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Endurance tratado a sério!
Como a Audi vai enfrentar a concorrência este ano em Le Mans?*

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A disputa entre Audi, Toyota e Porsche em Le Mans será cheia de atrativos. Cada marca com suas devidas “armas”. Enquanto a Audi aposta na aerodinâmica para cobrir a desvantagem de potência causada pela pouca produção de energia através do sistema flywheel, a Toyota conta com seus 1000hp do TS040, e a Porsche com seu conjunto “econômico” V4 2.0L, apostando nos seus eficientes motores elétricos.

O que se crê de imediato é nas grandes chances de vitória que a marca japonesa possui com um conjunto mecânico de potência exorbitante, já que o seu motor a gasolina – um V8 de 3.7L – gera 550hp com dois motores elétricos que geram 450hp, totalizando incríveis 1000hp. Tanta potência num protótipo de Le Mans só foi vista nos saudosos tempos do Grupo C. Muito se questiona quanto à confiabilidade do TS040 devido à potência. Em caso de quebra no sistema híbrido do modelo, ele perderá praticamente metade de sua força e dificilmente seria competitivo nessas condições. Porém, tal conjunto deve favorecer muito no momento de escolher a linha de raciocínio de acerto do carro para a grande prova clássica. Normalmente, com tanta força, a escolha por um pacote aerodinâmico com menos downforce seria o lógico, visto que o Circuito de Le Sarthe é marcado pelas grandes retas. Porém tal escolha também causaria uma certa desvantagem no contorno de curvas de alta velocidade como as “curvas Porsche”, fazendo com que os bólidos possam sair mais de frente ou de traseira. Da mesma forma, a escolha por um pacote aerodinâmico com mais downforce, implicaria numa ação contrária: Menos velocidade de reta, melhor contorno de curvas em alta. Isso também dificultaria nas “negociações de ultrapassagem” durante a corrida, já que o protótipo não teria uma boa velocidade final.

No caso da Audi, o R18 já é o LMP1 mais leve já construído com 870kg. A partir disso, com uma menor relação Peso/Potência o carro torna-se mais rápido. Em 2013, a marca alemã investiu em pacotes aerodinâmicos específicos para Le Mans. Em 2014, não será diferente. O R18 “Long-Tail”, caracterizada pela traseira mais alongada, e a asa traseira quase sem inclinação, estará de volta a La Sarthe na sua versão mais atualizada. Embora correr em Le Mans com pouco downforce tenha algumas “desvantagens”, esquemas de suspensão mais macios, relativamente, podem ajudar os modelos a terem a tal aderência perdida pela diminuição de downforce e sem modificar de forma significativa o seu baixo arrasto aerodinâmico. No quesito mecânico, a Audi manteve o V6 TDI Turbo, mas mudou a capacidade cúbica do mesmo de 3.7 para 4L

Já a Porsche, que volta a Le Mans na categoria principal após 15 anos, e com o 919 Hybrid apresentando um design semelhante ao R18, inovou no conceito mecânico para a prova de 24 horas ao usar um motor V4 de 2.0L Turbo com dois motores elétricos. Aparentemente o protótipo de Stuttgart é bem mais dependente dos sistemas elétricos que seus concorrentes. Dessa forma, pode-se concluir que será mais econômico que seus rivais. Isso significa muita vantagem numa corrida de 24 horas. Além disso, o 919 Hybrid tem impressionado muito com suas velocidades finais. Há alguns meses, no Prólogo em Paul Ricard, o carro atingiu incríveis 340km/h no dia dos testes, embora em condições normais de acertos aerodinâmicos, os Toyota foram os mais rápidos em velocidade final.

As provocações já começaram entre Audi e sua “irmã” Porsche.

*Por Matheus Brandão.

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