Darkside e o medo de espelhos, vem aí Candyman de Clive Barker

18 de março de 2017 0 Por Fernando Rhenius

Espelhos sempre foram objetos estranhos. Para muitos refletem muito mais do que nossa imagem. Esse medo tem um nome, Eisoptrofobia. A palavra se origina do grego Catoptrophobia: Catropto ou katoptron (espelhos) e Phobos (medo).

Na adolescência, era comum acreditamos que espelhos eram portais para outro mundo. Tal pavor foi potencializado e muito por Clive Barker. O inglês, além de escritor é roteirista, ator, músico e produtor de cinema. Seu trabalho sempre foi voltado para o medo.

Seus livros são classificados como horror explícito. Pensando no medo, sangue e afins, a Darkside traz umas das obras mais assustadoras de Barker, Candyman. Baseado no conto The Forbidden (O medo), presente em “Livros de sangue 5”, retrata a história de Helen Lyle e seus estudos sobre lendas urbanas.

Para aprimorar sua pesquisa, Helen visita um conjunto habitacional nos subúrbios de Chicago. Os moradores acreditam que o fantasma de um escravo, aparece para quem repete cinco vezes em frente ao espelho seu nome: Candyman.

Filme foi lançado em 1992

Como boa lenda, muitas histórias surgem em torno do escravo. Os antigos contam que Candyman era filho de escravos. Seu pai, mesmo com todos os problemas, conseguiu se sobressair, fazendo dinheiro com máquinas de costurar sapato. Com viés artística, Candy foi contratado para pintar a filha de um rico fazendeiro. Além de pintar seu retrato, acabou engravidando a moça.

Furioso o fazendeiro contrata assassinos para dar fim ao jovem impetuoso. O perseguem, cortam suas mãos. E o atiram no mel. Atraídas pelo cheiro, milhares de abelhas o picam. Depois de constatarem sua morte, o corpo é queimado e suas cinzas espalhadas pelas ruas de Cabrini Green. Curiosa, Helen acaba “chamando” o fantasma. Munido de um gancho, começa uma terrível onda de assassinatos.

A história ganhou uma versão para o cinema em 1992. Candyman (no Brasil foi chamado de O mistério de Candyman), tendo Tony Tood como Candyman, enquanto Virgina Madsen interpretou Helen.

Clive Barker na Darkside

Tendo o terror correndo em suas veias, a Darkside já publicou Hellraiser Renascido do Inferno e Evangelho de Sangue. Para o escritor Cesar Bravo, autor de Ultra Carnem, também publicado pela Darksie, Barker sabe o real significado da palavra “medo”: “Clive Barker consegue ir fundo na alma humana. Através de seus monstros e alegorias, o autor mergulha em nossos temores, no que existe de mais assustador e malévolo na natureza humana. Sempre me impressionei em como esse mestre descortina centenas de pesadelos diferentes com naturalidade e originalidade. Com a imaginação detalhista de Clive, é possível acreditar no impossível, vivenciá-lo. Você não está mais em seu quarto, não está mais naquele vagão no metrô. Clive Barker nos mostra o caminho para o inferno e nos deixa à nossa própria sorte, com Demônios ficcionais perfeitos que poderiam muito bem existir. O sangue das páginas tem cheiro e textura, os gritos ecoam em nossas almas. Stephen King disse certa vez que o futuro do terror estava em Clive Barker. Eu concordo totalmente, e creio que muitos de nós ainda não estejam prontos para apreciá-lo em toda sua exuberância. Desde Barker, nenhum autor trouxe tamanha relevância ao gênero, e eu chego a duvidar que o traga nos próximos anos.”