O futuro do automobilismo será mudo? Não, mesmo que haja um grande desenvolvimento dos motores elétricos, os motores à combustão não deixarão de existir. Com o avanço da tecnologia automotiva, essas duas linhas de desenvolvimento de motores se encontrarão frequentemente, mesmo quando apresentarem grande evolução tecnológica.
No início de 2000, a Audi leva à Le Mans a tecnologia FSI, Turbo-FSI (injeção direta de combustível) caracterizada pelo menor consumo de combustível, consequentemente menor poluição. Tal tecnologia fez tanto sucesso nas pistas, vencendo as 24 horas de Le Mans entre 2000 e 2002, 2003 (impulsionando o Bentley Speed 8), 2004 e 2005, que praticamente todos os carros da marca possui essa tecnologia. Várias outras montadoras como BMW, Honda, Hyundai também possuem seu conceito de injeção direta. Até no automobilismo, economia de combustível é uma solução para o sucesso.
Le Mans marcou-se por incentivar tecnologias alternativas e a partir de 2006, com o Audi R10 TDI, desenvolvido pela montadora alemã junto à Dallara, inicia-se a era dos motores a diesel, marcados por maior potência, porém com altos níveis de poluição, que são relativamente neutralizados pelo baixo consumo. Pode-se dizer que essa iniciativa, do uso de motores a diesel da Audi, rendeu belos frutos não só para as montadoras, que ao exemplo da Audi incorporou a tecnologia TDI nos seus carros (Audi Q7 V12 TDI, A6 TDI), como também para os espectadores que viram disputas épicas entre protótipos da marca alemã e a Peugeot durante 2007 e 2011, ambas sempre com carros movidos à diesel. Mas a partir de 2011, com um novo regulamento imposto pela ACO, organizadora das 24 horas de Le Mans, os motores “diminuíram”. Os grandes V12 e V10 de Peugeot e Audi foram trocados por motores V8 bi-turbo e V6 turbo, respectivamente usados pelas marcas. Mostra-se então a tendência dos motores a combustão em relação a desenvolvimento: ficaram menores, mais econômicos, mais confiáveis, mas mantendo o mesmo desempenho. Outro exemplo dessa tendência no automobilismo e também no mercado automotivo é a Fórmula 1, que no início da década de 90 contava com os gigantescos V12 e V10 e a partir de 2006 usou motores V8 2.4L até esse ano. Em 2014 os monopostos serão impulsionados por motores V6 turbo 1.6L. Nota-se que com o decorrer do tempo, os motores da F1 diminuíram, porém a tecnologia envolvendo os mesmos se desenvolveu em todos os aspectos e o desempenho dos carros melhorou, não só devido aos motores, logicamente.
Já os motores elétricos “deram as caras” no mercado no fim da década de 90 com a criação do híbrido da Toyota, o Prius, depois surgiram concorrentes como o Honda Insight etc. Não demorou muito para essa tecnologia ir para as pistas e as 24 horas de Le Mans foi pioneira. O primeiro carro com tecnologia híbrida na tradicional prova foi o Pescarolo-Courage C60 Hybride, depois apareceu o Peugeot 908HY e atualmente a tecnologia híbrida domina a classe principal (leia-se LMP1) das 24 horas de Le Mans com o R18 e-tron quattro, com a tecnologia flywheel, e o Toyota TS030 Hybrid, além de estarem presente na atual Fórmula 1 com o KERS (sistema de recuperação de energia cinética). Para 2014, o regulamento técnico nas 24 horas de Le Mans será baseado na eficiência energética dos motores, não dependendo mais da configuração dos mesmos, embora a capacidade cúbica seja limitada a 5.5L. Já os motores elétricos terão que ser mais eficientes. Em 2012 o motor elétrico do R18 e-tron quattro, por exemplo, produzia em média 500KJ e para 2014 terá que produzir em média 2MJ. A partir do próximo ano, já se mostra uma maior dependência dos carros aos motores elétricos e que para o futuro os motores movidos a eletricidade se desenvolverão junto a motores à combustão.
Lembra-se do tempo onde carros movidos a eletricidade eram apenas meros brinquedos e com o passar do tempo, com o avanço tecnológico, a coisa foi se tornando cada vez mais real principalmente por causa da ideia de desenvolvimento sustentável. Hoje vê-se carros totalmente elétricos ultrapassando a barreira dos 300 km/h. Pode-se dar méritos ao grande Lord Paul Drayson que com seu Lola B12/ 69 EV, com 850cv de potência, atingiu a velocidade de 212 mph (340KM/H!! ) e não se esquecer também da criação da nova Fórmula-E, categoria criada pela FIA com monopostos movidos totalmente a eletricidade e que estreará no certame do automobilismo em 2014.
O futuro do automobilismo seria o silêncio se os motores a combustão fossem praticamente esquecidos. Mas a cada dia que passa novas tecnologias são criadas, novos conceitos de motores à gasolina, a diesel, elétricos são criados. Motores a combustão e motores elétricos se desenvolveram paralelamente porém se encontraram formando um novo tipo de tecnologia, a híbrida. O futuro “silencioso” pode chegar, mas essa geração não estará presente para vivê-lo ou vê-lo.
*Matheus Brandão
esse pescarolo nao tinha nenhum nenhum sistema hibrido, so o nome mesmo. e motor a diesel polui menos que a gasolina.
https://www.mundoeducacao.com.br/quimica/alcool-gasolina-ou-diesel-qual-maior-poluente.htm