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Endurance tratado a sério!
BMW compete na GTE, mas pensa na LMP1 no Mundial de Endurance
BMW M6 pode ter vida útil encurtada. (Foto: José Mario Dias)
BMW M6 pode ter vida útil encurtada. (Foto: José Mario Dias)

A BMW volta ao Mundial de Endurance. A notícia divulgada na última semana, já vinha sendo discutida e a entrada da montadora alemã no WEC, era dada como certa. A participação na classe GTE-PRO, reforça a importância dos GTs no ecossistema do Mundial, muitas vezes a contragosto da ACO.

Assim que foi confirmada a participação, a dúvida que vem mexendo no imaginário da imprensa e fãs, é qual modelo estará correndo no próximo ano. A escolha óbvia seria o atual M6, que vem competindo na IMSA nos Estados Unidos.

Mesmo que o M6 seja um GTE, correndo sob as regras da classe GTLM nos EUA, a BMW parece querer apresentar um novo modelo 100% dentro das regras do WEC. Assim o novo carro também deve estar nas fileiras da IMSA no próximo ano.

A última participação da marca em Le Mans foi à 7 anos. “É óbvio que é uma coisa muito grande para nós”, disse Jens Marquardt, diretor da BMW Motorsports ao site Sportscar365. “Nós definitivamente não desfrutamos o tempo que o Z4 foi competitivo em Le Mans, mesmo que fosse com uma homologação GTE.”

“Então, a partir deste ano, sabendo que temos a homologação GTLM, devido ao fato de que a convergência GT não aconteceu. Nunca foi um caminho claro e direcionado.”

A grande dúvida do dirigente é se na IMSA, o M6 vai ter o seu ciclo de vida de três anos respeitado, ou um novo carro será utilizado nas duas séries. “É algo que nós estamos olhando, o período de homologação de nossos carros”, disse ele. “Temos o primeiro ano de vida do M6, portanto, neste período de homologação de três anos que estamos, podemos fazer um upgrade.”

“Nós discutimos isso com toda a nossa diretoria e nós concordamos que é melhor ir para a homologação completa de um GTE, e abrir oportunidades para nós em vez de continuar com algo que exploramos no limite.”

Se tudo sair conforme diz o dirigente afirma que fará, será a primeira vez desde 2011 durante a Intercontinental Le Mans Cup, que a marca vai alinhar um carro em um campeonato com o status de mundial.

Os planos da marca, são de expandir suas linhas de atuação. A Fórmula E, vem se mostrando uma opção mais interessante entre as categorias de fórmula. “A série é jovem, e por isso olhamos a Fórmula E a longo prazo. O WEC tornou-se um campeonato muito bom e estável”, disse ele.

“Olhando para os fabricantes envolvidos, é o lugar certo para estar. Temos no Weathertech Championship nos EUA, o maior e mais forte mercado do mundo, e programas europeus, e algumas atividades na Ásia e Austrália, com os carros de GT3. Agora temos um programa que também no WEC. Tudo está caminhando em conjunto.”

Em primeiro plano o BMW Z4, que não conheceu Le Mans. Em segundo o M3 que competiu em 2011. (Foto: Divulgação)
Em primeiro plano o BMW Z4, que não conheceu Le Mans. Em segundo o M3 que competiu em 2011. (Foto: Divulgação)

Detalhes sobre a equipe que vai competir na classe GTE-PRO, não foram divulgadas. Segundo apurou a reportagem, um das equipes que representa a BMW no DTM pode migrar para o WEC, já que para a próxima temporada, o número de equipes no certame alemão vai cair de 8 para 6 carros. Com duas equipes de fábrica em dois continentes, a BMW espera ter benefícios de acordo com o dirigente. “Ele definitivamente ajuda muito”, disse Marquardt. “Atualmente, temos um carro que é apenas correu em os EUA, e tudo que você aprende é através dessa atividade.”

“Ter um carro que está correndo nos EUA, bem como WEC é ótimo. No final do dia é o dobro dos dados e o dobro do potencial para melhorar, então eu estou realmente ansioso para isso.”

Planos para a LMP1 e Garagem 56

Com o programa GT garantido, a pergunta é sobre uma possível ida para a classe LMP1 no futuro, ou um programa inovador na Garagem 56. “É duas histórias diferentes no final do dia”, disse Marquardt. “Garage 56, ou regulamentos em qualquer lugar do futuro, é algo que estamos muito interessados.”

“Estamos trabalhando em estreita colaboração com a FIA e ACO. Le Mans realmente lhe dá uma plataforma potencial para obter tecnologia de ponta aliada a competição, eu vejo um grande potencial.”

“Com certeza estaria interessado em fazer parte da primeira corrida de longa duração do mundo livre de emissões.” Segundo consta, um programa LMP1 em seu primeiro ano de vida, custa aproximadamente 450 milhões de dólares. O valor foi considerado abusivo pelo conselho da FIA no início deste ano.

Marquardt admitiu que uma possível incursão entre os protótipos, poderia acontecer pelo Garagem 56, sem confirmar prazos. “Pode ser assim”, disse. “Mas também acho que em relação aos regulamentos que a ACO anunciou este ano, iríamos consultar os outros fabricantes e trabalhar.”

“Há novos LMP1 chegando em 2018, o que nos deixa sem tempo. Isso é provavelmente um pouco mais cedo, mas a segunda geração em 2021 ou 2022… Eu acho que vai ser muito interessante.”

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