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Endurance tratado a sério!
Porsche e o México. Uma história com mais de 60 anos
Porsche 550 Spyder, Herbert Linge, Hans Herrmann, Huschke von Hanstein, Jaroslav Juhan em 1954. (Foto: Porsche AG).
Porsche 550 Spyder, Herbert Linge, Hans Herrmann, Huschke von Hanstein, Jaroslav Juhan em 1954. (Foto: Porsche AG).

O México volta a receber uma etapa do Mundial de Endurance. Seja em sua atual versão ou nos tempos do grupo C, a Porsche sempre esteve presente em eventos no país do Chapolin Colorado.

Em 1954, uma vitória de classe na “Carrera Panamericana” provou ser inovador para a empresa. A partir do final  dos anos 50 e início dos 70, os irmãos mexicanos, Ricardo e Pedro Rodríguez, comemoraram sucessos com a Porsche. Até os anos 90,  o Porsche 962 C correu no Autódromo Hermanos Rodríguez, batizado com o nome dos irmãos..

Carrera Panamericana:

1952, Porsche 356 1500 S Cabrio, Fürst Metternich e Baron Treffe. (Foto: Porsche AG).
1952, Porsche 356 1500 S Cabrio, Fürst Metternich e Baron Treffe. (Foto: Porsche AG).

Hans Herrmann estava esgotado quando chegou com o Posche 550 Spyder em novembro de 1954. O alemão cruzou México do Sul para o Norte. Ao todo foram percorridos 3.077 quilômetros. Sua vitória foi na classe com motores de até 1,5 litros. A prova mexicana foi a sexta etapa do campeonato de marcas da época.  Apenas 36 segundos atrás de Herrmann, chega Jaroslav Juhan com o segundo carro da equipe. Na classificação geral os dois 550 terminam em terceiro e quarto.  A ideia de Ferry Porsche de levar os carros para o continente americano se mostrou a melhor na época.

O evento durou por 5 anos (1950 a 1954), se tornando uma das mais difíceis corridas, sendo proibida por conta dos inúmeros acidentes. Desde 1952, a Porsche vinha participado da prova. A inspiração e experiências adquiridas na Carrera Panamericana levou Ferry Porsche a batizar vários modelos com o nome Carrera. A última homenagem foi dada ao Panamera Gran Turismo, produzido desde 2009.

Os irmãos Rodriguez:

Irmãos Rodriguez. (Foto: Porsche AG)
Irmãos Rodriguez. (Foto: Porsche AG)

A bravura e a velocidade dos irmãos Ricardo e Pedro Rodríguez permanece inesquecível. Quando os dois jovens mexicanos entravam em cena os adversários podiam esperar uma boa briga. A partir de 1957, Ricardo Rodríguez começou a competir com o Porsche 550 Spyder e 718 RSK nas Américas. Em 1961, sendo um dos mais jovens (20), ingressou no automobile world championship (nome antigo da Fórmula 1). Em 1º de novembro de 1962, com apenas 20 anos de idade, morre tragicamente a bordo de um  Lotus durante uma sessão de treinos para o Grande Prêmio do México.

O destino triste de Ricardo também iria buscar Pedro. Ele conquistou 15 vitórias em carros esporte, incluindo as edições de 1970 e 1971 das 24 horas de Daytona a bordo de um Porsche 917 KH na equipe John Wyer com a famosa cor da Gulf. Em 1970, torna-se campeão o mundo com o Porsche 917. Em maio de 1971,  no caminho para a vitória dos 1000 km de Spa-Francorchamps, com o parceiro Jackie Oliver, atinge a velocidade média de mais de 249 km/h. Esta foi a mais alta velocidade média atingida em uma corrida de carros esportivos. O feito, foi obtido apenas uma semana antes de perder a vida em 11 de Julho em 1971 a bordo de uma Ferrari no circuito de Norisring na Alemanha. No México os irmãos são tratados até hoje como heróis nacionais.

Porsche 962 C no México:

Porsche 962 C, Bob Wollek, Mexiko-Stadt em 1989. (Foto: Porsche AG)
Porsche 962 C, Bob Wollek, Mexiko-Stadt em 1989. (Foto: Porsche AG)

Em 1989, a FIA decide diminuir as distâncias de todas as etapas do campeonato mundial de sport protótipo, com exceção de Le Mans. Agora o  Grupo C tem provas com apenas 480 quilômetros de distância. Enquanto isso, o Porsche 962 C está nas mãos de equipes de clientes. Em 1989 e 1990, Thomas Lopez, Jonathan Palmer, Bernd Schneider, Hans-Joachim Stuck e Bob Wollek competiram com o 962 C.

Stuck comemora a volta de uma etapa do Mundial de Endurance para o México, O Autódromo Hermanos Rodriguez foi rebatizado em homenagem aos irmãos desde 1979. “Claro que essa paixão vem desde a época do antigo circuito, com a multidão entusiasmada com carros desportivos. É uma decisão super certa de voltar para o México. Uma corrida de seis horas com protótipos como o Porsche 919 Hybrid é apenas a coisa certa.”

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