberlen no BMW #55, acabou dando a liderança mesmo que momentânea para o Corvette e Porsche #45 de Bergmesiter e Long que no início da prova tinha um carro mais rápido. Porém, em um erro dos dois pilotos a liderança volta para a BMW #56 .

GTC fica com a BSR

A luta entre os dois iria culminar com o choque do Porsche no muro por conta da Ferrari #01 de Scott Sharp. Por falar em Ferrari, o terceiro lugar da #62 de Jaime Melo se deve mais pelo bom desempenho do brasileiro do que pelo carro. A Ferrari ainda precisa evoluir muito e o bom resultado se deu pelos erros dos outros pilotos do que pela velocidade do carro.

Os outros brasileiros da Jaguar, Cristiano da Matta e Bruno Junqueira, acabaram em 6º na sua classe e também dependem de um melhor desenvolvimento para lutar por melhores posições e não esperando erros dos outros pilotos para chegar a frente.

As equipes que despontaram nesta segunda etapa sem dúvida são as alemãs BMW e Porsche e em terceiro a Corvette mostrou força no começo e por conta da dificuldade de ultrapassagem ficou com o ótimo segundo lugar. Na GTC a vitória ficou com a equipe Black Swan Racing com os pilotos Tim Pappas e Jeroen Bleekmolen. A próxima etapa será no dia 9 de Julho no apertado circuito de Lime Rock aonde sempre as surpresas sempre acontecem. Mesmo com um número diminuto de protótipos mais uma vez a corrida será dos GT.

O melhor e o pior da prova.
Flying Lizard – Teria ganho a prova se não fosse a lambança de Patrick Long. Neste momento do campeonato é a única que pode superar a BMW

Corvette – A renovação de pilotos deu novo animo a equipe, mas é fato. Desde que mudou da GT1 para a GT2 a equipe ainda não se encontrou. Será curioso ver o desempenho em Le Mans

Falken – A equipe mesmo não sendo uma “oficial” da Porsche não fez feio e mostra que o carro 2011 é promissor.

Rizi Competizione – O terceiro lugar se deve mais ao bom braço de Jaime Melo do que ao carro. Mesmo com tempo para treinar o carro ainda não deslanchou… Será que a equipe ainda tem a F430?

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