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Endurance tratado a sério!
FIA estuda novo sistema de BoP para o Mundial de Endurance
(Foto: AdrenalMedia)
(Foto: AdrenalMedia)

O BoP (Balance of performance), sempre foi motivo de discussões, tanto pelas equipes, pilotos e fãs, que veem o verdadeiro potencial do carro ser manipulado, para proporcionar uma disputa mais “justa”. Em tempos de custos controlados, o desenvolvimento e pesquisa por parte das equipes acabam se tornando um processo caro. O BoP acaba beneficiando, quem investe menos.

Em 2016, a classe GTE teve 10 mudanças ao longo do ano. Para evitar uma quantidade igual, ou maior para o próximo ano, a FIA e ACO estão desenvolvendo junto com os fabricantes um novo sistema para equilibrar o carros.

O diretor de esportes da ACO, Vincent Beaumesnil, ressaltou em entrevista ao site Sportscar365, alguns detalhes sobre o novo sistema. “A ideia é definir o processo em conjunto, uma evolução do processo”, disse Beaumesnil. “Há muita emoção com o BOP. Temos de manter a calma. Eu acho que a equipe técnica faz um trabalho incrível e eles realmente gerenciaram uma enorme quantidade de dados para tomar as  decisões.”

“Há um grupo de trabalho trabalhando no processo para o próximo ano. Nenhuma conclusão foi alcançada até o momento, mas eles estão trabalhando em uma boa direção.”

“Vamos ver em poucos dias ou semanas como as coisas estão. Mas estou muito confiante que teremos uma temporada com menos debate no próximo ano. “

Três fabricantes, venceram este ano na classe GTE-PRO, A Porsche, foi a única que não alcançou a vitória. Mesmo com o BoP, em determinadas pistas um fabricante, acabou tendo mais vantagem do que outro.

Mesmo com o título da Aston Martin, Ford e Ferrari foram os protagonistas na classe GTE-PRO em 2016 (Foto: AdrenalMedia)
Mesmo com o título da Aston Martin, Ford e Ferrari foram os protagonistas na classe GTE-PRO em 2016 (Foto: AdrenalMedia)

Aston Martin dominou na Cidade do México e Austin. Mesmo com um restritor de ar menos, a Ford teve duas vitórias incontestáveis em Fuji e Xangai. Para a última etapa no Bahrein, os modelos americanos tiveram 20kg e peso extra e 4% menos de potência.

O grande debate do ano, foi durante as 24 horas de Le Mans. Poucas horas antes do início da prova, Ferrari 488 e Ford GT, ambos com motorização turbo, acabaram sofrendo com uma alteração de performance. Mesmo mais pesados e menos potentes, os dois carros foram os protagonistas da prova. A vitória ficou com a Ford.

Beaumesnil, no entanto, argumenta que a diferença entre os quatro fabricantes ao longo da temporada nunca não foi grande.

“Em todos os anos temos usado o BoP, ele nunca foi tão justo, e também nunca tivemos tantas reclamações. Essa é a conclusão mais irônica “, disse ele.

“Entendemos que o nível está aumentando e os mais fabricantes estão se envolvendo, mas eles querem defender suas posições e são mais fortes nos seus pedidos.” Justifica.

Marco Ujhasi, chefe do programa GT da Porsche, aprova as novas medidas, e está otimista para o próximo ano, principalmente pelo fato de que o 911 GTE, não venceu na classe PRO este ano.

“A coisa boa é que todos os fabricantes estão na mesma página e querem resolver este ponto”, disse. “Existem algumas idéias de como proceder, mas ainda é uma discussão em curso.”

Não está claro se um sistema BoP variável, semelhante ao que se usa nos campeonatos organizados pela SRO Motorsports Group, será adotado. O sistema do SRO utiliza quatro diferentes categorias de BoP, agrupadas com base em layouts de circuito e características.

Se no WEC, o BoP é polêmico, na IMSA, a equipes convivem pacificamente com as regras. (Foto: IMSA)
Se no WEC, o BoP é polêmico, na IMSA, a equipes convivem pacificamente com as regras. (Foto: IMSA)

A solução, seria não ter BoP? “Corridas de GT  são impensáveis sem um BoP. Isso é claro “, disse ele. “Você quer competir com diferentes conceitos: motor dianteiro, traseiro, turbo, aspirado. São tantas diferenças que você tem que ter em mente.”

“É apenas factível com BoP. Caso contrário, você teria que escrever muita regulamentação técnica. Se for assim vamos transformar os GTs em protótipos.”

Se no WEC, a discussão sobre estes ajustes, sempre causaram discussões e muita polêmica, na IMSA a situação é diferente. Mesmo com ajustes a briga pela vitória é intensa em todas a provas. A solução seria um BoP comum para as duas séries?

“Nós compartilhamos todas as informações com a IMSA, em seguida, cada um toma suas próprias decisões”, disse ele. “Cada campeonato tem as suas próprias especificidades, circuitos, etc.”

“Fizemos um exercício simples. Em Le Mans, tomamos os valores que a IMSA usa. Não teria havido grandes diferenças se não tivéssemos usado o nosso “.

Beaumesnil espera  finalizar o seu processo de revisão até janeiro ou fevereiro. Qualquer alteração seria aprovado diretamente pelo Comité de Endurance da FIA e não teria de ir antes para o Conselho Mundial de Automobilismo.

“Em anos anteriores nós mantivemos um mínimo de duas corridas [antes de uma mudança BoP]”, disse ele. “O que planejamos para o próximo ano é provavelmente muito diferente disso.”

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