bongasat.com.br

Endurance tratado a sério!
Lico e Zonta conquistam o título da Porsche Cup Endurance
Lico e Zonta são campeões da Porsche Cup Endurance
(Foto: Lucas Bassani)

A Porsche Cup Império terminou no fim da tarde de sábado em Interlagos com uma emocionante prova de 500 km. As vitórias ficaram com a dupla da Hero composta por Nonô Figueiredo/Gaetano di Mauro na classe 4.0 e Dennis Dirani/Matheus Coletta na 3.8. Os campeões de endurance foram os quartos colocados na corrida final: os paranaenses Lico Kaesemodel e Ricardo Zonta conquistaram o primeiro título da história da Shell com carros de corrida no Brasil, na classe 4.0, enquanto Chico Horta venceu com William Freire o campeonato na 3.8.

A jornada final decidiu também os campeonatos overall -que somam os pontos das três provas de endurance com os conquistados nas seis etapas de sprint. Lico Kaesemodel foi o campeão na 4.0, Sylvio de Barros na 4.0 Sport, Pedro Aguiar na 3.8 e Chico Horta na 3.8 Sport. Campeão também de sprint na GT3 Cup 3.8, Horta é o primeiro piloto da história da Porsche Cup Império a gabaritar o ano, conquistando os três títulos em jogo numa mesma temporada.

Desde a largada ficou claro que a prova prevista para até 4h30min de duração ou 117 voltas teria praticamente o ritmo de uma disputa de sprint. Os carros #4 e #27 (da equipe Hero), #177 e #777 (da Cimed Racing), #5 (Michelin) e #8 (RCHLO) começaram muito forte. Mas as duplas Miguel Paludo-Justin Allgaier (com o #7 da Brandt) e o #63 de Lico/Zonta cresceram muito durante a prova.

Com a constante ameaça de chuva -que chegou a cair com pouca intensidade pelo meio da corrida-, os carros logo partiram para estratégias diversas. Assim as alternâncias na liderança foram muitas, inclusive com carros da classe 3.8 figurando na liderança geral em mais de uma ocasião. Foram dez carros diferentes liderando ao longo da tarde, com 20 trocas do ponteiro durante as 117 voltas.

Nas classes Sport o panorama foi similar e, no fim do dia, prevaleceram Rodolfo Toni/Danilo Dirani na 4.0 e o trio Paulo Totaro, Renan Guerra e Arthur Ramos na 3.8. Os títulos de endurance nas classes de entrada ficaram com Luca Seripieri (4.0) e a dupla Maurizio e Marco Billi (3.8).

A corrida

Largada Porsche Cup em Interlagos
(Foto: Lucas Bassani)

Na largada, Nonô Figueiredo manteve a liderança, mas de imediato sofreu o ataque de Felipe Fraga, que logo assumiu a liderança. Após ter sido ultrapassado por Felipe Fraga, Nonô Figueiredo perdeu rendimento e também foi superado por Ricardo Baptista, Marcos Gomes, Nelsinho Piquet e Werner Neugebauer. Enquanto isso, Fraga começou a abrir na ponta.

Na quinta volta, Gomes passou Baptista, que ficou mais para Piquet. Este, no entanto, teve um contato com Werner, e o carro ficou dianteiro, o que o fez perder dois postos, para o próprio Neugebauer e Nonô.

Já na 3.8, Renan Guerra começou bem a prova e conseguiu colocar dois carros da categoria 4.0 entre ele e Dennis Dirani, o que o protegia na liderança da categoria. Porém, Dirani conseguiu se livrar do tráfego e colou no líder, trazendo com ele Guilherme Salas.

Na volta 14, Gomes e Fraga ficaram grudados numa briga de companheiros da equipe Cimed Racing pela liderança, enquanto Nelsinho entrou nos boxes. Logo depois, outros pilotos fizeram a primeira parada obrigatória, e Baptista pegou a ponta. A liderança também mudou de mãos na 3.8 depois que Guerra foi aos boxes e Dirani seguiu na pista.

Após o pit stop, houve inversão de posições entre os carros da Cimed, com o #777, de Gomes e Murilo Coletta ficando à frente do #177, de Fraga e Marcel Coletta. Outros pilotos permaneciam na pista com estratégias diferentes, e na 20ª volta Neugebauer liderava, seguido por Nonô Figueiredo, Vitor Baptista, Lico Kaesemodel e Rouman Ziemkievicz.

Depois de 25 voltas, Vitor Baptista seguia na pista, na liderança, e o segundo colocado no geral era o #277, de Dennis Dirani, que também esticava sua janela e liderava na 3.8. Outros carros que adiaram o primeiro pit stop foram o #10, de Adalberto Baptista, o #71, de Guilherme Salas, e o #85, de Enzo Bortoleto. Após os pits de Vitor e Dirani, Adalberto assumiu a ponta, mas já foi acossado por Gomes e ambos tiveram um contato, com Marquinhos recuperando a liderança.

Adalberto Baptista e Guilherme Salas levaram seus carros adiante no primeiro stint antes do pit stop até depois da 30ª volta, e finalmente pararam no 33º e 32º giro, respectivamente. Com uma hora de corrida, alguns pingos de chuva caíam na parte de trás do autódromo de Interlagos, com muito vento, mas a água só caiu com força em uma volta, e a pista não chegou a molhar totalmente. Mesmo assim, com a pista traiçoeira, Cacá Bueno fez bela ultrapassagem sobre Werner Neugebauer.

Marcos Gomes recuperou a liderança quando Adalberto Baptista fez a primeira parada, mas a ponta durou apenas quatro voltas, e ele voltou aos boxes para o segundo pit stop. Com isso, Gaetano di Mauro, Cacá Bueno, Werner Neugebauer e Ricardo Zonta ficaram nas quatro primeiras colocações.

Com 40 voltas, um pouco mais de um terço de corrida, Di Mauro era o líder, à frente de Zonta, Pedro Queirolo, Danilo Dirani e Miguel Paludo. Na 3.8, Kreis Jr. liderava com o carro #71. Neste momento, Werner Neugebauer finalmente deixou o carro, pouco depois de um contato com Sylvio de Barros. Logo depois, a parceria de Sylvio e Cacá Bueno foi punida porque seu pit stop durou 5m59s595, 0s4 a menos do que o obrigatório. Com o incidente, o carro #8 de Neugebauer e Sérgio Jimenez perdeu rendimento, precisando de uma parada extra nos pits e, a seguir, uma penalização de drive-thru. Acabava ali a chance do carro da RCHLO conquistar a trinca, com os títulos de sprint, endurance e overall.

Pouco antes de 50 voltas, Gaetano, Zonta e Queirolo entraram para mais um pit stop, e Kreis Jr. passou à ponta no geral pois seguia com apenas uma parada. Com isso, na prática a dobradinha da Cimed foi restabelecida, com Murilo Coletta à frente de Marcel Coletta, com Lucas di Grassi encostando nos dois. Pouco depois, o carro #27 de Lucas assumiu a ponta, seguido por Nonô, Kaesemodel, Fernando Fortes e Nelsinho Piquet. Neste cenário, a disputa pelo campeonato de endurance favorecia Ricardo Baptista sobre a dupla da Shell.

Dez giros depois, Nonô Figueiredo liderava e entrou para o terceiro pit stop, seguido por Kaesemodel e Piquet, estes com duas paradas ainda. Na 3.8, Kreis Jr. e Pedrinho Aguiar lideravam sobre Chico Horta e William Freire. Na volta 70, Lico liderava à frente de Nelsinho, que logo depois fez a terceira parada.

Na 80ª volta, Kreis Jr. e Pedrinho Aguiar seguiam na ponta mesmo nos boxes, já que fizeram um stint muito longo. Gaetano di Mauro vinha em segundo, enquanto Murilo Coletta, Ricardo Zonta e Justin Allgaier fechavam o top5. Na briga pelo título, seguiam os carros #63 e #27, que tinha uma parada a mais já realizada.

A última rodada de pit stops foi muito movimentada, com o carro #177 com Felipe Fraga traseirando na frente de Lucas di Grassi. No entanto, Fraga saiu dos boxes 0s088 abaixo do tempo mínimo de seis minutos e foi punido com o acréscimo de 12 segundos ao tempo de prova. Di Grassi tampouco teve sorte, com problema no carro forçando a tripulação do #27 a recorrer ao carro reserva. Com 98 voltas, a liderança era de Zonta, seguido por Paludo e Nelsinho. Na 3.8, Menossi e Bortoleto lideravam.

Na centésima volta, Zonta seguia na liderança, com Paludo parado nos boxes em segundo e Piquet em terceiro. Na 3.8, Menossi mantinha o primeiro lugar à frente de Dennis Dirani e Pedrinho Aguiar. Enquanto isso, Bruno Baptista ia com o carro reserva depois do problema de Di Grassi.

Zonta e Nelsinho finalmente fizeram a última parada no fim das voltas 105 e 104, respectivamente, o que deu a liderança a Fraga, com Gaetano colado nele. Na volta 106, Di Mauro atacou Felipe na Junção e fez belíssima ultrapassagem invertendo o traçado. Ao mesmo tempo, Zonta saía dos boxes com pneus novos, em quarto lugar, atrás de Marcos Gomes, com Miguel Paludo e Nelsinho Piquet na mesma volta, atrás.

Na liderança, Gaetano passou a abrir com facilidade sobre Fraga, que ficou para trás com desgaste de pneus. Gomes não conseguiu mais atacar o companheiro de equipe. Enquanto isso, Zonta, depois de ter dificuldades para ultrapassar o retardatário Bruno Baptista, fechou a prova em quarto para garantir o título da Porsche Império Cup Endurance Series na categoria 4.0.

Na 3.8, Matheus Coletta e Dennis Dirani venceram foram os vencedores, mesmo com problemas. Guilherme Salas, Kreis Jr. e Pedrinho Aguiar completaram a corrida em segundo, à frente de Matheus Iorio e Carlos Renaux, que escalaram o pelotão no fim. O título da temporada na Endurance Series ficou mesmo com Chico Horta e William Freire que cruzaram na quarta posição na 3.8 e na 18ª no geral.

 

 

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.