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Endurance tratado a sério!
Logística é um dos pontos fortes do WEC

Se na pista os carros lutam pela vitória, muitas vezes de forma ferrenha, antes e depois de cada evento todos andam juntinhos. O transporte dos carros e equipamentos do Mundial de Endurance é tão importante quanto à estratégia das equipes durante um final de semana de corrida.
Nesta última fase do WEC com provas em Austin (EUA), Fuji (Japão), Shanghai (China), Sakhir (Barhain) e São Paulo (Brasil) a distancia percorrida é de aproximadamente 40.234 km, suficiente para dar uma volta ao redor do globo.
O transporte é organizado pelo WEC e cada espaço dos grandes aviões são ocupados. Em média são transportadas 35 toneladas de equipamentos e apenas o “essencial”. O espaço destinado a Porsche uma das principais equipes da competição é de 12 unidades (containeres), além dos próprios carros. Cada “caixa” tem como peso máximo três mil quilos. Cada peça extra que as equipes desejam transportar deve ser comunicada com antecedência para o departamento de logística para ser devidamente alocada nos aviões.
Outra particularidade é à disposição da carga dentro da aeronave. Todos os itens que são primordiais para a equipe começar a montar sua estrutura devem ser alocados o mais próximo possível da saída do avião para não se perder tempo removendo caixas. Assim que descarregado o container fica colocado próximo aos fundos dos boxes para também ser carregado primeiro.
Todo o transporte é feito por aviões da companhia Atlas Air, modelo Boeing 747 Cargo. Já a operação é coordenada pela DHL, e transportadoras “regionais” em cada país sede. Para a Porsche que está competindo pela primeira vez no WEC na classe LMP1 os trabalhos foram mais onerosos.
A equipe adquiriu 10 recipientes, oito deles do modelo Q7 com a parte de cima inclinada e duas Q6 que são do formado exato do avião, são indicadas exclusivamente para transporte aéreo, lembrado que várias equipes fazem o transporte por caixas tradicionais. Os modelos Q7 pesam 120 quilos cada, e são mais leves do que as utilizadas na F1, por exemplo. As duas Q6 são usadas para o transporte de peças. Cada unidade é devidamente etiquetada e possui código QR para ser facilmente identificada, bem como as matérias em cada unidade. Tal complexidade é primordial já que auxiliar no momento que as mercadorias passam pelas alfândegas de cada país.
Para o transporte dos carros propriamente ditos o processo é diferente. Todos os seus fluidos são drenados, partes frágeis como espelhos retrovisores, asas dianteiras e traseiras são retiradas e devidamente embaladas. Produtos considerados perigosos (combustível, resinas, spray) vão isolados em embalagens totalmente seladas. As baterias dos sistemas híbridos recebem ainda documentação de cada país devido ao risco de contaminação. Estes matérias devem estar no aeroporto 48 horas antes do embarque e depois de descarregado ficam também 48 horas em um ambiente fechado antes de ser entregue a equipes.
No caso da Porsche o combustível e todos os fluidos e lubrificantes são fornecidos pela Shell, que se encarrega do transporte, bem como a Michelin responsável pelos pneus. Além do transporte aéreo a equipe também utiliza o modal marítimo para deslocar grandes peças, mesmo que isto torne a operação mais lenta. Ai inclui partes do carro como carenagem, asas e motores. São utilizados três conjuntos de fretes marítimos durante o ano. Se estes matérias fossem transportados por avião seriam necessários aproximadamente 20 viagens.  
  

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