24 Horas de Le Mans – Cobertura completa.

O Leão era um gatinho? ou o gatinho queria ser um leão?

Estava triste esta semana. Sabendo que o SPEED não ia transmitir a corrida e não tendo paciência para ficar vendo pela net estava com duas opções… Ou pegar algum texto pronto e simplesmente traduzir como faz a maioria dos blogs que acompanho ou me render e ver a corrida em um quadradinho 3X4.


No começo tudo parecia fácil para os franceses…


Até começarem os problemas.

Porém a sorte sorriu para mim e ontem na hora do começo da corrida botei no SPEED e lá estavam os carros para mais uma 24 horas. A empolgação era tanta que como em 2009 eu gravei a corrida o que devem dar mais ou menos uns 6 discos de DVD. Até pensei em ficar postando hora a hora um resumo dos principais acontecimento mais não me empolguei e também não queria me render ao google translator para poder escrever.


 No final todos esse era o angulo dos adversários da Audi.

Acho que devo começar o texto com a temporada de 2009 da ALMS e LMS ou como chamo este texto “ A vingança dos derrotados”. A Peugeot já vinha despontando desde 2008 como favorita, seu calcanhar de aquiles era a confiabilidade dos carros. Em 2009 com a vitória da Audi nas 12H de Sebring tudo indicava que às 24H seriam altamente disputadas, mais não foram. A Peugeot ganhou o primeiro e segundo lugar sem fazer esforço. Em novo embate desta vez em Petit Le Mans a chuva foi um fator que favoreceu a Audi mais em um erro no momento do carro de segurança deu novamente a vitória para os franceses.


Aston Martim também poderia ter feito mais

Já em 2010 a Peugeot correndo sozinha em Sebring faz dobradinha sem adversários, e nos 1000KM de SPA nova dobradinha sem chance para os Audi. E chega Le Mans. As quatro primeiras posições dominados pelos 3 Peugeot oficiais de fábrica e em 4º o carro da Oreca. Já na largada à superioridade ficou evidente e tudo caminhava para uma vitória quadrupla. Mais aonde a Peugeot errou? Nos pilotos? No equipamento? Ou na arrogância?


Oreca o melhor entre os modelos a gasolina.

Acredito que foram as duas últimas. Desde o começo do ano para quem acompanha os sites de noticias sentia nas entrevistas dos pilotos certo tom de arrogância principalmente do piloto campeão do ano passado Sebastien Bordais e pelo recém-chegado Simon Pagenaud. Talvez a empolgação pelo ótimo desempenho do carro e pelo fato da Audi ter que fazer um R15 novo, pois a primeira versão não se mostrou competitiva levaram os pilotos a falarem demais. Ninguém esperava que os carros tivessem os problemas que tiveram. O #3 franco favorito deve uma trinca entre o suporte do chassi e a suspensão, impossibilitando o reparo, já que trocar o chassi é contra as regras e fazer qualquer tipo de “remendo” em um carro que chega a 330km/h não é algo recomendado. Os outros três remanescentes foram traídos pelo que mais veneravam o motor, que se mostrou confiável em outras provas mais que na que deviam prevalecer não chegaram ao fim. Nas últimas horas mesmo os carros franceses estavam mais rápidos do que nos treinos de classificação e isso meu amigo não se faz depois de 22 horas de prova.


Mansel nem chegou a esquentar o motor.

Por outro lado a Audi estava indo no limite dos seus carros sem forçar a ponto de jogar a corrida fora. A corrida para os alemães já foi prejudicada no inicio quando o Ginetta de Nigel Mansel rodou com menos de 30 minutos de prova. Como a prova tem três carros de segurança os carros da Audi ficaram a quase 3 minutos de diferença para o primeiro pelotão. A situação ainda se agravou quando o #7 do trio Capello, Kristensen e McNish levou uma cortada do #79 o BMW M3. Mesmo tendo danificado a parte traseira conseguiu se recuperar e acabou em terceiro. Assim como aquela máxima de que Porsche não quebra também devemos atribuir isto a seus parceiros alemães. Eles não tinham o motor mais forte, nem a velocidade dos Peugeot mais contaram e muito da experiência dos pilotos para usar o equipamento da melhor maneira possível e assim ir tranquilamente para o pódio.


Veterano R10 não fez absolutamente nada.
Ainda entre os P1 esperei mais dos dois Lolas da Rebellion Racing que contavam com uma estrutura de equipe de ponta e passaram mais tempos dentro dos boxes mexendo no carro do que necessariamente disputando na pista. Fiquei triste em ver Mansel não tido a oportunidade de disputar a prova. Ele e sua equipe que deixaram de correr os 1000Km de SPA para economizar recursos para a grande clássica viram seus anseios irem guard-rail abaixo em menos de 1 hora de prova. O acidente nem deu chance para seus dois filhos terem o gostinho de correr na grande pista. Uma pena mesmo.


O carro mais bonito do grid não fez nada

O dois Aston Martin que eram os primeiros entre os modelos à gasolina e nas horas finais também tiveram problemas e quebraram. Quebra que também pegou o Aston #008 da Signature Plus. Mesmo fim teve os dois Audi R10 da equipe Kolles que mesmo podendo correr com as especificações de 2009 e tendo motores a Diesel não completaram a prova, provando que seus dias já deram o que tinham que dar ainda mais sem a ajuda da Audi. O Lola Judd do Lord Drayson tendo sua estreia em Le Mans e se valendo da experiência de Emanuele Pirro acabou em 29º e 7º e último entre os LMP1. O carro tem potencial o que falta para ele se sair melhor é tirar Paul Drayson do volante e por um piloto de verdade. O grande vencedor entre os modelos à gasolina foi o Oreca AIM #6 que muitos esperavam que fosse apenas mais um. Até a equipe que dedicou seus esforços apenas no Peugeot se surpreendeu com o resultado um honroso 4º lugar. Claro que nada disso teria acontecido se os Aston não tivessem quebrado.

 
Acura vencedor da LMP2

Na categoria P2 a arrogância também prevaleceu e fez suas vitimas. O Acura da Highcroft Racing campeão da ALMS e super favorito pela “imprensa” especializada foi outra vítima da inexperiência em provas longas da equipe. Depois de vários problemas terminou em 9º em sua classe e 26º na geral. Antes que falem que o equipamento era fraco e nunca aguentou o “tranco” o vencedor da classe foi outro Acura que por coincidência estava nas mãos de Gil de Ferran em 2009 e hoje é da equipe Strakka Racing que fez uma boa preparação além é claro de disputar provas mais longas do que as da ALMS.


O Acura da Highcorft não teve um dos seus melhores dias.

Valeu o esforço de David Brabham, Marco Werner e Marino Franchitti, e claro os parabéns para Nick Leventis e Danny Watts e Jonny Kane pela vitória. Em quarto e mostrando uma recuperação incrível está o #24 Pescarolo rosa da OAK Rancing, que sofreu sérios danos depois de um toque com o Ford GT da Matech tendo destruído a dianteira esquerda e mesmo assim os mecânicos foram valentes e recuperam o carro a tempo. Seu irmão o Pescarolo #35 terminou em segundo mostrando que Henri Pescarolo e seus P1 fazem muita falta no mundo do endurance. Em terceiro o brasileiro Thomas Erdos com o Lola HPD. Resultado que mostra que o time RML Está no caminho certo e que ao contrário do que muitos pensavam o motor Honda quando bem preparado pode ser confiável.

Os campeões da LMS do ano passado os portugueses da Quifel ASM Team tiveram problemas com o cambio e acabara em 7º na classe. Outro destaque negativo é o Norma Judd da equipe Pegasus Racing que estreou nas 24 e por conta do pouco tempo de testes ficou pelo caminho. Uma pena, pois o motor Judd é forte e o carro tinha um bom time de pilotos.

 Saleen se despedindo com vitória

Na cambaleante GT1 novas surpresas. A vitória do Saleen da Larbre Competition foi o ponto alto do último ano da categoria na corrida. Saleen soube resistir contra os favoritos Ford GT da Matech competition. O Saleen também está se despedindo da categoria depois de 10 anos lutando por um lugar ao sol. Junto com o Maseratti MC12 são os últimos GTs com cara de GT1, pelo seu comprimento e sua imponência. Irão deixar saudades. Em segundo ficou o #72 Corvette C6.R da Luc Alphand Competition e fechando o podium o Aston Martim da Young Drive. Os outros 5 carros restantes da classe ficaram pelo caminho e fecham com um fim melancólico uma classe que já teve medalhões como Porsche 911 GT1, Mercedes CLK e McLaren GT1. Para o ano que vem a ACO irá dividir os GTs em duas classes de pilotos profissionais e “amadores” até onde isso vai funcionar eu não sei.


Ford GT também desapontou
Na competitiva GT2 um também que deve estar dizendo adeus às equipes de ponta é a Ferrari F430GT que deve ser substituída pela F458 Itália. Jaime Melo não teve a chance de conquistar o tri campeonato por problemas de cambio em seu carro. Mesmo largando em último fez um ótimo trabalho e estava em primeiro quando os problemas começaram. Lutou de igual para igual com os Corvettes que também abandonaram.


Não foi desta vez que Jaime Melo conquistou o tri

A vitória sobrou para o Porsche #77 do Team Felbermayr Proton, seguido pela Ferrari #89 da Hankook Team Farnbacher e pelo Porsche #97 da BMS Scuderia Itália. A Ferrari das estrelas Alesi e fisichella acabou em 4º e brasileiro Augusto Farfus com BMW ficou em 6º. O valente Spyker #85 também surpreendeu e acabou em 9º.

Resistencia marcou a vitória do Porsche #77

Este ano dos 56 carros que largaram apenas 28 terminaram a corrida. Um número pequeno se levarmos em consideração o nível tecnológico que as equipes possuem nos dias de hoje se compararmos com as primeiras edições.


BMW de Augusto Farfus se mostrou estável.

 Thomas Erdos facha o podium da P2

A
baixo a classificação final.



Vídeo da Audi com a preparação para as 24H.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *