Compare as duas fotos. A primeira é da etapa da LMS em Donigton em 2006 com um grid pomposo aonde 41 carros disputavam a vitória no tradicional circuito Inglês. A outra é da etapa da mesma LMS no último final de semana.
É notável que a ELMS perdeu carros desde que o WEC foi instituído e separado do LMS. Ano passado quando o ILMS e LMS eram juntos a etapa de Imola teve que reter inscritos pois o circuito não comportava tantos carros. Claro que para o fã de corrida quanto mais melhor e quem torce para ver o endurance se popularizando como nos anos 70 e 80 é assustador ver um grid com 13 carros. Durante a transmissão da prova tive que ouvir “ uma corrida com 13 carros tem emoção?”
Sim pode e a etapa teve emoção. Como revela o piloto Olivier Pla que estava pilotando o Lola Coupe da Status Racing e que teve que abandonar por problemas no alternador "A corrida foi disputada do início ao fim. Eu desisti, especialmente durante a minha primeira passagem. Apesar dos poucos concorrentes, o nível é muito elevado. " revela. Os três primeiros da classe LMP2 chegam separados por pífios 32 segundos muitas vezes o primeiro colocado em uma prova de endurance chega 1 ou duas voltas a frente do segundo colocado.
Outra “decepção” foi na classe GT com apenas 3 carros e que sempre é sinônimo de boas disputas. O vencedor da classe GTE-PRO a Ferrari da JMW Motorsports correu praticamente sozinho e por muitas vezes disputou posição com os dois carros da classe GTE-AM como comenta Johnny Cocker “É lamentável que não havia mais carros. Nosso carro estava bom, assim como os pneus. Mesmo se houvesse mais carros, eu não acho que o pódio não teria sido muito diferente”. O vencedor da classe AM a IMSA com Porsche também não achou a prova tão fácil assim. "É lamentável que só havia dois carros na AM, Mas não foi uma vitória antecipada antecipada. Tivemos um pouco de sorte com o carro de segurança. A Ferrari nos deu trabalho mas conseguimos a vitória”. Confessa Nicolas Armindo.
Na classe FLM que teve apenas 1 carro o futuro da classe também assusta. “Não podemos negar que a vitória é necessária. O campeonato deve continuar e tem claramente o seu lugar. A organização é muito boa e o nível do campeonato é elevado. Para mim, é realmente bom treinamento antes de competir nas 24 Horas de Le Mans. Conseguimos orçamento para correr até o final da temporada em Brno e Portimão. " Comenta Jean Charles da equipe Boutsen Ginion Racing.
E o que esperar do futuro da classe? O fim ou o plano B? A ACO em parceria com os promotores da ELMS vem estudando medidas para não ver o principal campeonato “regional” de endurance sumir. A primeira medida foi a entrada de carros da classe GT3, porém nenhuma equipe se mostrou disposta visto que as mudanças técnicas irão fazer o carro ser mais lento do que um GT2. A entidade espera 35 carros para a próxima etapa em Brno na República Tcheca. Será que vai conseguir?
A ALMS passou por este mesmo problema no começo de 2009 justamente quando fabricantes como Audi e Porsche desistiram de competir integralmente no campeonato. A direção da classe bem como a IMSA abriram as portas para os Porsche da classe GTC mesmo a contra gosto por parte de ACO bem como investiu nos modelos LMPC e optou por fazer corridas mais curtas para “prender” o público e as emissoras de televisão. Com menos tempo competindo o orçamento de uma prova de 6 horas pode ser usado em pelo menos 3 corridas curtas. Outra mudança foi a adoção de pistas curtas para deixar o público mais perto das equipes e pilotos além de oferecer uma melhor visão por parte das emissoras de TV.
Outro fator preocupante é o crescimento de protótipos pequenos como os que competem no campeonato VdeV. Com o anuncio da Oreca de fazer um protótipo pequeno coberto e da Norma com a possibilidade de fazer protótipos pequenos híbridos a luz vermelha se acende no futuro da LMS. O jeito é esperar e torcer.