bongasat.com.br

Endurance tratado a sério!

livre_1259116099
Fazia tempo que não dedicava algumas linhas para a F1. Mesmo este ano o campeonato estando mais competitivo do que os últimos, está anos luz de ser algo disputado e emocionante. Não digo isso pelo fato de Vettel ter ganhado quase todas as corridas disputadas, mas sim pelos artifícios que a FIA tem se valido para deixar a coisa mais emocionante.

Os pneus com desgaste maior realmente funcionaram assim com a Asa Móvel recurso que maquiou carros com fraco desempenho e ajudaram ainda mais nitidamente os superiores. Claro que para as grandes equipes e para quem realmente gosta de F1 seria mais inteligente deixar livre o desenvolvimento de motores. Recurso que não iria agradar as pequenas e médias equipes. Mas em todas as pistas o recurso da Asa móvel foi eficaz? Em todas tivemos milhares de ultrapassagens? Não em várias provas principalmente em circuitos “modernos” a asa não foi eficaz e por muitas vezes vimos à bela fila indiana.

Até que chegamos a Monza. Que junto a SPA e Le Mans são os últimos refúgios para carros e pilotos que não tem medo de buscar os limites. E o que vimos foi a melhor corrida do ano. Em todas as posições e não nas primeiras se viu grandes duelos, belas ultrapassagens e velocidades dignas de um carro de F1.

Mesmo o incidente da largada que foi em uma velocidade considerada resultou apenas em danos materiais. Depois da saída do carro de segurança vimos um belo espetáculo. Não enalteço a vitória de Vettel já que ele se valeu do ótimo carro e mesmo com a ótima ultrapassagem em cima de Alonso a primeira posição foi questão de tempo. Passou e foi embora, o que me lembra das boas corridas de Damon Hill nos áureos tempos da Willians em 1997. Depois da primeira volta ele passava os possíveis adversários e sumia na frente sem erros apenas se preocupando com adversários e com os vários retardatários.

Porém atrás de Vettel o pau comeu solto. A ultrapassagem de Alonso na largada lembrou outro piloto que corria com a faca nos dentes. Gilles Villeneuve. Assim como Alonso, Hamilton, Button o verdadeiro nome da prova sem sombra de dúvida foi Shumacher. Sempre desci o sarrafo nele pela sua volta e por seus desempenhos pífios nos últimos dois anos. Em Monza Schummy mostrou que ainda tem gana de vencer e fez uma das melhores corridas se não a melhor desde que voltou a categoria. A aula que ele deu em Hamilton por várias voltas foi histórica. Esperava a cada volta que o jovem inglês acabasse perdendo a paciência e desse um toque no alemão. Mas como bom senso não é algo que esteja em primeiro lugar no dicionário de Hamilton teve que chorar suas pitangas para a equipe dizendo que Schumacher estava sendo mal com ele não dando espaço.

Espaço que Button em uma volta conseguiu achar e passar Schumacher. Claro que o bom desempenho se deve e muito pelo ótimo motor Mercedes, mas nenhum carro ali se guiava sozinho. Mas aonde quero chegar é que quando a pista proporciona a F1 da espetáculo. Não é preciso circuitos que mais parecem palácios, ou pistas com desenhos mirabolantes. Pista para qualquer categoria tem que ter reta, e não reta “curva” com em Mônaco ou com extensões que não se pode engatar a segunda marcha. Já imaginou Monza com chicanes além das que já existem? E olha que as atuais foram postas ainda nos anos 60 e desde lá as únicas alterações feitas foram logo após a largada aonde a chicane mudou de lado por várias verses e mesmo assim o circuito é rápido.

Mesma coisa que se aplica a SPA que longas retas, subidas e descidas deixando o piloto livre para criar e achar o melhor ponto de ultrapassagem. Os rumores de que a pista de Paul Ricard voltaria ao calendário da F1 nos próximos anos nos faz sonhar. Já pensou o uso da asa móvel na reta mistral? O piloto poderia passar ainda cuidar para o ultrapassado não pegar o vácuo e recuperar a posição. Ou Magny Cours aonde existe espaço para fazer uma manobra a 300 km/H é possível com a maior segurança? Ou a FIA acha que os carros e pilotos não tem capacidade técnica para andar nestas velocidades? Existem vários circuitos modernos que são rápidos e podem receber uma prova de F1. Cito dois bons exemplos. Algarve em Portugal e Motorland Aragón na Espanha.
O futuro da F1 não depende apenas de carros que faltam voar e que funcionam mais por computador do que pelo talento do piloto. A F1 precisa é de pistas descentes e olha que não é preciso torrar milhões de dólares em vão como nos circuitos Árabes.

1 comentário em “F1 Monza–Quando a reta deu o show.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.