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Endurance tratado a sério!
Sob muita chuva, Wayne Taylor Racing vence as 24 Horas de Daytona
Alonso foi um dos principais nomes da equipe. (Foto: Divulgação)

De acordo com o dicionário a palavra “enduro” é “substantivo masculino, competição de motociclismo ou automobilismo; prova de resistência e regularidade em terreno variado”. A edição de 2019 das 24 Horas de Daytona mostrou que os pilotos formam mais do que pilotos, foram sobreviventes.

A prova que foi disputada em grande parte, embaixo de muita chuva, trouxe emoção e muitas horas de bandeira amarela e interrupções. Mesmo com todos os aparatos de segurança dos carros, pista e pilotos, o sistema de drenagem do circuito não conseguia escoar o grande volume de água que caia.

Em condições tão adversas o talento e porque não a sorte, falaram mais alto. Fernando Alonso, Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger van der Zande, conseguiram sobreviver a saídas de pista, boas disputas com as equipes Penske, Action Express e Mazda para vencer com o Cadillac #10.

A Mazda que largou na pole e liderou nas primeiras horas, acabou sucumbindo por problemas conhecidos da equipe, a confiabilidade. As mudanças impostas pelo fabricante e a chegada da Joest Racing se mostraram benéficas, mas não duráveis. Os protótipos vermelhos darão trabalho em provas curtas, mas precisam durar. O #77 teve problemas no motor, enquanto o #55 teve que se retirar depois de enfrentar problemas elétricos.

A disputa final com o Cadillac #31 da Action Express que teve como pilotos Pipo Derani. Felipe Nasr e Eric Curran, foi o ponto alto da prova. Nasr que deve estar agradecendo desde 2018 por ter trocado a F1 por uma categoria realmente competitiva, disputou tanto com Jordan Taylor, quanto com Alonso a liderança da prova. Mesmo com o bom desempenho Taylor cedeu o lugar para o espanhol que ficou incumbido de terminar a prova e superar Nasr.

Nasr e Derani fizeram uma boa prova, terminando na segunda posição. (Foto: Divulgação)

O brasileiro ia bem, mas foi traído pela pista extremamente escorregadia na curva 1, dando chance para o espanhol assumir a liderança. A interrupção da prova acabou ajudando o DPi #10. Na madrugada Alonso também mostrou que estava totalmente à vontade, liderou, não dando chances para os adversários. Se no WEC a Toyota não encontra adversários, a banda toca diferente na IMSA.

Esta foi a segunda vitória da WTR na grande prova nos últimos três anos, sendo a terceira consecutiva da Cadillac. Em segundo Felipe Nasr, Pipo Derani e Eric Curran. Completaram o pódio Hélio Castroneves, Ricky Taylor e Alexander Rossi com o Acura da equipe Penske. O Nissan DPi #54 ficou na quarta colocação. Estreando entre os DPi, o Cadillac #85 da JDC-Miller Motorsports que teve entre seus pilotos Rubens Barrichello, completou a prova na quinta colocação.

Um problema no alternador tirou o Acura #6 da luta pela vitória na 19º hora. Mesmo com os reparos, voltou com uma diferença de 20 voltas para o líder, terminando em sexto na classe.

A prova também marcou a despedida de Christian Fittipaldi das pistas. O brasileiro que dividiu o Cadillac #5 com João Barbosas e Filipe Albuquerque, enfrentou problemas durante todo o final de semana. Se nos treinos enfrentou problemas mecânicos, durante a prova fez várias visitas aos boxes. Acabaram em nono lugar na classe e 16º no geral.

DragonSpeed vence na LMP2

Dragon Speed vence na classe LMP2. (Foto: Divulgação)

Agora sendo uma classe “separada” a luta pela liderança na LMP2 foi intensa. A vitória ficou com o Oreca #18 da equipe DragonSpeed de Pastor Maldonado, Roberto Gonzales e Ryan Cullen. Maldonado como de costume, contribuiu para uma das interrupções da prova. Mesmo com o incidente, o #18 terminou com uma vantagem de quatro voltas para o #38 da equipe Performance Tech.

O segundo carro da Dragon Speed completou o pódio. A classe teve quatro inscritos. O #52 da equipe PR1/Mathiasen não completou a prova, depois deu um acidente logo no início da prova.

BMW fatura na GTLM

BMW vence na classe GTLM. (Foto: Divulgação)

A competitividade vista na classe DPi, esteve presente mais forte entre os fabricantes que competem na classe GTLM. O primeiro lugar sorriu para Augusto Farfus, Colton Herta, Philipp Eng e Connor de Phillippi, que competiram no BMW #25. A vitória tirou um pouco da dor da equipe, depois da morte de Clarly Lamm, diretor da Schnitzer Motorsports, parceiro de longa data do fabricante alemão.

O brasileiro foi escalado na última hora depois que Tom Blonqvist, enfrentou problemas em entrar nos Estados Unidos. A vitória veio após uma ultrapassagem em cima da Ferrari #62 Risi Competizione, pilotada pelo competente James Calado. Farfus tracionou melhor superando o piloto da Ferrari, faltando pouco mais de duas horas para o término da prova.

Richard Westbrook que liderava a classe com o Ford #67, teve que fazer uma parada para reabastecimento. Ele não contava com a interrupção da prova, dando a vitória para a BMW. O Porsche #912 completou a prova na terceira posição. O #67 acabou punido por não ter entrado nos pits.

O Porsche #911 e a o Ford #66 acabaram abandonando no meio da manhã deste domingo. A equipe Corvette também ficou pelo caminho, não repetindo o sucesso de 2018. O #3 perdeu oito voltas nos boxes depois de problemas elétricos. O #4 abandonou depois de aquaplanar na curva 1.

Principal nome da prova, Alessandro Zanardi não encontrou dificuldades em competir sem as pernas. Com um sistema totalmente adaptado o italiano andou no mesmo dos demais pilotos, mas enfrentou problemas com o carro. Primeiro foi a conexão do volante e na sequência problemas elétricos. Mesmo com o infortúnio a BMW não tem do que reclamar. Esta foi a terceira vitória do M8 GTE na IMSA em quatro provas.

Lamborghini vence na GTD

Lamborghini vence na classe GTD. (Foto: Divulgação)

A Grasser Racing dos pilotos Mirko Bortolotti, Christian Engelhart, Rolf Ineichen e Rick Breukers venceram depois de um intensa batalha pela sobrevivência. A equipe superou o Audi #29 da Montaplast by Land Racing e o Lexus #12 da AIM Vasser Sullivan.

Engelhart manteve a liderança da classe durante o período final. A IMSA encerrou a prova com 11 minutos restantes no relógio.A equipe austríaca recuperou-se de uma penalidade de três minutos e 40 segundos, bem como uma penalidade durante um dos reabastecimentos.

Daniel Morand no Audi e Luca Stolz no Mercedes da equipe Riley enfrentaram problemas, dando a segurança para Engelhard se manter na primeira posição.

A classe contou com vários pilotos brasileiros que tiveram performances distintas. Daniel Serra que pilotou a Ferrari #51 da Spirit of Race não completou a prova. O “culpado” foi seu companheiro Paul Dala Lana que acabou batendo. O brasileiro fez uma prova concisa mostrando boa ambientação dentro do 488 GT3.

Chico Longo que estava na Ferrari #13 da equipe Via Italia teve uma apresentação pífia. Ainda no começo estava literalmente “perdido” na prova, lento, não sabia se posicionar. Deu vários passeios na grama e por muito pouco não bateu com vários protótipos. A participação de Andrea Bertolini, Marcos Gomes e Victor Franzoni, salvou a equipe de um resultado pior, terminando na nona posição, 25º no geral.

Bia Figueiredo que competiu com o Acura da equipe Meyer Shank Racing terminou em 13º, mostrando competência. Durante seus stints não teve problemas. Felipe Fraga chegou a liderar com a Mercedes #33 mas também enfrentou problemas, terminando na 7º posição.

Transmissão da prova no Brasil

Quem não tinha TV por assinatura e esperava assistir a prova pelo site da IMSA, acabou tendo uma péssima surpresa. O sinal foi cortado para fora dos Estados Unidos, sendo necessário recorrer a links piratas ou através do Youtube. A Fox no Brasil transmitiu algumas horas, o que não pode ser considerado de todo mal, ainda mais sabendo da prioridade que o futebol.

O pessoal da Racing 4Fun TV mais uma vez salvou a pátria. A equipe liderada por Rodrigo Munhoz, transmitiu a prova, sem erros, e sem achismos. Sempre de bom humor, não faltou conversas, risadas e muita informação, algo que parece não fazer parte da rotina de alguns comentaristas do canal da raposa. Parabéns!!!

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