O ano de Stephen King no Brasil

24 de dezembro de 2018 1 Por Fernando Rhenius

O ano literário no Brasil teve momentos tenebrosos. Editoras encerrando suas atividades, fechamento de livrarias, aliada a falta de interesse de grande parte da população que não lê, deixou quem vive de vender livros e principalmente os leitores, temerosos.

Se por um lado, são motivos para se preocupar, quem é fã de Stephen King, não tem do que reclamar. Foram lançados quatro livros pela editora Suma, o esgotado A Incendiária, a reimpressão de Celular e os inéditos Outsider e A Pequena Caixa de Gwendy.

Pela DarkSide fomos surpreendidos com o HQ de N. que foi lançado no final do ano.Para 2019 estão confirmados o inédito Elevation e novas edições de dois clássicos do autor, Trocas Macabras e A Metade Sombria em edições especiais com o selo Biblioteca Stephen King.

Sites não valorizam a “baseado na obra”

Que King é campeão em adaptações, isso ninguém duvida. Dos livros lançados este ano, Celular possui uma adaptação questionável para o cinema. Já Outsider vai ganhar uma série em breve.

Um dos erros mais comuns é a falta de conhecimento de blogueiros e jornalistas, que acabam replicando notícias de sites internacionais, sem se aprofundar na obra em que o filme e a série que será lançada, é baseada.

Essa falta de conhecimento, dando destaque apenas ao filme, acaba deixando de lado o mais importante, o livro.

Confira abaixo um pouco de cada obra.

King também nos brindou com o conto Laurie, que foi traduzido assim como as demais obras por Regiane Winarski. Baixe a história aqui.

A Incendiária

Livro foi lançado em março. (Foto: Fernando Rhenius)

A Incendiária foi o quarto volume da biblioteca Stephen King, coleção que resgata obras inéditas ou esgotadas do autor no Brasil.

Publicado pela primeira vez em 1980, a história se passa em cima de Andy McGee, sua esposa Vicky que passaram por experiências quando jovens. Da união do casal nasceu Charlene. “Charlie” acaba adquirindo o poder de atear fogo em tudo e em todos, o que acaba trazendo mais problemas do que benefícios.

Por conta disso, acaba chamando a atenção de uma sociedade secreta intitulada “Oficina” que usa humanos que tenham algum poder. Tentando salvar a filha, Andy passa pelas mais diversas situações.

Leia a resenha!

Outsider

(Foto: Fernando Rhenius)

Outsider levou leva o leitor a acompanhar um novo suspense. Em diversas entrevistas King deixa claro que o terror característico do autor produzido nos anos 80, não estão mais na ordem do dia. Personagens da Trilogia Bill Hodges estão presentes na história, o que não impede de degustar o livro sem ter lido Mr. Mercedes, Achados e Perdido e Último Turno.

O corpo de um menino de 11 anos é encontrado no parque da cidade. Após investigações e coleta de impressões digitais a polícia chega a Terry Maitland, treinador da Liga da Meninas, professor, marido e pai de duas meninas. Uma pessoa bem relacionada na comunidade.

Coube a Ralph Anderson detetive e conhecido de Maitland, já que seu filho foi um dos alunos do professor, resolver o caso. Ralph manda prender o suspeito de forma rápida e para muitos arbitrária. Mesmo com um álibi, amostras de DNA e as digitais botam por terra os argumentos do professor. Testemunhas garantem que Maitland é culpado.

A investigação avança, fatos terríveis começam a aparecer. Terry Maitland é realmente o bom moço e exemplo para a cidade? Existe um outro lado?

Leia a resenha!

Celular

(Foto: Fernando Rhenius)

Esgotado nas livrarias, o livro ganhou uma nova capa, estilizando uma tela de celular quebrada.Lançado em 2006 a história nos apresenta um mundo em celulares “sugam” a bondade dos seres humanos, transformando homens e mulheres em animais. Neste contexto Clayton Riddel tenta reencontrar sua família, lutando contra pessoas descontroladas e humanos que se aproveitam da barbárie.

Como é característico na obras do mestre, um grupo de pessoas com personalidades totalmente diferentes, busca se salvar, enfrentando acima de tudo as diferenças entre as pessoa. O livro é uma crítica à dependência pela tecnologia, que estava aflorando no começo dos anos 2000.

A Pequena Caixa de Gwendy

(Foto: Fernando Rhenius)

Escrito em parceria com Richard Chizmar, a história é Ambientada na fictícia Castle Rock em 1974, Gwendy Paterson, uma jovem de doze anos como todos os moradores da cidade sabe que algo estranho ronda localidade. Existe algo no Castelo, que fica na rua 117, em Pleasant Road. Um dos principais imóveis da cidade.

Confira a sinopse abaixo:

Há três maneiras de ir até Castle View da cidade de Castle Rock: Pela rota 117, Pleasant Road e as Suicide Stairs. Todos os dias, no verão de 1974, Gwendy Peterson, de doze anos de idade, sobe as escadas, que são sustentadas por ferrolhos de ferro fortes mesmo enferrujados pelo tempo.

No topo da escada, Gwendy recupera o fôlego e ouve os gritos das crianças no parquinho. Um pouco mais longe as crianças da Liga Sênior treinarem para o jogo beneficente do Dia do Trabalho.

Um dia, um estranho liga para Gwendy: “Ei, menina. Venha aqui um pouco. Devemos conversar, você e eu”. Em um banco à sombra está um homem de jeans preto, um casaco preto como um terno e uma camisa branca desabotoada no topo. Na cabeça dele está um pequeno chapéu preto. Chegará o dia em que Gwendy terá pesadelos sobre o chapéu…

N.

(Foto: Reprodução Darkside Books)

A Darkside Books fechou o ano nos brindando com o HQ “N.”, adaptação do conto homônimo, presente no livro Ao cair da noite de Stephen King. Dr. Bonsaint, um psicanalista que se suicidou e sua irmã tenta entender os motivos.

O conto se passa em 2008, sendo narrado através de cartas. O mote da história é a loucura (ou não) do paciente N. uma pessoa com sérios problemas de TOC (Transtorno obsessivo-Compulsivo), e que passa o dia procurando padrões onde quer que seja.

A sinergia entre o médico e o paciente vão ficando cada vez mais intensas. Uma formação de pedras no estilo de Stonehenge, é bem mais do que pedras perfiladas. N. acredita que é o único responsável pela segurança do mundo. King se baseou em “O Grande Deus Pan”, do escritor galês Arthur Machen (1863-1947), além de elementos presentes na obra de H.P. Lovercraft.

A adaptação para os quadrinhos ficou a cargo de Marc Guggenheim, produtor de televisão e cinema. Entre seus trabalhos estão X-Men, Arrow, The Flash e DC´s Legends of Tomorrow. Alex Maleev (Demolidor e Mulher-Aranha), foi o responsável pela arte.

Além do HQ, o conto terá uma adaptação para a TV. O projeto que tem o nome de “8”, será dirigido por David F. Sandberg, responsável pelos trabalhos “Quando as Luzes se Apagam e Annabelle 2: A criação do Mal. O roteiro será de Andrew Barrer e Gabe Ferrari (Homem-Formiga e a Vespa).