David Duchovny revela detalhes sobre seu novo livro

O ator David Duchovny, o eterno Fox Mulder da série Arquivo-X, revelou ao site USA Today, detalhes do seu novo livro, Truly Like Lightning. David, que também é cantor, contou um pouco sobre seu trabalho literário, e a conexão com Arquivo-X.

David lembrou o caso dos misteriosos monolitos encontrados nos EUA. fala o que a dupla de agentes da série fariam. 

“Ele teria descoberto que era o governo, e era real, tinha poderes especiais, e Scully teria que pegar um pedaço dele e ver que era feito de fibras que não eram desta Terra, e tudo isso “, disse o ator, que está se preparando para lançar seu quarto romance,” Truly Like Lightning “, na terça-feira, 02,  “Poderíamos ter nos divertido com isso”. 

“Meu sentimento era: eu me pergunto que os colocou lá fora”, disse ele.

Embora não haja alienígenas no último romance de Duchovny, o ator disse que teve a ideia de “Truly Like Lightning” quando estava escrevendo um roteiro de “Arquivo X”, 20 anos atrás. Ele foi inspirado pelo caso real de um crime de Mark Hofmann , que foi condenado por falsificar documentos e alegar que eram do fundador do mormonismo Joseph Smith.

“Quando ele forjou as mãos de Joseph Smith, não achou que fossem falsificações porque ele realmente se tornou Joseph Smith“, disse Duchovny. “Como ator, eu pensei, ‘Bem, isso é muito interessante’ porque você ouve atores falando assim. Tipo, ‘Eu me tornei esse cara’ ou ‘Eu me tornei aquele cara’.”

O caso ganhou o do Globo de Ouro muito depois de seus dias de “Arquivo X” e plantou a semente que iria crescer e se tornar “Truly Like Lightning”.

A história nos apresenta Bronson Powers, um ex-dublê de Hollywood e mórmon convertido que vive com suas três esposas e vários filhos no deserto da Califórnia. Quando um jovem desenvolvedor aparece em sua propriedade, Powers é manipulado para mandar três de seus filhos adolescentes – todos criados isolados – para uma escola pública por um ano.

A serie Arquivo-X marcou os anos 90. (Foto: Divulgação)

Embora a poligamia  tenha sido rejeitada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias , Duchovny disse que usou a prática do tabu como um motivador de sua história.

“Por um lado, é quase como um tipo bíblico de tragédia grega”, disse Duchovny. “Mas, por outro lado, também é como uma comédia de peixe fora d’água no meio dela, onde você tem esses três filhos. Eles têm uma ótima educação, uma educação literária, lá no deserto, mas eles não têm educação cultural”. 

Quando as crianças encontram o mundo exterior pela primeira vez, Powers vê a vida devota que construiu para sua família começar a desmoronar. Apesar de viver nos tempos modernos, sua estrita observância à lei religiosa acaba colocando-o em um dilema de partir o coração.

“Bronson Powers é um teocrata”, disse Duchovny. “Bronson não acredita nesse tipo de mudança cultural da lei. Ele acredita que a lei é a lei. Ela foi estabelecida há muito tempo e ele vai vivê-la.”

É um conflito que Duchovny disse que ressoa em um mundo, onde as pessoas parecem não conseguir concordar sobre o certo e o errado.

“Neste país, você tem muito disso acontecendo agora”, disse ele. “Você tem pessoas que, por um lado, estão tentando uma mudança cultural, e há pessoas do outro lado que estão tentando manter uma espécie de estagnação da cultura. E em vez de discutir sobre cultura, estão discutindo sobre a lei, e eles estão discutindo sobre quem realmente tem acesso à vontade e à mente de Deus e à lei de Deus. E eu não acho que nenhum dos lados tenha. Esse não é o ponto. Essa é uma tragédia para mim”, analisa. 

Duchovny tem uma filha de 21 anos e um filho de 18 com sua ex-mulher, a atriz Téa Leoni.

“Todo pai tem aquele sentimento de, ‘Eu fiz demais? Eu fiz o suficiente? O que eu fiz de errado? Eu os protegi como eles precisavam ser protegidos? Eu os protegi demais?'” Duchovny disse. “Esse é o tipo de diálogo oculto que eu estava tendo comigo mesmo.”

A pandemia de Covid-19, também é citada no livro. “O desejo e a ação que Bronson faz de levar sua família embora … é algo que tantas pessoas sentiram no ano passado”, disse ele. “Tipo, como faço para sair desse mundo contagioso? Como faço para proteger meus filhos? Como faço para me proteger? Como não ser infectado não apenas pelo vírus, mas no caso de Bronson, pelas ideias, pela maneira de pensar que meio que nos levou a este lugar? “

Embora essas preocupações pareçam especialmente pertinentes agora, Duchovny disse que são verdadeiras para sempre. “Eu acho que é realmente sobre verdades atemporais”, disse ele. “É exatamente disso que o livro se preocupa. Não se preocupa com partidos políticos ou impeachment ou coisas que estão acontecendo hoje ou mesmo ontem. Está preocupado com verdades que permanecem as mesmas ao longo do tempo e das pessoas”, finalizou. O livro não tem data de estreia no Brasil.