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Endurance tratado a sério!
Os 10 anos do motor TDI da Audi
Primeira vitória veio em 2006 nas 12 horas de Sebring. (Foto: Getty Imagens)
Primeira vitória veio em 2006 nas 12 horas de Sebring. (Foto: Getty Imagens)

Presente no endurance desde o início dos anos 2000, a Audi surpreendeu ao lançar em 2006 o famoso motor TDI. A aposta era arriscada, já que o seu antecessor, o Audi R8 vinha dominando Le Mans a muitos anos.

Um motor diesel iria ajudar a marca a manter seu domínio? Surpreendendo a todos em seus primeiros testes o silêncio foi a primeira característica do novo propulsor. “Em altas velocidades, até mesmo o ruído do vento foi mais alto do que o do motor”, lembra Tom Kristensen.

O V12 movido a diesel estreou nas 12 horas de Sebring daquele ano. Sem grandes dificuldades venceu a prova.“Nós tivemos que vir um novo conceito de carro de corrida, não apenas o motor”, diz chefe da Audi Motorsport Dr. Wolfgang Ullrich. “A partir das proporções do carro de corrida e sua distribuição de peso ao fluxo de ar, a exigência do sistema de arrefecimento e de transmissão de energia tudo era novo. O torque superou tudo o que tínhamos anteriormente.”

Sendo esse um propulsor totalmente novo, suas especificações também surpreenderam na época. Um motor V12, bloco de alumínio com 5,5 litros turbo. O primeiro teste de rodagem se deu ainda em 2005, no dia 29 de Novembro no circuito italiano de Missano. Exatamente 200 dias depois, o carro competiu nas Le Mans 24 Horas e ganhou. Entre uma prova e outra, 30.000 km de testes, além de outros 1.500 horas de ensaio em bancadas. Frank Biela / Emanuele Pirro / Marco Werner, venceram após 380 voltas e  5.187 km percorridos. Nos dois anos seguintes novas vitórias.

Em 2010 a evolução chegou com o R15 TDI. Saiu o V12 e entrou o V10. Ficou 100 milímetros mais curto e 10% mais leve. Assim Timo Bernhard / Romain Dumas / Mike Rockenfeller venceram Le Mans. A distância percorrida foi de  5,410.713 km em 397 voltas. Com isso, eles quebraram um recorde de 39 anos, de uma época em que não existia chicanes na reta Hunaudières. Como uma esquadra, o Audi R15 TDI conquistou os três primeiros lugares em Sarthe. Um dos méritos foi a turbina de geometria variável que melhorou a capacidade de resposta do motor.

Na era do diesel, desde 2006, o diâmetro do restritor de ar diminuiu cerca de 34%. A pressão do turmo foi reduzia em 4,7%. Sua capacidade cubica também caiu 33%. Já a potência absoluta também teve uma redução. de 650 hp para 490 hp. Isso em porcentagem fica na casa dos 24%.

A potência por litro aumento e 118 hp em 2006 para 146 hp em 2011. Um aumento de 24%. Com pressões de injeção mais elevadas, aliadas a um combustível mais eficiente com uma pressão de 3000 bar, Marcel Fässler / André Lotterer / Benoît Treluyer, ganharam em 2011 com o R18 TDI e 2012 com o R18  e-tron, que usou um powertrain híbrido pela primeira vez.

Em 2013, Loïc Duval / Tom Kristensen / Allan McNish foram vitoriosos em Le Mans e conquistaram o Mundial de Endurance. Em 2014, os regulamentos de eficiência entraram em vigor, o que marcou uma mudança radical. foram limitadas a produção de energia por fatores como a restrição de ar ou de capacidade cúbica das limitações aplicadas exclusivamente à energia. Audi desenvolveu um motor V6 TDI. Consumindo 22 por cento menos combustível que seu antecessor e com quatro litros de deslocamento. O trio de Fässler / Lotterer / Treluyer alcançou a terceira vitória , marcando a oitava para um motor TDI da Audi em Le Mans.

Para a temporada de 2016, os regulamentos reduziram ainda mais o consumo de energia. “Estamos usando o conceito de motor, pelo sexto ano consecutivo. Isso mostra o quão boa a ideia”, comenta Ulrich Baretzky, Chefe de Desenvolvimento de Motores da Audi Sport. “Devido ao aumento da eficiência, estamos compensando a menor quantidade de combustível até certo ponto.”

O motor V6 TDI atual consome 32,4 % menos combustível do que a primeira geração a partir de 2011. Os progressos realizados em relação a 2006 são ainda maiores. Hoje, o atual LMP usa 46,4% menos combustível em Le Mans do que a dez anos antes. Apesar disso, ele alcança tempos de volta  de 10 a 15 segundos mais rápidos do que o R10. Tudo isso é possível graças aos avanços individuais que foram feitos, especialmente nas áreas de aerodinâmica, design leve e powertrain.

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