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Endurance tratado a sério!
Uma volta no circuito de Estoril com Filipe Albuquerque
Gibson #38 da JOTA Sport é o líder na classe LMP2. (Foto: ELMS)
Gibson #38 da JOTA Sport é o líder na classe LMP2. (Foto: ELMS)

O português Filipe Albuquerque espera ter vantagem por competir em casa na última etapa do European Le Mans Series. O piloto do JOTA Sport #38 que divide o LMP2 Gibson com os britânicos Simon Dolan e Harry Tincknell, está liderança do campeonato, mas apenas um ponto na frente dos principais adversários

Albuquerque conhece a pista do Estoril e descreve os principais pontos do traçado de pouco mais de 4.128 metros, que foi inaugurado em 1972.

“Chegamos à curva 1 a cerca de 280 km/h. Freamos na placa dos 100 metros. Uma desaceleração complicada, pois a pista é muito ondulada. Reduzimos de 6ª para 2ª marcha e passamos por cima do corredor interno. Aceleramos, deixando o carro escorregar até ao corretor exterior”.

“Subimos até a quarta marcha, quando chegamos à rápida curva 2, outra vez viramos a direita. Levantamos um pouco o pé, sem travar, tocando o corredor interior e deixando o Gibson escorregar outra vez até ao corredor exterior”.

“Antes da Curva 3, reduzimos de 4ª para 2ª, com uma freada forte. É muito importante fazer a linha da trajetória correta, pois a curva fecha muito à direita e não é fácil controlar a tração. Sendo esta uma zona de cambagem invertido, levando a que haja uma tendência natural para o carro fugir de traseira”.

“Subimos a caminho da curva 4 onde existem duas trajetórias possíveis. Normalmente, gosto de fazer de imediato o interior, abrir um pouco a linha no meio da curva, preparando assim melhor a saída. Sair bem é muito importante, pois segue-se a segunda reta mais longa do circuito”.

“Aceleramos até à Parabólica Interior, a curva 5. Freada forte mais uma vez, reduzindo de 6ª para 3ª marcha. É muito importante não exagerar. Deixar o carro rolar, pois esta é uma curva longa para a esquerda. Não queremos que o carro role muito, pois nessa zona há muita sujeira de borracha dos pneus, que prejudicam a aderência. Também aqui, é muito importante ter um carro bem afinado, estável no eixo posterior, por forma a acelerarmos o mais cedo possível, aumentando a velocidade à saída desta longa parabólica”.

Traçado é um dos mais seletivos da Europa. (Foto: Divulgação)
Traçado é um dos mais seletivos da Europa. (Foto: Divulgação)

“Aceleramos até 5ª marcha a caminho da curva 6, onde voltamos a reduzir para 2ª ou 3ª, dependendo da relação de caixa que usamos. Na entrada desta direita há sempre que contar que o carro pode sair de frente. Isso não é um problema, pois existe uma zona de compressão na saída, fazendo o carro voltar, antes de tocarmos no corretor exterior. Devemos ficar do lado de fora, para melhor atacar a muito rápida direita que se segue. Já nesta, não se pode fazer uma linha tão aberta, pois estamos chegando na lenta chicane”.

“Na chicane, reduzimos de 3ª para 2ª, tocamos no corretor interior do lado esquerdo, e voltamos logo o volante para a direita – aqui sem tocar em demasia o corretor interior. É deixar o carro rolar para o exterior da curva, fazendo a linha ideal, que acaba por ser a mais fácil, pois estamos numa mudança baixa e o motor está cheio de força. Uma vez mais, o problema é colocar a potencia no chão. Deixar rolar na curva longa que se segue é a solução”.

“Hora de atacar a penúltima curva do Estoril. Parece mais veloz do que é na realidade. Em 3ª, sempre ganhando velocidade. A linha de trajetória nos leva a tocar no corretor interior e também se pode, de seguida, ir até ao exterior, mas há que pensar na última curva do Estoril, mesmo muito veloz”.

“Essa última curva, conhecida como Parabólica Ayrton Senna, é muito longa, muito exigente para os pneus Dunlop, e ainda mais para os braços e o pescoço do piloto. Aqui, queremos de manter tudo bem controlado, evitando que o Gibson siga para o exterior da curva, pois nesse caso vamos apanhar da sujeira dos pneus e perder aderência, comprometendo a velocidade de saída. A curva é feita em 4ª, passando para 5ª no final. Saímos a quase 220 km/h e quanto mais velocidade no final da curva, melhor, pois de seguida temos a longa reta da meta. É o início de mais uma volta”.

As 4 Horas do Estoril são a última de cinco corridas do European Le Mans Series 2015, num calendário que incluiu também Silverstone (Grã-Bretanha), Imola (Itália), Red Bull Ring (Áustria) e o Circuit Paul Ricard (França). Seis dos oito títulos em jogo serão atribuídos nesta derradeira jornada em Portugal, marcada para os dias 17 e 18 de Outubro.

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